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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Paz

Paz, Parece uma palavra sussurrada ao coração da gente Como bálsamo que perfuma e acalma, Água cristalina e suave que refresca o ardor que nos aflige, Óleo derramado que cura as feridas, Sopro que revitaliza a alma desfalecida sem o oxigênio da liberdade. Paz, Palavra tão complexa na qual cabem nossos anseios, Difícil de explicar, Mas substantivo de repouso a quem anseia por ela ser invadido. Paz, Rede onde repousa o bebezinho Embalado pelas ternas mãos da mãe Que no embalo Tece sonhos com seu pequenino.   Paz, Suor no rosto de quem batalha, Coragem que emerge tal qual chuva nos dias de sequidão, Abraço anfitrião depois da poeirenta estrada. Paz, Lágrima qual torrente Mas agradecida e sincera, Desculpada. Paz, Esperança do céu Aqui, agora e depois. Paz, Esperança na terra Mais que ausência de guerra. Paz, Como um lugar para amar Sem medo de perder De ser esquecido, De não ter amigos, Perene cumplicidade no bem-querer. Paz, É essa pal

Uma Conversa

Uma conversa é uma simples troca de ideia, mas pode iluminar a vida. Duas pessoas (ou mais) querendo acertar alguma situação e, para isso, ajustando o pensamento, rememorando os passos, avaliando as atitudes, prevendo as consequências, direcionando o olhar, abastecendo-se de coragem e de esperança.  Quando o diálogo disfruta a liberdade da amizade, tem maior êxito. Quem é procurado para uma conversa, deve descer ao nível da amizade, porque ela ordena sem mandar, convence sem impor e consola sem dominar. Nem toda conversa é doce. Às vezes, encara a amargura de coisas que não estão bem. E nesta conversa, a alma revigora-se. A pessoa encontra a verdade e, consequentemente, a si mesma novamente. E por isso recobra suas forças. Isso, simplesmente porque alguém ouviu e soube dizer algo bom, simples e sincero.  A força de uma conversa é a força dos corações que dialogam. O carinho de quem ouve e a coragem de quem fala rompem com o labirinto das dores escondidas. E a palavra pronunciada, de

Não me ignore

Não me ignore Não me trate assim, Sem importância, sem valor; Porque dói demais em mim. Se você não me ama, Ao menos, não me ignore, Trata-me como outro, Mas, nessa frieza, não se demore. A dor que dói em você, Dói igual ou mais em mim. E se você nunca a sentiu Não a deixe ferir-me assim. Basta que me trate igual antes E que não se envergonhe de mim. Que me leve a sério E que me diga se é o fim. Ah, quem muito amado é Nem sempre pode compreender O silencio do olhar De quem não pode nem mais ver. Não me ignore, Eu lhe peço, por favor. Porque, se eu errei Foi por amor, puro amor.

Morrendo de amor

Não sei dizer o quanto te amo, Não cabe nas palavras o encandecer da alma Toda por ti. Eu te desejo quando o desejo nem mais cabe como desejo Tudo se esvai, mas não o encanto fascinante teu Com tanto poder sobre mim Que me arrastou de mim mesmo Com violência e confusão.   Eu queria que tudo terminasse Porque viver ao teu lado sem ser teu ou ter-te Para mim é um abismo asfixiante Que me tortura feito algoz oculto. Eu sofro por te amar E já não quero mais sofrer, Sei que a felicidade que vislumbrei Foi uma miragem febril Agora minha alma tem frio E não consigo reascender a chama  Que outrora crepitava. Vai-te embora, pensamento, Não te quero fixo nele. Mas não me obedeces O que faço, por favor? Estou morrendo de amor.

A música me trouxe

Aquela canção triste voltou, Eu a ouvi sem querer. Quando fingia viver, Ela me trouxe você. Você está tão perto, perto demais E escolheu ficar longe, Longe de mim, Sequestrando minha paz. Você é o meu tudo, Eu só penso em você. Hoje a música me trouxe O que eu queria esconder. Ela lhe trouxe bem perto Do meu coração Você está aqui, E me diz: “não”! Como dói tudo isso! E eu finjo que não. A lágrima verteu copiosamente Na força que trouxe a canção. A música é triste, Triste é meu coração Porque tem você, Mas não pode te ter. A música é triste Triste é meu coração Porque ama você E você não me ama, não.

O Rio e o Destino

O rio segue seu destino, Vai feliz, não poderia ser diferente. Eu ainda não sei pra onde vou, Serpenteando, tento ir em frente. As águas do rio não sempre as mesmas, São outras e outras e outras. Os meus sentimentos, no entanto, Em mim se acamparam e não se vão, Não se renovam, não me deixam em paz. Sim, caudaloso rio, vim falar contigo E não sei se isso faz sentido. Você virou interlocutor De um coração inundado de amor. Um amor sem destino feliz, Uma enchente de ilusão. Eu não sei se há como ser diferente, Fiz a minha parte, Como você faz a sua, Mas não foi suficiente. E agora minha alma ficou nua De alegria e de calor Porque não tem seu amor.

Falava de Deus

Apareceu,  Envolto em simplicidade e timidez, Aquele jovem sem nenhum atributo  Que encantasse à primeira vista. Simplesmente apareceu, E quando fez ressoar sua voz Chegou direto ao coração da gente,  De uma só vez. Falava de Deus, falava do céu, falava da vida. Falava das dores, das esperança, do povo e sua lida. Relembrou os desejos adormecidos na alma, Iluminou os olhos de quem só enxergava escuridão. Falava de Deus, Como de Deus se deve falar: Com reverência, humildade E uma fé capaz de nos tocar. Levou todos a entenderem  O quanto era forte aquele amor deixado pra trás, O quanto se pode ser melhor com Deus, O quanto estender-lhe a mão nos enche de paz. Apareceu  Um homem que falava de Deus E falava como quem ouvia os seus. Reinaugurou a vida, mesmo sofrida e sem muito alento, Onde haviam sido sepultado os sonhos, ele fez um adendo E ressuscitou um povo inteiro na força do seu amor,  Na força do amor de seu Deus.

Vem, Senhor, sobre as águas deste mar

Estou cansado de remar, Senhor. O vento está muito ao contrário E a cada momento parece crescer. É madrugada e eu não sei o que fazer: Para remar não tenho mais forças, Afogar-me-ei se me lanço ao mar, Se me deixo à sorte E espero a morte, Também não tenho consolo Não consigo arriscar. Vem, Senhor, sobre as águas deste mar. Vem, Senhor, vem me salvar. Vê que estou tão cansado, Vem ficar ao meu lado. Acalma a tempestade, Repreende o mar, Só não passa na frente,  Sem me ver, despercebido, Pois só tenho a ti, meu amigo, Vem! Vem me ajudar! Estou com medo, Senhor. E sinto munha alma envolvida No negro véu da solidão. Muitos fantasmas me assombrando, O Senhor bem sabe quais são. Da fé, pouco tem sobrado E me encontro tão fraco, N esta noite cumprida Em meu Rosário de lágrimas vertidas Eu lhe dirijo esta oração. Outra coisa não faço do que remar Nestas águas que já forma esperança Mas se fizeram hoje pesadelos, Os quais