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Mostrando postagens de abril, 2020

Por que construímos igrejas?

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Construir uma igreja ou reformá-la é mais do que erguer ou embelezar um edifício. É celebrar os mistérios da fé por meio das obras humanas. É certo dizer que Deus não precisa de casa, de edifício ou de Templo (Is 66, 1-2). Mas também é certo dizer que Ele inspira aos homens modos humanos de estarem em plena comunhão com Ele e em plena comunhão entre si (Ag 1,8). A Bíblia nos conta que foi construído um Templo para Deus no Antigo Testamento (1Rs 6). Nele se abrigava as tábuas da Lei, que eram a Aliança de Deus com o povo (1Rs 8,6). Enquanto o povo era peregrino, as Tábuas Sagradas peregrinavam com ele (Nm 10,33-36). Quando o povo chegou à Terra Prometida e construiu casas para si, construíram também um Templo para elas e entenderam que Deus o aceitou e veio morar ali para que o povo nunca esquecesse: Deus está no meio de nós, Ele habita essa cidade (Sl 47,9). Na plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho Jesus Cristo (Gl 4,4). Ele mesmo é o verdadeiro e perfeito templo da Nova

Sexta-feira Santa

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A Sexta-feira Santa chegou. É um dia muito diferente para nós cristãos. O único dia do ano em que não se reza a santa missa. Jejuamos e silenciamos. O nosso amado foi crucificado: mergulhamos o quanto conseguimos nesse mistério doloroso, revivemos as chagas de Jesus Cristo, participamos de sua paixão. O mais perfeito dos homens é crucificado com um malfeitor. Aquele que curou as feridas da humanidade é ferido até a morte. O Bom Pastor se entrega em lugar de suas ovelhas, como se fosse um cordeiro. Foi traído, humilhado, escorraçado, chamado de mentiroso e impostor. Bateram nele, o coroaram de espinhos, zombaram-lhe com um pano real; depois o despiram, fizeram-no carregar a cruz em que seria torturado, deram-lhe fel como bebida e perfuraram seu coração. Mataram-no. Mataram o Filho de Deus. Tudo o que ele ensinou fica agora ratificado pelo seu próprio sangue derramado.   Na cruz Jesus emana o que sempre emanou: amor. Seu coração aberto verte vida nova, perdão e salvação, mesmo a

Homilia do Domingo de Ramos

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Quando uma mãe perde um filho, conta e reconta emocionada sua história. Quando uma esposa lembra da morte do seu amado, seus olhos ficam vermelhos de dor. Mas a mãe e a esposa que amam, contam os detalhes da entrega de amor que o amado fez para salvá-las de um mal eminente. Assim é a Igreja hoje. É a esposa que conta a todos, de novo, o que fizeram com o seu Amado. Como os olhos da amada, vermelhos e encharcados, de vermelho também se reveste a Igreja, para contar mais uma vez a todos: mataram Aquele que eu tanto amo. A narração do evangelho da paixão é a história nos lábios da Igreja, a esposa de Cristo, que lembra como Ele nos amou em cada detalhe, em cada minuto, em cada gesto de sua vida. Mas também, a Igreja se associa à Nossa Senhora que, como mãe, conta a história de seu filho. Nada de mais triste há do que ouvir a história da morte de alguém amado. A Igreja começa narrando essa história como as mães narram a história de seus filhos: “Ele entrou tão bonito em Jerusalém.