Parábola do Filho Pródigo em Poesia: "O pai aflito, o filho contrito, o amor irrestrito"

O PAI AFLITO

Quando será que você volta?
Hoje de novo eu te espero.
As horas passam e eu me vejo
Pensando sempre em você,
Porque sua casa é meu coração.
Nunca pude acostumar-me com sua ausência.
Sem o seu jeito, seu sorriso
Ficou um vazio sem par
Que só chegará ao fim
Quando você voltar.

Eu não vou cobrar você,
Não vou julgar nem castigar.
Eu só quero você aqui
E a vida sorrindo de novo.
Porque eu só quero teu amor
E amar-te aqui como outrora.
Volta, filho, volta logo!
Estou a lhe esperar.
Vem ficar comigo,
Ninguém ocupou o teu lugar.

Talvez você não saiba,
Mas todo dia fico à porta.
Sonho com você voltando
E me chamando de Pai.
Vou cuidar dos outros que amo
Troco os nomes, por você chamo.
Quando será que você volta?
Será que você está sofrendo?
Volta, filho, volta logo!
Vou com você recomeçar.

O FILHO CONTRITO

Sei como é o coração do meu pai,
Ele vai me acolher se eu voltar.
Mas o que eu vou dizer
Quando dele me aproximar?
Ele é tão bom, sempre assim foi!
Eu não o soube honrar.
O que estará pensando meu pai?
Onde está o seu olhar?
Sei que não me esqueceu,
Que pena que eu não sou mais eu!

Ai! Estou sem forças para voltar,
Tenho medo do caminho.
Mas não consigo parar de sonhar
Com a casa e os trejeitos de meu pai.
Aquela mania dele de fazer festa
Por motivos tão triviais
Me faz desejar tudo de novo,
E também me faz chorar.
Veja só o que foi que eu fiz:
Não sou mais eu, não sou feliz.

Mesmo sem forças vou me levantar,
Ele vai me acolher se eu voltar.
Vou dizer que preciso do seu regaço
Que sem ele a vida é sem traço.
No entanto, pode também acontecer
Que eu só consiga chorar.
Mesmo assim eu vou voltar.
E vai ser logo, vai ser agora, já.
Ainda que eu só lhe seja mais um,
Do amor de sua casa eu quero comungar.

O AMOR IRRESTRITO

Vejam lá quem vem vindo!
É meu filho que sempre amei.
Pobrezinho! O que fizeram com ele?
Onde estava com a cabeça quando partiu?
Sim, é ele mesmo que vem ali.
Mas, cadê as coisas que lhe dei?
Filho meu, meu filho, filho querido!
Abraça este seu velho pai, aqui,
Que pensava ter perdido você,
E te encontrava todo tempo nesta estrada.

Meu pai! Ele está lá na porta.
Não consigo mirar-lhe a face sofrida.
Vou voltar para traz.
Não, não posso! Meu pai vem vindo.
Eu nunca o vi correr,
Nem deixar a porta aberta quando saia.
Pai, eu não mereço ser teu filho,
Eu fiz tudo errado.
Pai, meu pai, paizinho querido!
Em nada mudaste e ainda permaneces meu amigo.

Atenção! Ouçam a música na casa,
A canção da volta é a mais linda e nobre num lar!
Vejam! No meio da estrada o abraço apertado
Que rompeu com a saudade que tanto havia maltratado.
Houve quem não compreendesse a palavra final do amor.
Amor de um pai aflito
Por causa de um filho que recusou sua casa.
Mas este filho voltou contrito
Para o amor irrestrito
Do pai que nunca renunciou a espera.

(Lucas 15, 11-32)

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