Padre Nildo Moura de Melo, OSFS

Os adultos são engraçados: quando eram crianças queriam ser grandes. Agora falam que a vida de criança é que é boa. Queriam fazer as coisas de pessoas grandes e hoje não gostam das coisas que fazem. Queriam escolher sozinhos quem amar e com quem andar. Hoje brigam com quem amam e andam com quem não querem. Os adultos são bem engraçados: brigam na frente da gente e esquecem como era ruim quando os pais brigavam na frente deles. E ainda nos pedem para não esquecer o que nos dizem! Ficam loucos quando a gente quebra uma taça, um vaso, um quadro, mas nem ligam se vão quebrar nosso coração com suas palavras ditas sem pensar, no calor da raiva. Os adultos têm muito de engraçado: dizem que dariam a vida pelos seus pequenos, mas não dão nem o seu tempo para brincar com a gente, para nos escutar quando queremos contar as coisas que acontecerem na escola. E ainda nos culpam por andarem atrasados! As vezes até penso que são apaixonados por dinheiro. Eu sei que é difícil ter e que é i

Ser santo é dar frutos. Quem procura laranja espera encontrar laranja. Se encontrar limão, saberá que não é laranjeira a árvore que se mostrava como tal. Jesus disse que pelos nossos frutos é que seremos conhecidos (Mt 7,17-20) : laranjeira tem que dar laranja, pereira dar pera, parreira dar uva. Nisto está a perfeição delas. O Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Gaudete et Esxultate (GE) nos apresenta oito frutos que todo cristão precisa produzir: 1) ser pobre no coração (GE 70) – não querer acumular e lucrar a todo custo, não entrar na lógica do capitalismo, não se julgar melhor do que os que têm menos condições financeiras, deixar no coração uma única riqueza: o amor a Deus e aos irmãos; 2) reagir com humilde mansidão (GE 74) – não entrar na lógica do mal que sempre reage com a mesma arma de quem agride. As trevas não iluminam a escuridão. Só a luz ilumina. E a luz é diferente das trevas; 3) saber chorar com os outros (GE 76) – sentir a dor do irmão como se foss

Vi pessoas em bicicletas. Um jovem casal e uma mãe com a filha. O rapaz levava a moça na garupa, fazendo um esforço danado quando ficava íngreme a estrada. Mas, que linda a alegria juvenil que o contagiava no embalo na descida - contagiava os dois! A mãe também levava sua filhinha. E quando não conseguia pedalar, descia e empurrava a bicicleta com a menina. Havia alegria, havia suor, havia esforço e uma conversa testemunhada e segredada pelo ven to e pelo sol. Então pensei no amor – que o amor é assim mesmo: é exigente! O amor exige esforço, carregar o outro, deixar-se carregar. O amor exige força, tem íngremes subidas e descidas prazerosas. O amor é repartir a bicicleta e, às vezes, carregar o outro.

O livro é uma entrevista que o jornalista e escritor Thomas Leoncini realizou com o Papa Francisco a respeito da Juventude. Está dividido em três partes: 1ª Jovens profetas e velhos sonhadores, 2ª Neste mundo, e 3ª Ensinar é aprender.  A primeira pergunta da entrevista é sobre o que é a juventude, ao que o Pontífice responde não existir a juventude nem a velhice, mas os jovens e os velhos. Ser velho é um privilégio do qual todos devem se orgulhar, jamais ter vergonha. Diz o papa: “nos deixamos dominar pela cultura do adjetivo, sem o suporte do substantivo” (p.20), ou seja, qualifica-se uma idade sem de modo positivo ou negativo sem pensar realmente no que estamos adjetivando. A idade traz o substantivo. A juventude é um substantivo, mas que está se fazendo ainda. O que o senhor visualiza quando pensa em um jovem, pergunta o entrevistador: “Vejo um rapaz ou uma garota que procura seu próprio caminho, que deseja voar com seus pés, que olha para o mundo e contempla o horizonte com o

João, O profeta precursor Incendiou o rio Jordão Anunciando o Salvador. João, O amigo do Cordeiro, O filho de anciãos O asceta verdadeiro. João, O homem do deserto Com voz de trovão Apontando o rumo certo. João, O poeta da bondade, O maior de toda geração A fogueira da verdade.

Quem levanta o coração sofrido Quem anima o espírito abatido Quem não importa tanto com o passado E faz de tudo para ficar sempre ao lado É Deus. É sempre Deus! Quem consola o que anda aflito Quem defende o pobre oprimido Quem nunca do humilde sofredor se afasta Quem apenas dizer o Seu nome lhe basta. É Deus. É sempre Deus! Quem de si mesmo sempre se esvazia Quem, para curá-las, beija nossas feridas Quem põe toalha na cintura e lava nossos pés Para ensinar que sem amor de nada vale a vida É sempre Deus! Quem nunca desiste do ser humano Quem canta esperança aos desacreditados Quem não deixa a nossa vida perder-se na morte Quem muitos confundem dizendo ser só a sorte É sempre Deus!

Namoro começa com "C". Sim, porque é COMEÇO, o começo de uma vida a dois. Trata-se de uma etapa onde o casal dá seus primeiros passos para ter uma relação sólida e construir o sonho de ser Família. É o tempo de CONHECER. No namoro ambos se conhecem e deixam-se conhecer. Etapa por etapa, cada coisa a seu tempo, tecido pelo diálogo, um vai surpreendendo o outro no belo mistério que cada um é. No namoro aprende-se a CONFIAR. Sem esta base nada vai para frente de modo frutuoso. A confiança de um no outro será o alicerce fundamental de tudo o que ambos possam viver. No namoro se aprende a ser COMPANHEIRO/a. Os dois fazem a experiência de repartir as alegrias e as tristezas, os sucessos e as derrotas sendo, um para o outro, o amparo afetivo e efetivo. É tempo do CARINHO. De um carinho que não se esgota, mas que cresce nas estações da vida. De um carinho que deve ser sempre renovado. De um carinho que faz a vida valer a pena, não obstante os desafios. Por tudo isso, n

Às vezes, nos sentimentos pessoas sem nada de especial. Conscientes de nossos defeitos diminuímos nossa importância. São Paulo usou a metáfora do vaso de barro para explicar a fragilidade que habita em nós (2Cor 4,7). Mas falou também que nesta fragilidade há um tesouro: a vida de Jesus. Você, exatamente você que se considera apenas um vaso de barro – em você há um grande tesouro: a vida de Jesus, o Jesus que vive. Ninguém deve sentir-se menos dentro deste mistério, porque traz em si um tesouro maravilhoso que é Jesus. Todos precisamos fazer o que for possível para que outros mais conheçam esse tesouro. Mas há vasos de barro que sonham em ser vasos de cobre, de prata ou de ouro. Não perca tempo querendo ser quem você não é; seja você mesmo e o seja perfeitamente (São Francisco de Sales). O padre deve ser um bom padre, o pai deve ser um bom pai, a mãe uma boa mãe, os filhos bons filhos. Se você for isso, você será santo. Você tem a mesma fragilidade que os outros, você sofre as mesmas