Padre Nildo Moura de Melo, OSFS

Um Deus que passeia à brisa do dia, E planta um jardim para dar a quem ama. Um Deus que conversa e pelo nome chama Sofre com duras palavras e jamais abandona. Um Deus que espanta a solidão Dando companhia perfeita ao jovem Adão. Um Deus que o procura quando ele se escondeu Mas não encoberta o mal que cometeu. Um Deus que oferece seus traços à criatura E sopra a si mesmo para que nele viva a vida Um Deus que trabalha em detalhes de ternura Sem ter vergonha do descanso da lida. No Livro das Origens Deus deixou dizer Que Ele é assim e só assim sabe ser . Um Deus que passeia à brisa do dia Chamando a gente para lhe fazer companhia.

A cena da Mulher Cananeia (Mc 7, 2430; Mt 15, 21-28) pedindo a Jesus para libertar sua filha do demônio, argumentando ante a objeção Dele, que os cachorrinhos comem as migalhas derrubadas pelas crianças, nos mostra, dentre outras coisas, como devemos ir a Cristo: confiando que Ele pode, atrevendo-se com humildade. Ao aproximar-nos de Cristo confiamos firmemente que Ele pode: que Ele pode nos ajudar, que Ele é a nossa salvação, que Ele tem a melhor resposta. É preciso atrever-se: o Senhor dispensa protocolos, basta que lhe digamos o que está em nosso coração, o que entendemos como possível, o que é nossa necessidade. E com humildade. Ele é o Senhor, nós seus discípulos. Atrever-se com confiança, mas nunca exigindo nada, só confiando que Ele pode e pedindo o que precisamos. Sigamos esses passos na oração. Que o diálogo com Deus imite a Mãe Cananeia. Não tenhamos medo de atrever-se com Cristo: Ele nos ama, Ele é nossa luz, Ele aceita nossos argumentos porque sempre se relaciona cono