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Mostrando postagens de maio, 2014

Prefácio do inverno

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As tardes de maio guardaram um segredo Que agora o minuano lhes roubou. Um tempo novo, de novo, chegou, Soprando a nostalgia do seu enredo. Com pressa o coração se aconchega Nos braços da esperança Com uma prece por idosos e crianças: Sabe que a ternura do calor a todos não chega. Ah, prefácio do inverno! Tu que despertas sentimentos internos E que, sem querer, maltrata a tantos. Vem e faz tua parte nestes pagos, Acaricia do teu modo as florestas, avenidas e lagos, E não nos deixes esquecer o Bem pelos cantos.

O amor ao próximo segundo São Francisco de Sales - Espiritualidade Salesiana

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O cristianismo nasce como religião do amor. Deus nos ama, nós o podemos amar e este amor não é só afetivo, mas prático e vivo. Neste amor nos amamos por graça, por dever, na liberdade. De fato, não se deve reconhecer um cristão apenas pela igreja que ele vai ou pelos ritos que segue, mas pelo amor que possui e pela caridade que demonstra. Jesus deixou-nos um mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei (Jo 15, 9). E várias vezes repetiu o pedido permanecei no meu amor (Jo 15, 9). É por isso que não há nada mais forte que o amor, nem mesmo a morte, pois a morte pode destruir tudo, menos o amor. Quem ama nunca perderá esta chama, e será esta chama que jamais deixará que se perca. O amor é, e sempre será, o farol na noite escura e o sol no dia claro. Sem amor não tem gosto viver. Sem amor a vida fica pequena demais, é triste e sem essência. Morre. Só o amor eterniza, pois Deus é amor (1 Jo 4, 8), e Aquele que é amor nos disse: queres ser feliz? Amai-vos uns aos outros (Jo 15, 11

Amanheceu!

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Amanheceu! Estendo minha mão para Deus: “Contigo, Senhor, eu quero caminhar. Sim, caminhar em Tua companhia!” Amanheceu! Estendo minha mão para Deus. Como eu O vejo? Como um amigo, uma pessoa com quem posso falar, que me ouve, que me diz alguma coisa, também. Vejo-O como meu Pai. Confio que me protegerá, que me orientará, que me mostrará como ser um homem justo e feliz. Vejo-O como alguém que quis precisar de mim. Quer que eu seja testemunho de seu amor, que eu faça alguma coisa por quem precisa. Vejo-O como posso e sei que não vejo como Ele deseja que eu O veja. Falta-me crescer na intimidade que Ele me oferece. Mas, por sua graça, já O vejo. E quando O vejo com o olhar da fé sou iluminado com a esperança, com a liberdade e com a alegria. Tudo isso é o Seu amor. Amanheceu! Estendo minha mão para Deus.

Nossas relações - Espiritualidade Salesiana

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São muitos os epítetos remetidos a São Francisco de Sales. Mas há um, em especial, que gostaria de retomar: “Mestre em Relações”. Pouco se fala disso, mas creio ser este é o distintivo salesiano no século XVII, onde as relações pareciam se liquefazer nos vários conflitos sociais, religiosos e antropológicos (humanos). Francisco elevou as relações para o primeiro grau na lapidação do coração humano. Santificando as relações sabia que santificaria a pessoa. Para ele, uma boa relação com Deus, com o próximo, com a natureza e consigo mesmo tece a santidade na história de toda pessoa. E foi por isso que investiu seus dons na missão de construir e conservar, para si e para os outros, relações saudáveis. Busquemos entender as linhas diretivas do nosso amado santo. Bem, para ele a relação com Deus é saudável quando alegria, humildade, comprometimento, liberdade, confiança, oração e Sacramentos são unidos ao cumprimento dos deveres cotidianos e enlaçados num afeto que permite acolher a Vo

Soneto a um amigo

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Um amigo nunca vai, Um amigo sempre fica. Amizade ainda que morra, Quando é forte, ressuscita. Amizade é permanência Na sagrada alma da gente. Quando a vida traz a ausência Ali se encontra contente. Feliz quem pode estender a mão, Na paz, na dor, na luz ou escuridão, A um amigo, a um irmão. Feliz quem pode abraçar de coração, À luz dos astros ou da recordação, O seu amigo, o seu irmão. Homenagem ao meu amigo Frei Adani Carlos Guerra, OFMCap. Ele sempre pedia minhas poesias. Dizia que eram bonitas.

Pode o amor ser eterno?

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Pode o amor ser eterno? Eu acredito que sim: “amor que é amor nunca morre! [1] ”. Penso nos jovens de hoje e suas infinitas paixões. Penso nos meus amigos (talvez esteja até pensando em você, pois sei que são os meus amigos que me dão o prestígio de ler minhas tentativas de dizer algo relevante), penso nas pessoas de minha família, em tanta gente que quer andar nos caminhos do amor. Para isso descobriu que sua vida seria melhor se fosse partilhada com alguém. E então procuram com a bússola do coração o porto onde ancorar seus sonhos e suas buscas. Esse porto tem rosto, tem gosto, tem nome e tem endereço, tem valor, mas não tem preço: é alguém. Amar pode ser a coisa mais fantástica da vida, mas também uma experiência dolorida. Depende das coisas que ocorrerão e da forma como lidaremos com elas. Nem tudo é nossa culpa, mas também nem tudo pode ser colocado nas contas do destino. É por isso que gosto de entender o amor como a grande escola da vida. Se a gente aceita entrar nele

A visão teológica de São João Crisóstomo sobre o pobre

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INTRODUÇÃO   Um dos versículos mais controvertidos da Sagrada Escritura é o oitavo do capítulo doze do evangelho de João “pobre sempre os tereis”. Ele já gerou muitas interpretações, pois o tema do pobre nunca foi algo de segunda categoria para a Igreja. Dentre aqueles que defenderam o primado do pobre está João Crisóstomo, Doutor da Eucaristia e Padre da Igreja. No presente texto procuraremos apresentar alguns dos dados mais significativos de sua vida, bem como o de seu ensinamento. Debruçar-nos-emos na questão do pobre para aprofundar a visão teológica de São João Crisóstomo sobre o pobre, entrelaçando-a com o Concílio Vaticano II e a pontificado de Francisco. Conscientes de que muito há para se dizer, não nos estendemos em delongas, nem mesmo temos a pretensão de dizer o pensamento deste Santo Padre de forma completa. O “Boca de Ouro” parece ser compreensível de qualquer forma. Assim, este trabalho se insere dentro da compreensão da seriedade do tema dos pobres e en