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Mostrando postagens de novembro, 2016

Espiritualidade da Manjedoura

Inicia com a oração – Pai nosso, Ave Maria                                             Animador: Um dos elementos importantes da cena do Natal de Jesus é a manjedoura. O Evangelho nos conta que, não tendo onde reclinar o menino, sua mãe o enrolou em faixas e o pôs na manjedoura. Vamos, na asas da poesia, tentar dar vida àquela Manjedoura e ouvir dela mesma o que sentiu ao receber o próprio Deus feito criança. Palavras da Manjedoura   (Alguém declama a poesia, se possível , com acompanhamento musical) "Eu não imaginava que seria escolhida. Imagina! Quando é que pensaria que naquela noite iluminada, em mim, se confirmaria, a maior das profecias. Confesso, eu não entendia porque aquele pobre casal que chegava de viagem, deitava sobre mim aqueles panos, enchendo-me de uma estranha coragem. Mas, de repente, eu ouvi no silêncio da noite clara, singelo, puro e verdadeiro, um choro que desatara. Então eu vi aquele homem soluçando, eu vi aquela mulher sorrindo entre l

Um amor ativo que iguala

O amor é naturalmente ativo ou não é amor. O amor iguala os amantes. O caminho de Jesus é o amor (Cf. S. Fco. de Sales). Em Mateus 8,5-11 o oficial romano é modelo de fé porque ama seu servo. Por isso o servo fica na estatura dele e ele na estatura do seu servo. Se havia uma diferença porque um era o chefe e o outro o subordinado, o amor rompeu com esta barreira. E, porque é sempre ativo, o amor levou o oficial a percorrer longa distância até Jesus. Diante do Senhor, ele se fez subordinado porque seu coração já o havia igualado ao empregado amado que sofria aquela dura paralisia. Jesus admira aquela fé motivada pelo amor. E também se iguala ao oficial e ao empregado ao amá-los. O seu ativo amor realiza o milagre. Sim, o amor é naturalmente ativo e nos faz iguais ao que amamos.

Bordando gratidão

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Um anjo entrou no quarto de Deus e o viu sentado, concentrado, com óculos baixos sobre o nariz e agulha na mão. "- O que o Senhor está fazendo?" "- Estou bordando!", respondeu Deus. "- Bordando o quê?" "- Bordando gratidão."  "- Gratidão?" Perguntou surpreso o anjo.  "- O Senhor está bordando numa colcha ou toalha?" "- No coração humano, meu anjo." "- Mas, Senhor, porque não pediu para um de nós?" "- Porque tinha que ser eu! Estou bordando a gratidão por dentro do coração humano. Não sei se vocês conseguiriam fazer isso." "- Explica-me melhor, meu Senhor, porque ainda não entendi." Disse o anjo. "- Veja! Estou bordando por dentro. F ora do coração ficam só os fios deste bordado, as tranças, os nós. Bonitos também, mas a gratidão está bordada dentro do coração.   Quem quiser revelá-la terá que mostrar o avesso do seu coração." "- O avesso do coração? A

Beleza e Esperança

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Jesus fala-nos hoje de uma beleza que supera à do Templo e a de qualquer coisa construída por nossas mãos. Aponta para admirarmos uma riqueza que o tempo não estraga nem as leis da natureza podem corromper: Deus, que habita em nós e nos pede para amar e fazer o bem. As palavras de Jesus nos trazem esperança, mesmo em meio às catástrofes e destruições que muitos usam para amedrontar o povo. Não escute os profetas da desgraça! Não escute! Deus é Senhor de tudo o que há e jamais permitirá que o mal dite o fim da história. É o amor Dele que conduz a nossa existência. Só este amor é que determinará o fim de tudo o que existe. Foi este amor que fez tudo que há de belo e será este amor que, a seu tempo e seu modo, plenificará de beleza, paz e bondade nossa história e nossa vida. Escute e tome para si esta palavra de Esperança que vem de Jesus. (Cf. Lucas 21, 5-11)

Olhai as abelhas do campo - Espiritualidade Salesiana (Tratado do Amor de Deus)

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No Tratado do Amor de Deus , São Francisco de Sales ensina todos os cristãos àquilo que exercitava em sua vida e na vida de suas amadas Filhas da Visitação. Como um dia Jesus disse, “olhai os lírios do campo” (Mt 6,28), Francisco de Sales nos ensina, dizendo: “olhai as abelhas do campo”. “A abelha na primavera vai voando de flor em flor não ao acaso, mas de propósito; não somente para se recrear com o aprazível matiz da paisagem, mas para procurar o mel, e, tendo-o achado, suga-o e dele se carrega. Em seguida leva-o à colmeia, dispõe-no artisticamente, separando dele a cera e fazendo com esta o favo no qual conserva o mel para o inverno seguinte. Tal é a alma devota na meditação : vai de mistério em mistério, não de passagem, nem mesmo só para se consolar com a admirável beleza dessas divinas verdades, mas com o intuito de encontrar motivos de amor e afetos, e, tendo-os encontrado, os atraí a si, os saboreia, e deles se carrega e, resumindo-os e dispondo-os dentro do coração, põe de

O meu amado é meu - Espiritualidade Salesiana (Tratado do Amor de Deus)

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“O amor que dedicamos a Deus tem a sua origem na primeira complacência que o nosso coração sente quando, ao aperceber-se da divina Bondade, começa a tender para ela. Quando aumentamos e reforçamos esta primeira complacência pelo exercício do amor, atraímos ao nosso coração as perfeições divinas e gozamos da divina bondade pela satisfação que nela encontramos. Sentimos então o contentamento amoroso que a Esposa sagrada exprime assim: ‘O meu amado é meu’” (TAD V,III). Amar é pertencer ao amado. A mãe é mais dos filhos do que de si mesma. Um grande amigo acaba sendo mais do outro do que de si mesmo (principalmente quando este precisa dele). A esposa e o esposo se pertencem tanto que já não são dois, mas um só. E nossa relação com Deus conhece o mais alto nível de pertença que é aquele descrito por São Paulo: “Tal era também a paixão amorosa de S. Paulo, o grande apóstolo e amigo de Jesus, que dizia:  Eu vivo, ou para melhor dizer, não sou eu já quem vive; mas Cristo é que vive em mim;

Nem sempre preferimos a Deus - Espiritualidade Salesiana (Tratado do Amor de Deus)

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No caminho do amor a Deus ocorre muitas vezes de cairmos. Na linguagem da fé dizemos “pecar”. Quem cai no caminho geralmente é porque distraiu-se. Prestou atenção demais em outra coisa deixando o caminho e o objetivo. E isso pode acontecer com todos. Essa distração maior leva ao pecado, um rompimento com a Caridade. O pecado venial “priva-nos da intimidade espiritual que a caridade incita” (TAD IV,II), porque nos leva a fazer coisas fora de Deus e da sua vontade (TAD IV,II). Já o pecado mortal é um desprezo de Deus (TAD IV,IV), é preferir a criatura ao Criador. E este é grave porque, “entre todo os amores, o de Deus deve ser de tal modo preferido e extremado que não havemos de pôr dúvida e abandoná-los a todos por este” (TAD X,VII). E, se pecamos, não é por culpa de Deus, bem como, nossos acertos não só unicamente méritos nossos. A santidade é uma relação com Deus, uma amizade fecunda em que os amados dão e recebem. Deus sempre tem muito mais a nos oferecer, mesmo assim, deseja e

Como Deus deseja que o amemos - Espiritualidade Salesiana (Tratado do Amor de Deus)

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São Francisco de Sales escreve o Tratado do Amor de Deus citando muitas vezes o livro bíblico Cântico dos Cânticos, que fala do amor entre dois jovens, para mostrar-nos como Deus deseja o nosso amor. A Sulamita é a personagem principal do Cânticos dos Cânticos . É chamada de amada e é descrita como a mais formosa entre todas as mulheres (Ct 1,8; 4,1.7; 6,4). Sua coragem e a fidelidade ao amado é a característica que nosso São Francisco inúmeras vezes ressalta em sua obra. A Sulamita é a Igreja, é cada alma, cada pessoa que ama a Deus. O amado é Deus, a quem devemos abraçar e jamais largar (Ct 3,4b). A Sulamita é uma mulher apaixonada que nada mais quer do que unir-se a seu amado. E o amado quer o mesmo. Os dois se procuram, se elogiam, se desejam, unem-se: “Arraste-me com você, corramos!” (1,4); “Vou levantar-me, vou rondar pela cidade, pelas ruas, pelas praças, procurando o amado de minha alma” (3,2); “Você roubou meu coração, minha irmã, minha noiva” (4,9); “Como você é bela, co

VIDA DA SANTA CARIDADE - Espiritualidade Salesiana (Tratado do Amor de Deus)

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Lá na aldeia, onde a multidão não alcança, encontrei uma simples senhora. Ela ama a Deus e, por amor a Ele, ama tudo o que existe, todo dia, a toda hora. É uma aldeia pequenina, princesa do campo, com as alegrias e os prantos de um simples cotidiano. E a humilde senhora é assim também. Como ela, nunca vi ninguém.   De longe se avista a fumaça da chaminé, de perto: ternura no olhar. No fogão uma chaleira, no coração fervendo o desejo de só amar. Não se esquece de pensar em Deus a cada quarto de hora. E é tão tranquila sua devoção, valente sua fé. Sua imagem em mim demora, é igual a um retrato de como ser o que Deus quer. Ela cuida de sua casa como se cuida de um palácio. Trata a cada um como se fosse um rei.                      É delicada com as plantas, com os bichos também. Um pouco para quem chega, sempre ela tem. Pobre e humilde, alegre e vivaz, de nada murmura, de ninguém desfaz.                                              Cedo se levanta, cedo vai deitar-se: sabe q

Deus não esqueceu o teu sonho

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Pode até ser que sim, você esqueceu. Mas Deus, não. Se você tinha um sonho, um sonho bom, um sonho certo, um sonho feliz, Deus não esqueceu. Às vezes sonhamos com coisas que não vão nos ajudar. São fantasias, fazem parte de um momento, nem eram tão bons assim. Graças a Deus que não aconteceu! Mas se o sonho era mais que sonho, era um chamado, era necessário, era para você, ainda que você desistiu dele, o ignorou, abraçou outros caminhos, ainda assim, Deus não esqueceu. Qualquer hora dessas Deus te surpreenderá. Talvez ele esteja fazendo isso agora com este pequeno texto. E, se isso acontecer, vai em frente, mergulha de cabeça, faz acontecer! Deus não esquece o que ele mesmo semeia. Se você tinha um sonho e esse sonho era coisa de Deus, pode esperar, algum dia baterá de novo à sua porta. Se apresentará como oportunidade. Deus não esqueceu o teu sonho, Ele tem sonhado por ti, tem sonhado contigo. Porque Deus é um sonhador, que sonha fazendo acontecer a felicidade de seus fil

Cristo, Rei do Universo

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A liturgia da Igreja celebra neste domingo Cristo, Rei do Universo. E vejam como é este rei e que coroa ele usa! Jesus é declarado rei no monte Calvário. O monte Calvário é o “monte dos amantes”, nos explica São Francisco de Sales. Ali, a Igreja e o Senhor se encontram. O Senhor morre por amor e a Igreja recebe a vida na morte de amor do seu Salvador. E qual a identidade do rei coroado de espinhos? É Misericórdia. O ladrão que se arrepende entre com ele no paraíso. Na cruz o Senhor perdoa, acolhe e devolve a dignidade de filho de Deus. Sua autoridade existe para ser misericordioso com os miseráveis desta vida. Ao celebrar a festa de Cristo, Rei do universo, a Igreja nos lembra que temos um Rei. Novamente São Francisco de Sales nos explica, fazendo uma singela comparação: sem uma rainha, as abelhas ficam inquietas. Meus amigos, nossos sentidos, nossa mente e nossa vontade são como abelhas místicas. Até que não tenham um rei continuarão inquietas e desorientadas. Nossa família, noss

Silêncio, beleza e proximidade

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Meu coração: Você me fala do silêncio Como sendo uma grande presença. Meu amigo, não consigo concordar, Porque, para mim, Silêncio se veste de nobreza Só quando entra no vagão da poesia, Mas no real da vida ele é ausência e de ausência já estamos preenchidos. Meu amigo: É isso que você realmente pensa? Meu coração: Sim! Sem presença, o silêncio é ausência. Meu amigo: Mas, se juntarmos nossas ausências, entre elas haveria nossa presença, e isso as exorcizaria. Meu coração: É bem isso, meu amigo! Meu amigo: Mesmo que não houvesse palavras? Meu coração: Sim, mesmo que não houvessem palavras, só presença. Meu amigo: É lindo o que me dizes, É bonito o que agora sinto, Já não sou mais solidão. Meu coração: O belo é como a doçura de uma prolongada estação, meu amigo. Meu amigo: Verdade! A beleza sempre envolve, o que é belo nos rouba, é maior que nós. Meu coração: Nos surpreende, Nos encanta Seduz,

Parábola da abelha e da rosa

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Uma abelha sobrevoava o jardim, quando encontrou uma rosa e pousou sobre ela. Sedenta, embebeu-se de néctar. Então voou. Foi na colmeia deixar o que havia recolhido.  Depois, voltou e pousou sobre a mesma rosa.  A rosa, não acreditando no que estava acontecendo, perguntou à abelha: - Por que você voltou?  N ão tenho mais doçura. Há tantas outras rosas que a tem em abundância? Por que você voltou? - Eu voltei por causa de sua doçura. Ainda que eu pouse somente sobre você e precise esperar a próxima primavera para receber um pouco deste doce néctar, é contigo que quero ficar. Essa parábola fala da amizade. Amigo é assim, quando deixa uma doçura em nossa alma, ainda que depois só encontremos o esforço de suas folhas e de suas pétalas diante dos desafios da existência, aquele doce que um dia a alma experimentou - bondade, gratuidade, compreensão - companheirismo - jamais esquece. E enobrece a sua amizade recordar que, quem foi um dia fonte de doçura, depois de  três estações volt

Sete Mártires da Visitação

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“Por causa do meu nome, porque   eu   escolhi   vocês   e as   tirei   do   mundo” (Jo 15,21;19c), por isso fazem de vós Mártires. São Francisco de Sales nos ensina: “Todos os mártires morreram pelo amor divino” (TAD VII, X) e quase todos morreram em oração (TAD VII, IX). E morreram não porque quiseram a morte, morreram para realizar a vontade de Deus, ou seja, amar a ponto de dar a vida por quem ama (Jo 15, 13). “O martírio é sempre martírio, é um ato excelente de amor e coragem (TAD VIII, IX). “Sua partida foi tida como uma desgraça, sua viagem para longe de nós como um aniquilamento, mas elas estão em PAZ. Só os que nele confiam COMPREENDERÃO A VERDADE, permanecerão junto a ele no amor” (Cf. Sb 3,2-5). Elas morreram para o mundo, no martírio, para viver em Cristo. Morramos hoje para o egoísmo, para a ganância, para a insensibilidade, para a arrogância, para a prepotência, para o orgulho e VIVAMOS para Cristo! Esta é a grande mensagem das Sete Mártires da Visitação. Hi

Pela janela do ônibus

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Pela janela do ônibus Acompanho o caminho  Que se mostra à luz do sol. O crepúsculo vespertino,  Anuncia o negro véu, Despedindo-se com o arrebol. Sinto que olhei para fora até aqui, Mas as coisas de fora  Me olharão no percurso que resta. O caminho é bonito As palavras não têm pressa, A alma encontra aresta. Aconchego-me na poltrona, No balanço das curvas de quem vai. E os olhos cerram vagarosamente Como o suspiro que sai Pra dizer ao coração: "Aquieta-te assim contente". Quem sabe da alegria ao chegar Vê diferente o percurso que faz. E descansa no cansaço do caminho Levando consigo a ternura da paz. Quem sabe do amor que em si leva Não deixa jamais quem ficou para trás. Pe. Nildo Moura de Melo, OSFS