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Mostrando postagens de março, 2013

Como imagino a Ressurreição

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A ressurreição é o maior segredo de Deus. Ninguém sabe como foi, ninguém viu nem ouviu este acontecimento. “O que vimos e ouvimos é o Ressuscitado”, mas a ressurreição ficou para a nossa imaginação. Gosto de pensar que a imaginação é a oficina de Deus, onde ele constrói e reconstrói a vida. Podemos errar com ela, mas não ficaremos apáticos ao mundo que se desdobra conosco. É a imaginação que transforma o homem  faber  em homem  artifex  (o ser humano fazedor em ser humano artista). Vivemos este acontecimento sem testemunhas, no recôndito de nossa imaginação. E nela Deus também se mostra. Certa vez li um livro sobre a paixão e ressurreição de Jesus que trazia a seguinte pergunta: “será que aquele que correu do céu pra o ventre dela, não correria da morte para os braços da mesma mãe?”. Esta colocação me impressionou. Mudou minha imagem da ressurreição e deu mais sentido a ela. A partir daí comecei a imaginar a ressurreição como  encontro . Toda vez que me reporto à ressurreição, s

Caminho

Ah! Caminho de amor que traço, em companhia daquele que me faz seguir; caminho às vezes difícil, mas cheio de esperança e beleza, nem sempre clara aos meus olhos, nem sempre imaginável ao meu coração... Te conhece mais os pés do peregrino,do que o meu, de aventureiro. No entanto, o convite é o mesmo: iniciar!!! Por que tenho que percorrê-lo passo a passo? Porque não pede ser de saltos essa caminhada? Por que não tem carona? Porque é o meu caminho!... e também o de Deus!!!

REFLEXÃO DIÁRIA PARA A SEMANA SANTA. Vivendo com Jesus cada dia da semana Santa

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Viva + Jesus Domingo Amanheceu! É Domingo de Ramos, o primeiro dia da Semana Santa. Um dia de festa! Jesus entra em Jerusalém pelo caminho dos pobres, montado num jumentinho e acolhido por quem não tinha tapetes, por isso colhia ramos e estendia mantos no chão. Em Jerusalém o povo o aclama: “Hosana ao filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” Ele é a esperança entrando naquela cidade, a esperança de quem não tinha mais a que se agarrar. Não são os poderosos que o acolhem, mas as pessoas simples, as capazes de encontrarem força e esperança num homem que rejeita o cavalo e monta num burrinho para ser mais parecido com seus irmãos. Jesus foi corajoso. Jesus foi audaz. Jesus foi verdadeiramente um nobre, um rei, um grande, porque se apequenou sem rebaixar-se. Mas quando escurecer, ele volta para Betânia (Mc 11,11). Vai ficar com seus amigos Marta, Maria e Lázaro. A semana será difícil. Jesus precisa ficar com os amigos. Ele quer aproveitar c

Páscoa - Poema

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A Cruz doeu demais, O Calvário fez chorar. Eis que a vida silenciou, Para nunca mais se calar. Nascerá o sol, É ressurreição! Páscoa nova do novo Trazendo a salvação! Páscoa é tempo de anunciar: O céu continua vencedor, As trevas ficaram sepultadas, Venceu o amor! Viva Jesus que vive! Vive o Jesus de nosso amor! Oh, luz que resplandece! És, verdadeiramente, nosso Salvador!

Lá vem um jumentinho

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Lá vem um jumentinho, caminhando sereninho em meio à multidão. Lá vem um jumentinho, entrando na história sem disso saber, não. Vem pisando sobre roupas, sobre ramos, todos estendidos ao chão. Lá vem um jumentinho – sobre ele, a Salvação.   Jesus de Nazaré chega à cidade grande. Nela chega também o jumentinho. Jesus não vem ver o administrador, nem o sacerdote ou a opulência de alguém. Também o jumentinho não vem. Jesus vem encontrar-se com seu povo e falar-lhes do Reino de Deus. O jumentinho não fala, foi porque lhe escolheram os seus. Jesus entra pelo outro lado da cidade. Do lado dos esquecidos, dos sofredores, dos que só tem Deus por eles. O jumentinho é quem o leva.  Jesus entra na cidade para entrar em nossa vida. O jumentinho só entra na cidade, na verdade.   Lá vem um jumentinho! E sobre ele a salvação.   É, chegou a Semana Santa. Mas, muitos de nós, cavalga sobre as preocupações exteriores e frívolas. Claro que o jumentinho não vai t

A incógnita do antes e do depois

Nós chegamos e sairemos deste mundo abraçados à incógnita do antes e do depois: estou a intuir isto. Antes que existíssemos, que sabedoria plasmou nossas vidas? E quando morrermos, qual o destino daquilo que encontramos em nós e identificamos como a coisa “mais nossa” em nós mesmos? Por mais que esmiúce os detalhes do mundo vou repousar mesmo é nos braços da fé. Ela me indica os rastros Daquele que não pude ver, e neles encontro o sentido das atitudes para cada momento. Atitudes: é disto que se constitui a história. Atitudes não são o antes nem o depois, mas o agora, o durante, o acontecendo. Motivadas por milhares de sentimentos e de convicções, elas tendem à felicidade ou, no mínimo, à fosca imagem que dela se tenha. Felicidade talvez seja a palavra que a humanidade mais desejaria pronunciar simultaneamente com Deus. Entendo o falar de Deus como um eficiente fiat (faça-se)! Não há felicidade sem o amor. Por mais que queiramos não poderemos fugir a esta regra. Deus, que é am

Pequena carta a quem sofre a dor da morte

“Não consigo aceitar a morte de quem eu tanto amava. Queria apenas um minuto para lhe dar um beijo demorado e lhe dizer que a amo mais do que tudo nesta vida. Se pudesse, faria tudo diferente só para tê-la comigo novamente.” A morte é o maior paradoxo da existência humana, é a intrusa mais indesejável e inevitável que conhecemos. Não conversa, não avisa, não pede licença, não se desculpa. Simplesmente leva. E nos deixa um grande vazio. Instaura escuridão e dor onde havia alegria e amor. A força para ser feliz depois da morte de alguém não vem de nós mesmos. Vem de Deus e de quem nos estende a mão. O Espírito Santo é Consolador. O amor das pessoas também. Por isso, é preciso acolhê-los. Na dor da morte, acolher o amor que é vivo. Se você sofre a falta de quem foi, procure a presença de quem ficou. Em cada abraço, em cada palavra pode habitar a força que se precisa. A morte já é cruel demais ao levar pessoas que amamos. Não podemos deixá-la levar as coisas boas que nos dei

Olhemos para frente

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O ser humano carrega em si uma tendência muito forte ao passado, principalmente quando o passado carrega uma marca dolorosa. Os estudos nos dizem que quando somos feridos, nossa memória grava e reage toda vez que algo lembra daquilo. Sabedoria de nossa natureza e de nosso Criador! Mas é bem verdade também, que há algumas coisas das quais devemos nos libertar; que devemos, de fato, deixar no passado - aquela palavra infeliz que alguém pronunciou, aquele gesto indesejável, aquela atitude não tomada por alguém muito importante; sim, uma decepção, uma agressão, um desprezo, um erro, uma perda, uma mentira, um pecado... Nem sempre conseguimos nos desvincular destas realidades. Por vezes, parecem possuir a categoria de eternidade, porque a toda hora nos vem à mente e nos rouba de nós mesmos, fazendo-nos reviver os sentimentos dolorosos. O profeta Isaías (43,18-19a) diz ao povo: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu (Deus) farei coisas novas, e que já es

Seu coração não é uma bateria

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Recentemente tomei conhecimento de algo bem interessante. Diz respeito à música e ao coração. Você já deve ter ouvido o soar de um tambor. Não sei se fez esta ligação, mas o som instrumental que mais se parece ao coração é o de um tambor. Especula-se que este som é comum a todas as culturas e povos, justamente por causa do pulsar de nosso coração e o som que dele provém. Interessante, não é!? E olha que eu nem tinha percebido. Agora, compreenda o que eu andei pensando a partir deste conhecimento. Em nossos dias cheios de compromissos sobra pouco tempo para o silêncio e para o trivial. Nossa agenda feita de pequenos e grandes feitos nos suga do tempo. Ah, você não concorda? Deixa-me perguntar-lhe, então: quando foi a última vez que você ouviu o pulsar do seu coração? É, aquelas batidas que sincronicamente a gente ouve levando a mão para sentir sua serena vibração? Viu... Pocha, amigos, estamos esquecendo de viver... e culpando a vida por não nos avisar sobre as tempestades! Chegamo

Franciscos e Franciscas

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      Conta a história que São Francisco de Assis ouviu, no início de sua conversão, um apelo de Cristo: “Francisco, reconstrói a minha Igreja”. Dali em diante, o menino italiano começou um trajeto de descida. Descida até o mais miserável da realidade humana. Nas feridas e na fome do pobre, ele reencontrou o sentido da vida: viver é criar fraternidade. Ninguém mais pode ignorar a grandeza da vida deste povorello [1] .      Hoje assistimos um homem aparecer numa janela pedindo para ser chamado pelo mesmo nome. E ele é o Papa. Vimos nesse homem um convite universal à vida simples e doada ao próximo. Não sei como será seu pontificado, mas creio que seus gestos, como a oração que fez por Bento XVI e o pedido da bênção ao Povo, revelam que aquela fumaça que vimos na chaminé da Capela Sistina não vinha de fogo de palha, mas de um sim convicto de que fé só tem sentido se leva cada pessoa a oferecer o seu melhor para ver os outros felizes.       Nós católicos estamos precisando de u

Oração pelo Conclave

C risto, Mestre e Senhor, O lhai por Vossa Igreja e por N ossos Cardeais. C oncedei a eles o Espírito que procede de Ti e do Pai. L evai-os ao santo discernimento, A vivai a caridade pastoral de cada um. V ocaciona-os, na escolha que farão, ao serviço E m prol da vida de todo irmão e irmã. Amém!

Mensagem do dia da Mulher

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Hoje é dia de entregar flores, Falar de sonho, de amores E de escrever poesias. Hoje é dia de sorrisos longos, Abraços alegres, E de lavar a louça sobre a pia. Talvez seja assim que a maioria Pensamos neste dia. Talvez seja assim que boa parte delas De mínimo esperaria Dos que são seus filhos, seus companheiros e sentinelas. Mas a data de hoje é a memória De um marco na história Que nada tem de glória. Oito de março é o dia da mulher “tecelã” [1] Da mulher sem “fã”, Da mulher que mudou sua trajetória. O número da mulher de hoje não é “manequim 32” Como desejaria o perverso modelo do consumo. O número da mulher de hoje é aproximadamente cento e trinta. Cento e trinta trabalhadoras de Nova Iorque, Cento e trinta vidas da humanidade, Cento e trinta “chamas” da igualdade. Não procure a mulher do dia de hoje Nas músicas que você ouve no rádio, Você não vai encontrar. Qualquer canção que a queira descrever Tem que no mínimo dizer: “Por ti, vale à pena mudar

Deus tem tanta paciência comigo!

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Estou com uma passagem bíblica feito bumerangue na minha mente e no meu coração. Lucas 13,6-9: E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’ Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’” . Sabe o que quer dizer esta parábola? Que Deus tem muita paciência com a gente! A presença de Cristo em nosso meio, sua vida, morte e ressurreição faz dele esse vinhateiro que intervém em favor da figueira. A figueira somos você, eu e todos os nossos irmãos. Na lógica do mundo - naquela lógica que você e eu usamos muitas vezes para com nossos semelhantes - cortar e matar a figueira é a atitude mais certa. Afinal de contas, ela não dá frutos

Liberdade para Aprender - Carl Rogers

Liberdade para Aprender  foi a primeira obra de Rogers traduzida no Brasil, na década de 70, e foi o desenvolvimento de inúmeros artigos escritos anteriormente, com algumas inovações acrescentadas. Via-se na época duas formas de aprendizagem: uma didática, em sala de aula e com rígidas instruções, e outra natural, espontânea, em que se aprende através do convívio e troca de experiências. Ele propõe o ensino centrado no aluno, partindo da premissa de que os seres humanos têm potencialidade natural para aprender. O professor não deve ser o foco do processo de ensino-aprendizagem. O ensino, ao contrário, deve centrar-se no aluno. O aprendiz deve entrar em real contato com os problemas importantes de sua existência e ter liberdade para aprender. Como bem se sabe, Rogers definiu aprendizagem como sendo uma "insaciável curiosidade" inerente ao ser humano e que a sua essência é o significado, o que significa que o foco está no processo e não no conteúdo da aprendizagem. O profe