Padre Nildo Moura de Melo, OSFS

Quando a dor dói demais Nas palavras busco paz. Me debruço na canção Que traz carícias ao coração. Nem sempre o sofrimento vai, As vezes ele fica aqui. Mas a palavra faz-me tenda, Repouso um pouco ali. A palavra me abriga, E ela também me liga À razão do meu viver. A palavra ainda briga, E me joga para a lida: É preciso mais que ouvir e dizer!

Nasceu uma criança, Por favor, silêncio!  Ela, serena. dorme. A Criação inteira recolheu a palavra Para só contemplar a grandiosa pequenina  Mensagem do céu. Uma criança é a mensagem de Deus, Ela é o que a gente tanto procura. Ela tem os nossos sonhos mais profundos E o sentido para cada coisa que vivemos. Nasceu uma criança! Para conhecê-la é preciso ir até Belém. E Belém está em nós, no mais profundo do ser, Onde nos encontramos conosco mesmo  E com o Supremo Bem. Nasceu uma criança! Ela revela a grandeza Daquele que tudo fez. E outra vez nos recorda o segredo da felicidade: No caminho da vida é preciso muito amor,  Muito amor e bondade. Nasceu uma criança! Seu nome é Jesus,  Sua missão é fazer o mundo melhor. Se fez pequeno para dar lugar ao que é grande: Maior do que Deus só o amor que Ele tem,  O amor que Ele é. Nessa manjedoura que você vê Repousa a paz do mundo, a paz que tanto procura. Silêncio, por favor!  É co

Na luz do sacrário, Banhado pelo suor diário, Eu falo com Jesus. Na sua casa vejo o altar, Sou convidado a comungar, E falo com Jesus.     Nos desassossegos desta vida, Nas mãos as flores colhidas, Eu vejo Jesus. Em minha casa, no meu pão, o silêncio, na multidão, Eu vejo o meu Jesus.     Quando vem a noite ou nasce o dia, Envolvido na correria, Ainda ouço Jesus. No grito de “socorro” que escuto, Na mãe que está em luto, Ouço o meu Jesus.   Vou deitar vem a saudade, Lembranças sem maldade, Então toco Jesus. Quando o choro me atormenta, Alguém me cumprimenta, Toco em Jesus.     No alimento partilhado, No casal apaixonado, A fragrância de Jesus. Nas lindas flores do jardim, No incenso do trabalho, é assim: A fragrância de Jesus.     Todo dia eu falo, vejo, ouço, toco e sinto a presença de meu Deus. Ele que sempre fala, vê, ouve, toca e sente também os filhos seus. Esse amor que falo, vejo, ouço, toco e sin

Foi dado ao coração a faculdade de sonhar. É como uma pipa que leva o nosso olhar para o alto na valsa da inocência da brisa, da rispidez do vento, da inabilidade do menino sapeca e contente. Foi dado ao coração a faculdade de sonhar. Entre os montes das alegrias e tristezas corre o riacho dos sonhos. Ele banha o vale da existência e faz verdejante as áridas experiências que não foram possíveis esquivar-se. Ele faz a gente acreditar no mar mesmo quando estamos acampados no deserto. Foi dado ao coração a faculdade de sonhar.  É como a música que nos rouba de nós mesmos e nos banha de emoção. Igual a canção que nos transporta para ontem e amanhã rompendo com a precisão que nos circunda. Foi dado ao coração a faculdade de sonhar. E ele sonha para não deixar de ser coração. Como o órgão que bate no peito, o coração se bate contra os “nãos” da vida. E acredita que um dia irá vencer. E será linda sua vitória, será amor, será paz, será simplesmente o que não se pode explicar. Foi

Os amigos são importantes em nossa vida. Eles nos ajudam a construir nossa história, a conquistar nossos sonhos e fazem parte dos momentos mais significativos da nossa existência, bem como daqueles que consideramos triviais. Amigos são pessoas que parecem da família porque nos identificamos com eles e partilhamos nossa caminhada na mútua e recíproca confiança, fidelidade e liberdade. São Francisco de Sales foi uma pessoa de grandes amizades. Sua mansidão, sabedoria e zelo para com as pessoas as atraiam para mais próximo dele. Francisco relacionava-se com muita gente, encontrando-as e escrevendo a elas. Fazia-se amigo de todos para conduzir à amizade com Deus. E também buscava pessoas com as quais pudesse compartilhar as coisas de sua vida, de seu coração. Para ele a amizade é um caminho de santidade. Ensinava que os amigos podem mutuamente se animarem e conservarem os santos exercícios da fé. Em meio às dificuldades que temos que vencer, os amigos “se parecem com os viajantes qu

O PAI AFLITO Quando será que você volta? Hoje de novo eu te espero. As horas passam e eu me vejo Pensando sempre em você, Porque sua casa é meu coração. Nunca pude acostumar-me com sua ausência. Sem o seu jeito, seu sorriso Ficou um vazio sem par Que só chegará ao fim Quando você voltar. Eu não vou cobrar você, Não vou julgar nem castigar. Eu só quero você aqui E a vida sorrindo de novo. Porque eu só quero teu amor E amar-te aqui como outrora. Volta, filho, volta logo! Estou a lhe esperar. Vem ficar comigo, Ninguém ocupou o teu lugar. Talvez você não saiba, Mas todo dia fico à porta. Sonho com você voltando E me chamando de Pai. Vou cuidar dos outros que amo Troco os nomes, por você chamo. Quando será que você volta? Será que você está sofrendo? Volta, filho, volta logo! Vou com você recomeçar. O FILHO CONTRITO Sei como é o coração do meu pai, Ele vai me acolher se eu voltar. Mas o que eu vou dizer Quando

Sem amor, o homem nada é! O sorriso – é amor A poesia – é amor Um gesto de ajuda – é amor A preocupação com o outro – é amor Se o desejo é de ver o outro feliz, então é amor! Sem amor, o homem nada é! Repartir o pão – é amor Saciar a sede com um copo d’água – é amor Escutar com paciência – é amor Cantar uma inocente canção – é amor Se o desejo é de ver o outro feliz, então é amor! Sem amor, o homem nada é! Pronunciar uma palavra de ânimo – é amor Fazer companhia – é amor Ser franco e confiar – é amor Acolher segredos como flores do campo – é amor Se o desejo é de ver o outro feliz, então é amor! Sem amor, o homem nada é! Encantar-se com a fragilidade – é amor Reconhecer a grandeza – é amor Dar um candente abraço – é amor Recomeçar junto – é amor Se o desejo é de ver o outro feliz, então é amor! Sem amor, o homem nada é! Priorizar que não tem prioridade – é amor Dar o coração a quem o roubar – é amor Gratidão – é amor Grat

A vocação vem do coração de Deus Que no amor escolhe, chama e envia. Para servir e anunciar o Evangelho: Profecia, Esperança e Alegria. “Eu vim para servir” (Mc 10, 45), Disse o Senhor. Estamos nós aqui, Como Ele, para servir! A Abraão, disse Javé: “Sai da sua terra, do meio do seus, da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei” (Gn 12, 1). Enviou em missão para servir. Aos Doze e a todos nós, disse Jesus: “Vocês devem lavar os pés uns dos outros” (Jo 13, 14). “Vocês devem lavar os pés uns dos outros” (Jo 13, 14). Enviou em missão para servir. O Espírito sempre diz que “se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já justifica o dom da minha vida” (EG 274). E envia em missão para servir.

Há pessoas que absorvem muito as coisas ao seu redor, tem um sentido aguçado para a essência humana. Vão além do que é imediatamente dado, das aparências, vêem na retina dos olhos o cenário onde a vida se faz, onde a vida singular se apresenta e sonha. Pessoas assim são agraciadas com o dom de chegar rápido aos corações. Elas conhecem, mesmo sem saber, a via do sentido da vida ou, ao menos, dos anseios humanos. Pessoas assim também colhem o ônus da solidão em vários momentos da vida, pois, sendo sólida sua maneira de amar, não se encaixa em todos os modelos de vida. Pessoas assim são frequentemente agredidas e sentem de uma forma muito mais profunda. É porque se importam com os outros realmente. Então as palavras lhe são fortes, os gestos caros, os sonhos se entrelaçam com quem tocou a epiderme da alma. Elas são sempre uma preciosidade, mas quem não está atento, acaba não valorizando. Mesmo assim, o brilho que trazem não diminui. Ao contrário, atrai. Elas ouvem o que o s

Quando a chuva vem serena, Sereno deixa o coração. Seu tilintar na face da terra É como uma harpa que inebria a emoção. E lentamente penetrando Vai levando pro fundo dos sonhos A vitalidade da criança, Que um dia adormecera Contando as gostas que não via, Da chuva que descia Lá fora. Quando a chuva vem serena Sereneia este mundo louco. Parece tão pouco Mas pouco não é. Desperta a vida nas secas pastagens, Nos campos longínquos, Nas verdes ramagens. Nos jardim das casas, Em torno das vargens. Nas praças da cidade, Nas duras realidades. No coração do homem E na sua saudade. A chuva é resposta do céu Ao broto que  ansiosamente Esperava uma chance. O céu é sempre pródigo Quando se trata de apostar novamente. Chove alturas Para que as alturas  Se façam vertentes. E jorrem o que receberam Doce e alegremente. No coração do homem Às vezes também chove. E se vem serena Sereneia, comove. Não é pouco, E se pouco fosse,  Mesmo ass