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Mostrando postagens de outubro, 2012

Roubar um sorriso

“Roubar um sorriso”, que expressão bonita!   Quisera poder ser sempre assaltado deste roubo que mais concede do que leva. Só os amigos podem fazer isso, só os amantes conhecem esta arte. Roubar um sorriso não é provocar gargalhadas, nem fazer rir, é apenas ver aquela coisa bonita no rosto da pessoa que a gente gosta misturando-se com a surpresa, timidez e recatada entrega. Aí está o seu encanto: na sinceridade, fragilidade e inocência de sua irrupção. O sorriso é um reflexo do ser que tem a capacidade de abstrair os fatos e devolvê-los como síntese de uma vida esmerada no bem querer. O sorriso conquista. Nós precisamos conquistar para podermos ser felizes: o apaixonado sua paixão, o pai seu filho, o professor seu aluno, o amigo seu amigo, o padre seus fieis, o poeta seus leitores, o cantor seus fãs... os sorrisos são as estrelas do céu da alma. Deixe de fazer muita coisa, mas não deixe de sorrir para quem te ama. Se você soubesse a força do seu sorriso, emprestaria da sua infân

O Universo é ou não amistoso?

Perguntaram para Einstein qual era, para ele, a pergunta mais importante a ser respondida pelo ser humano. Sua resposta foi: “O Universo é ou não amistoso?” Senti-me convidado a chamuscar uma resposta. Vale mais as questões que dela nasceram. Ficou ainda, grande parte sedenta. Deve-se falar com precisão sobre o que se conhece, com fé sobre o que se crê, com ousadia sobre o que se propõe e com coragem perante o que desafia. Quem é o universo? Um ser? Que ser? Um lugar? Mas de quem? Um acidente? Por quê? Estou a pensar no desconhecido, do qual tateio a humana ousadia de, na fé, ter a coragem de afirmar o mistério. Amistoso ou não, o universo aí está. E nós somos aquele que toca sua campainha. Na terra, se comparada sua existência dentro do percurso de 24h, nós seres humanos, surgimos no último segundo, do último minuto, da última hora. E talvez a terra seja tataraneta do universo. Como conhecê-lo? Somos seres predestinados a micro cosmicamente dizer tudo sobre tudo que permeia as co

PORQUE ESCOLHI O LEMA: "Testemunhar o Evangelho da graça de Deus" (At 20, 24 c).

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“Respondeu-lhe o gato: para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve...”. Esta conversa entre Alice e o gato no livro de Lewis Carroll, retrata você e eu diante das mais bonitas, desafiadoras e decisivas opções da vida. Amigos, cheguei a este momento: Vou me Consagrar definitivamente a Deus como Oblato de São Francisco de Sales. Precisei decidir, na liberdade e responsabilidade próprias de nossa vida. E para esta decisão, escolhi um lema: "Testemunhar o Evangelho da graça de Deus" (At 20, 24 c). Um lema é um itinerário na vida da pessoa e o espelho onde ela sempre se vê para permanecer fiel ao que se propôs. Quando alguém elege uma frase, uma palavra ou uma expressão, quer dizer para si e para os outros, por onde deseja seguir e como seguir. Escolhi este lema com bastante discernimento. Perguntava-me como quero viver minha vida de Consagrado Oblato? Como apresentar aos meus amigos e irmãos na fé, meu propósito de vida? Que pensamento, frase ou ensiname

O Sacramento da Penitência e o ato da Confissão

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Para nós não é novidade a preocupação, a hesitação e o medo da confissão de nossos catequizandos. Nos planejamentos para a Primeira Eucaristia tudo vai muito bem, com grandes expectativas e perguntas alegres e variadas da parte deles. Mas, basta tocar no assunto da confissão e eles parecem dar um passo atrás, o empolgamento cessa. Se pudessem, não a fariam, não se confessariam. Até nós, às vezes, também pensamos: “É, nem sei se eles tem pecados pra se confessarem,... talvez, se não fosse preciso se confessar, seria mais fácil,... será que não teria como o padre dar a absolvição a todos de uma vez só?...” Sim, muitos de nós não tem tanta familiaridade com este sacramento e ainda se sente desconfortável. Isso não é erro, faz parte do processo de amadurecimento na fé, não há porque ter vergonha de admitir, mas precisamos crescer. Um modo de fazer isto é rezando, exercitando-se no sacramento e refletindo. Vou agora então, oferecer uma reflexão simples, elencando alguns pontos, que talvez

Cuidando dos adultos! Cuidando das Famílias!

No primeiro texto sobre o tema Catequese e Família, abordei o movimento que pode ser feito pela catequese em busca das famílias e do conhecimento dela, e procurei esclarecer qual a missão da catequese neste âmbito. Agora, no presente texto, quero ir mais profundo e refletir o tema “família” no contexto atual, tratando de aspectos mais amplos que no texto anterior, mas igualmente necessários. Creio que nossa outra conversa abriu espaço para o que apresento na sequencia. Boa leitura. Anotem aspectos que gostariam de apresentar ao grupo e que consideram mais importante salientar. Vamos lá então? Legal!... Que Deus nos conduza com seu Santo Espírito! Tenho ouvido falar que nos dias de hoje as pessoas estão mais frágeis, que não estão preparadas para encarar os desafios da vida, que nossos avós pareciam pessoas muito mais fortes, cheias de fé, convictas de tudo o que ensinavam e preparadas para dar cumprimento ao que nos transmitiam. Será que é assim mesmo? Eis uma questão bastante co

A Catequese e a Família

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          Quando me encontro com os catequizandos de nossa paróquia, sempre lhes pergunto: e a família, como está? Geralmente as respostas são semelhantes: “Está bem!” “Está tudo bem sim!” “Tudo tranquilo!”.   Às vezes ela muda um pouco: “ Está tudo bem, só fulano que tá um pouco doente...” “Ah, você já sabe...” “Está bem, mas, sabe né, fulano vive pegando no meu pé...”. A pergunta parece simples e corriqueira, mas não é, nem tem a pretensão de ser. Ao perguntar, desejo ir mais longe, ressaltar que a família deste catequizando é importante para nós, Igreja, e que não existe uma pessoa feliz, sem a felicidade e o bem das pessoas que fazem parte de suas relações mais intimas e profundas, em outras palavras, estou interessado no bem de sua família, pois é o bem dele também. No entanto, cada dia tenho percebido um distanciamento crescente das famílias em relação à Igreja e à Catequese. Então surge uma pergunta: por que a catequese, sendo essencialmente boa, visando a formação religiosa

Adolescência

A adolescência é uma graça na vida do ser humano, uma graça que alcança cada pessoa em particular e atinge as demais que a circundam. Assim como a maioria das graças, muitos só vão reconhecê-la depois de muito tempo. Talvez porque não compreenda sua importância dentro da construção da personalidade e da identidade do sujeito. Ou porque não tem boas lembranças de sua própria adolescência. Ou ainda por estar fechado a tantas outras coisas importantes da vida, que esta é só mais uma. Vamos agora discorrer sobre essa fase da vida, compreendendo-a como graça e identificando alguns fatores e possíveis atitudes a serem tomadas. 1)       A adolescência é um momento de transição muito forte, que desconforta, mas também gera muita esperança, que desafia e projeta sonhos. Transição, passagem, mudança, são palavras que remetem à movimento, à ação de mexer com as coisas, tirá-las do lugar. Dito isto, podemos passar a refletir sobre o que é necessário para que aconteça essa transição, e então le

Como uma tela diante do pintor

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Santa Margarida Maria Alacoque ( 22 de julho de 1647 - 17 de outubro de  1690), confidente do Sagrado Coração de Jesus, nasceu em Verosvres, na França e ficou órfã de pai ainda criança, tendo uma infância e adolescência sofrida. Quando jovem, viu-se atraída pelas coisas comuns da sociedade, mas o apelo a uma vocação especial foi mais forte, por isso entrou na Ordem da Visitação de Santa Maria (Annecy, França, 1610), fundada por São Francisco de Sales e Santa Joana de Chantal. Uma Ordem de clausura, devotada ao silêncio, à oração e à Virgem Maria. Margarida quis viver uma vida simples e nessa simplicidade servir ao Senhor. Eis que, certo dia, a moça de coração simples viu-se surpreendida pelo Cristo que aparecia diante dela e lhe dizia: “põe teu coração no meu e o meu coração no teu. Não tenhas medo de abraçar a cruz. Tens também meu ombro e minha força. Eu sou Jesus” (Pe. Zezinho). Santa Margarida Maria viveu numa época em que vigorava uma nova doutrina na Igreja da França: o