Há pessoas

Há pessoas que absorvem muito as coisas ao seu redor, tem um sentido aguçado para a essência humana.
Vão além do que é imediatamente dado, das aparências, vêem na retina dos olhos o cenário onde a vida se faz, onde a vida singular se apresenta e sonha.
Pessoas assim são agraciadas com o dom de chegar rápido aos corações.
Elas conhecem, mesmo sem saber, a via do sentido da vida ou, ao menos, dos anseios humanos.
Pessoas assim também colhem o ônus da solidão em vários momentos da vida, pois, sendo sólida sua maneira de amar, não se encaixa em todos os modelos de vida.
Pessoas assim são frequentemente agredidas e sentem de uma forma muito mais profunda. É porque se importam com os outros realmente. Então as palavras lhe são fortes, os gestos caros, os sonhos se entrelaçam com quem tocou a epiderme da alma.
Elas são sempre uma preciosidade, mas quem não está atento, acaba não valorizando. Mesmo assim, o brilho que trazem não diminui. Ao contrário, atrai.
Elas ouvem o que o silêncio fala e falam o que o silêncio não pode fazer ouvir. São sinais do mistério, do mistério que se desvela pela sua presença.
Pessoas assim você não encontra, a vida te traz.
Paradoxalmente, num encontro. É uma surpresa.
E se a vida te traz, você logo sabe.
Sim, por causa da alegria que elas fazem irromper em você.
Uma alegria gratuita, singela, doce, forte, terna e inédita

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