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Mostrando postagens de abril, 2019

Coração

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Coração insatisfeito Venha ver o peito meu, Que aqui te é perfeito, Eu sou o Senhor teu. Coração de amor ferido, Como o teu está o meu. Venha ser mais que um amigo Meu amor é todo teu. Coração atribulado, Deixa-me te acalmar. Amo-te imensamente Por ti quis me doar. Coração arrependido, Teu lugar é bem aqui. Curarei tuas feridas, Junto a mim te guardarei.

Entre as oliveiras

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  Como doeu estar sozinho Foi tão difícil resistir. Gotas de orvalho, com gostas de sangue A angústia da morte veio me afligir. Entre as oliveiras, no escuro da noite, Chamava meu Pai: Vinde me salvar! Tudo vos é possível! De mim afastai O cálice da dor que vão me entregar. Entre as oliveiras, no escuro da noite, Chamava meu Pai: Vinde me salvar! Mas não se faça, o meu querer A vossa vontade eu quero fazer. O Mal não deu descanso a mim Foi tão difícil persistir E os meus amigos, dormiram ao lado Minha angústia não pude dividir.

O amor não sabe ser morte

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Sobre nós está o negro véu da noite.  Naquele dia, naquela hora, rasgou-se o branco véu do Templo.  Rasgado mesmo estava o coração de Deus, na cruz e no silêncio das alturas. A Bíblia diz que o céu se rasgou em lágrimas, também. Choveu!  E a terra, que não estava alheia a esta dor, gemeu. Tremeu! Treme, agora, nosso coração.  O jovem de Nazaré, o jovem da galileia, na cruz, morreu. Era mais que um jovem, mais que um galileu: Era o filho de Deus. Era nosso irmão. Jovem como nós, sonhador como todos nós, crente de um mundo em paz. Treme a terra, chora o céu, rasga-se o véu, mas Ele: Silêncio! E o Pai? Não sei, acho que a dor também o envolveu. Não! Não temas! Não é aqui o fim. O fim é sempre o amor. E o amor, ainda que morra, Não sabe ser morte. Jesus, estamos aqui. Em silêncio, também.  Nossa boca fala, mas nosso coração te acompanha.  Não na morte – te acompanha para o Pai. Sabemos aonde o Pai foi. Foi te buscar. E nós, nos braços dele,

A culpa: chicote do diabo

Conhecemos muitas pessoas que trazem uma grande culpa. Conhecemos pessoas que se sentem culpadas, mas não partilham com ninguém. Em todas elas há tristeza. E o seu pior encontro é consigo mesmo, no pior lugar, a consciência. A culpa pode ser boa ou pode ser ruim. Ela é boa quando surge e imediatamente se torna arrependimento, quando nos leva rapidamente à conversão, a reparar o erro, a fazer o caminho de volta para o bem abandonado. Ela é ruim quando amarga a alma, afoga a alegria e condena a esperança. Culpa que permanece só adoece a alma. O Diabo gostaria de bater em Deus. Mas ele não pode. Ele sabe que Deus está em nós. Então, pela culpa, ele nos chicoteia e acerta Deus. Triste assim! A culpa de Judas o levou a morrer. O arrependimento de Pedro a ser o vigário de Cristo. Os dois sentiram culpa, mas Pedro, quando viu que sua consciência pesou e iria se tornar palco do diabo, fez dela arrependimento. Voltou ao bem abandonado, deixou que Jesus o encontrasse, pediu perdão, retom

Entre eles era assim

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Entre eles era assim, Ternura e companheirismo Em todas as horas da vida. Entre eles não tinha fim A doçura e o dinamismo Na casa, no povo, na lida. Mãe e filho, um do outro E os dois de Deus E Deus como um de nós. O Altíssimo ali envolto De trabalho entre os judeus A mãe com ele, a sós. O filho é o próprio Senhor A mãe é Maria, E o amor é tudo. É tudo de maior valor Que se tem na carpintaria De Jesus e Maria, sobretudo. Um prego e uma tábua, O suor, um olhar que afaga, Mãe e filho, carinho sem alarde. Um fresco gole de água Com um doce beijo se paga, De surpresa, no meio da tarde

As pedras não vieram

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Ele se abaixou e começou a escrever no chão Enquanto interpelavam-no em nome de Deus. Levantei os olhos, temerosos das pedras, E vi os olhos dele encontrarem os meus. Ele não estava na altura deles, mas como eu E se jogassem as pedras, ele seria ferido também. Trovejavam as interpelações dos santos autodeclarados, Seu dedo no chão contornava palavras sobre alguém. Parecia, derrepente, um menino brincando na areia, Envolvido com as primeiras letras do alfabeto. Desenhando alguma imagem feliz da memória, Mas era Deus reescrevendo a minha história.