A Vida, o Amor e o Mistério



Quando chegamos ao mundo nada sabemos  do que vai acontecer. E quando crescemos, continuamos sabendo de bem pouco. A vida é mistério. E do mistério se pode dizer bem pouco, porque se oculta na própria luz de que é feito.
Na vida aprendemos que, o que vale a pena, envolve amor. E o amor supõe liberdade. Liberdade é uma coisa que aprendemos. Nos dizem que ela existe. De fato, existe. Mas não é plena. Eis a decepção da vida adulta, mas também pode ser a via do compromisso. Sim, viver não é fazer tudo e do jeito que se quer. Viver é amar e amar é ser livre, mesmo quando a liberdade foi rendida.
Amar não rima com sofrer. Só que sofrer tem muito a ver com amar. Ninguém ama para sofrer. Só que, de novo, vem uma coisa chamada mistério e mistura as coisas. Daí temos esse resultado. E a vida fica desconhecida, nenhuma teoria se enquadra, foi-se as folhas da árvore com os ventos de outono. Chegou o inverno. E quem ama enfrenta também o inverno da solidão. Mas prefere sofrer do que não amar. E a dor maior há de ser a de não ser: de não ser amado.
Quem ama também erra, também machuca. Também é machucado. Mas a diferença é que quem ama não precisa buscar antídotos aquém, o encontra no próprio amor que traz. Sim, quem ama pode oferecer o remédio para sarar toda ferida que os acidentes do percurso, por ventura, tenham causado. Só que é preciso coragem, nobreza e humildade. Quem ama é frágil e é forte. E só é um porque é o outro. É assim que é. Porque amar é arriscar, sem a rendição ao medo de perder.

Enfim, do amor a gente sabe muito e sabe pouco. Amar é viver. Como a vida é mistério, mistério é o amor. Quando se encontra, festa. Na separação, luto. Na espera, alegria. Na ausência, angústia. No fundo, sempre esperança. Esperança de que dê certo, de que haja um modo, de que seja possível.

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