Padre Nildo Moura de Melo, OSFS

A palavra aniversário significa “aquilo que volta todos os anos”. E o que é isto que volta todos os anos? É a celebração de uma data única na existência da cada pessoa: a do seu nascimento. Nascer significa “vir ao mundo”. Mundo é tudo o que existe e que toca nossa existência. Nascer não é o mesmo que existir, ou começar a existir, mas sim o momento em que uma existência oculta se revela ao mundo, que vem à luz do universo; que passa a ser compreendida individualmente e, não fundida ou confundida com outro ser; que, de certa forma, passa a ter autonomia. O aniversário por si só, enquanto ocasião, pode significar pouco. Para que não seja assim, o celebramos. Celebrar significa “tornar célebre, dar importância”.O que é tornado célebre é a vida, que começou antes do nascimento, mas que, por convenção, quis-se marcar com este acontecimento. É importante celebrar a vida e com ela os atributos que a tornam vitável, repleta de sentido: a esperança, a criatividade, a fé, os sonhos, o trabal

             A alegria é uma das virtudes mais bonitas e necessárias para a vida cristã, pois é capaz de exprimir o real propósito da fé. Nossa alegria, para ser plena, precisa da alegria de Jesus que vivia sempre alegre: “Que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa” (Jo 15, 11). Logo no início das primeiras comunidades, preocupavam-se os apóstolos com que as pessoas vivessem alegres, mesmo sendo perseguidas: “Estejam sempre alegres, rezem sem cessar, deem graças em todas as circunstâncias, porque esta é a vontade de Deus a respeito de vocês em Jesus Cristo” (1Ts 5, 16-18); “quanto ao resto, meus irmãos, fiquem alegres no Senhor” (Fil 3, 1). São Francisco de Sales é um arauto da alegria: “O Deus que eu conheço é o Deus da alegria”, dizia ele. Não aceita que um amigo de Cristo viva triste: “Esmerai-vos em vencer todos os humores de melancolia e acabrunhamento. Servi a Deus alegremente e com liberdade de espírito” (SFS). A raiz dessa alegria está no amor que

A Espiritualidade Salesiana nos ensina que a santidade é um dom e uma tarefa de todo ser humano. Um convite para fazer a experiência do amor que vem de Deus. É caminhada séria que exige: reta intenção, vontade resoluta, caridade para com o próximo e confiança ilimitada na bondade de Deus. Caminhar rumo à santidade, pelos caminhos da vida devota , é muito mais deixar-se conduzir do que andar por si só, uma vez que nEle é que existimos, nos movemos e somos. Neste eterno movimento de nossa existência, nas esquinas da vida, vamos encontrando o olhar desse Deus apaixonado que nos chama à sua companhia. É por isso que o homem e a mulher, que desejam caminhar na busca da santidade, tem necessidade de compreender bem o sentido da própria vida, os motivos centrais de sua existência, os rumos a serem tomados, o comprometimento e as conseqüências das decisões assumidas. Em fim, precisa-se de discernimento para chegar à santidade. Neste sentido, queremos apresentar a vocês, amigos leitores, a pa

São Francisco de Sales nos ensina a caminhar com os olhos atentos a tudo que a Providência Divina dispôs neste mundo. Por meio de uma analogia, ele convida a ficarmos sempre com o que é essencial: Imaginemo-nos caminhando num jardim, diz o santo, admirando a beleza e o perfume das flores e então colhendo algumas que mais nos agradam. Na vida espiritual, caminhemos e façamos o mesmo - um belo ramalhete espiritual (Cf. IVD II, VII). No dia a dia vemos uma grande variedade de flores: as novidades da vida, como botões desabrochando; as coisas que já vivemos, como flores de estações passadas; também coisas que não percebemos e que, se revisarmos, as veremos. Precisamos, pois, colher aquelas que darão força e coerência aos passos de cada dia. Se uma palavra que você ouve lhe faz pensar em sua família, colha, para que a olhando, como a flor  escolhida  para o ramalhete, você se lembre da responsabilidade e do grande presente que tem. Se outra palavra ou gesto o faz lembrar sua vocaç

      Ando de um lado para o outro, vou e volto, faço isto e aquilo, mas não consigo sossegar o coração. Canso, paro, adormeço. E de novo me desperta uma saudade. Saudade de Deus. Quantos de nós têm vivido assim, perguntando-se pelo motivo de tanta inquietação interior?! Nada basta, nada satisfaz e se distancia a paz: é saudade de Deus. Às vezes vem a saudade de um lugar, da nossa casa antiga, dos nossos avós - saudade de alguém, de algo que aconteceu. A saudade é um convite para voltar, é a memória do coração. Como diz a canção, saudade também é "uma forma de ficar” [1] . A saudade antecipa algumas coisas e atrasa outras. Ela faz a gente parar, mas também apressa. A saudade é um paradoxal humano: quando temos não queremos ter, quando não temos, aí buscamos tê-la. Incrível! “Só se tem saudade do que é bom” [2] . De fato, é assim mesmo. Feliz quem pode sentir saudade! Ela é o carimbo de um amor fecundo. Só quem ama e é amado pode sentir saudade no esquerdo lado do peito

Vida "E a vida, o que é mesmo? É essa coisa fantástica que te surpreende hora com o sorriso, hora com a lágrima; é essa realidade tremenda da qual muitas vezes você gostaria de fugir e que na fuga se agarra a ela; é um susto que gosta de arroz e feijão; é uma potência frágil como a água que evapora, mas que pode voltar num tsunami; é a brevidade mais longa que existe; é o espaço que só uma pessoa por vez pode ocupar, mas que jamais se ocupa com o viver só; é o eterno temporalizado na corruptibilidade do humano e o temporal eternizado na ternura Daquele que sempre É." Escudo "Não tenha medo de ter fé, pois a fé é o escudo que te protege de todos os outros medos!" Infinitabilidade "Quando mais gente participa de nossa vida, mais infinitos nos tornamos." Apostar "Vamos apostar no que investimos, investir no que acreditamos e acreditar no que recebemos!" A verdade "A verdade eterniza! A palavra é seu veículo, a razão

"Vida, quero te conhecer!" Estou dizendo isto à vida. Esta é minha postura. Neste ponto da montanha, entendi que nem tudo está ao meu alcance e que boa porcentagem de minha vida terminará num mistério insondável. Mas, sei também, que há um tanto que posso conhecer desde que ouse estender à mão ao destino e estar atento aos detalhes que os calendários e ponteiros dos relógios não registram. Quero conhecer! Fui buscar o que diziam os sábios. Queria ter um norte. Deparei-me com os filósofos:  Platão disse que conhecimento consiste de crença verdadeira e justificada; Aristóteles entendeu que era melhor dividí-lo em três áreas: científica, prática e técnica, assim saberíamos dizer de que conhecimentos falamos, o lendário Sócrates lembrou a todos que é preciso conhecer-se a si mesmo. Descartes, Bacon, Leibniz, Espinoza, Locke, Berkeley e Hume indicaram o racionalismo (supremacia da razão) e o empirismo (experiência como fonte de conhecimento) como formas eficientes e eficazes

Gosto do pensamento que brota à noite: às vezes vem como síntese de um dia, às vezes é perspectiva germinando e, outras vezes, uma simples surpresa do “eu em mim mesmo sem mesmice”. Por isso tenho dado valor a estes pensamentos. Sei de muitas mulheres e homens sábios que tiravam um tempo só para ouvir sua alma Nesta hora do dia. Dia que é noite. Noite que ouve a alma. Alma transparente. Noite que pode ser iluminada como o dia se o pensamento certo for colhido com seriedade. Alma espelho dos olhos, eco dos ouvidos, oficina dos pensamentos, cantinho dos desejos. O dia não pode ser feito só pela soma de afazeres e preucupações da gente. É preciso que algo fique em nós como produto do humano que se faz a cada experiência. Aquele que se levantou cedo é o mesmo que vai adormecer, mas não do mesmo jeito. Este jeito precisa ser sadio, precisa ser bom. Você sempre do mesmo jeito e eu também, no que isto ajudaria? Em quase nada. Assim o pensamento da noite vem para educar e