São Francisco de Sales e a Quaresma - Espiritualidade Salesiana

Hoje iniciamos o bonito tempo da Quaresma, que nos prepara para a Páscoa, a celebração do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa preparação se dá pela intensificação de três práticas cristãs: a oração, o jejum e a esmola. A oração é o diálogo individual e comunitário com Deus que ilumina nosso viver;  o jejum é um disciplina corporal que demonstra total dependência e confiança em Deus; e a esmola é o amor ativo, caridoso, que partilha os dons com  os irmãos para ser amor de verdade. É, por isso, um tempo de conversão, de deixarmos o que nos afasta do amor para assemelharmo-nos mais a Jesus e vivê-Lo cotidianamente.
No tempo de São Francisco de Sales a Quaresma era marcada por pregações. Ele mesmo era um pregador muito procurado para essa ocasião. Dizia que gostava de pregar depois de ter rezado a missa (naquele tempo não havia homilia durante a missa) e quando não era o pregador, assistia sempre ao sermão de outro pregador, a fim de se preparar bem para a Páscoa. 
Para Francisco de Sales “a Quaresma é o outono da vida espiritual, durante o qual colhemos os frutos para todo o ano”. Basta que a vivamos bem. Ele exortava: “enriqueçam-se com esses tesouros preciosos que ninguém lhes pode roubar nem fazer com que estraguem”. Mas o santo bispo também prevenia: “estou acostumado a dizer que não aproveitamos bem a quaresma se não nos empenharmos ao máximo” (Cartas 329; O.C. XIII, p.144). E precisamos concordar com ele! Nem sempre nos empenhamos o quanto poderíamos.
Ele também falou do jejum: “não basta jejuar exteriormente se não se jejua no interior, e se ao jejum do corpo não acompanha o jejum do espírito (...) é preciso cortar os discursos inúteis do entendimento, as vãs representações de nossa memória, os desejos supérfluos de nossa vontade” (Sermões; O.C. X, p.181). Francisco compreendia bem o jejum. É um meio para nos aproximarmos mais da conversão necessária, da conversão a qual a Quaresma nos impele.
E ele, que tanto valorizava o momento presente, insistia: “passemos esta quaresma como se fosse a última e tiraremos um bom proveito. Assistam aos sermões. Palavras santas, pois, são pérolas que a misericórdia divina nos proporciona” (Cartas 329; O.C. XIII, p.144). Hoje esta exortação se estende a nós. As pregações não são como antigamente, mas temos nossas celebrações, a via-sacra e encontros nos grupos de reflexão. Há a Campanha da Fraternidade e as ações comunitárias em prol do bem comum. Aproveitemos bem o que a misericórdia divina nos proporciona.
Sim, vamos viver bem esta Quaresma. Aproveitemos este tempo como sendo único. Assim, não perderemos nenhum fruto, nem teremos fome de sentido para a fé e para a vida. Experimentaremos a Páscoa como ela realmente é: alegre, libertadora e vivaz. Boa Quaresma!

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