Um santo que eu queria muito conhecer pessoalmente
Pense numa pessoa pés-no-chão, organizada, parceira, corajosa, comunicativa, além do seu tempo, inteligentíssima, nobre e de muita fé. Agora pensa nessa pessoa cheia de ternura, de mansidão e de amabilidade. Essa pessoa é São Francisco de Sales.
Nasceu em 21 de agosto de 1567 em Thorens, ducado da
Sabóia (hoje França). Foi o primogênito de uma família que pertencia à nobreza.
Estudou em La Roche (Sabóia), Annecy, Paris e Pádua, recebendo a melhor
formação que se podia ter naquele tempo. Doutorou-se em Direito Civil e Canônico.
Pronto: era só trabalhar e aproveitar a vida da nobreza. Mas não! Queria ser consagrado
a Deus para anunciar o amor Divino. Renunciou à primogenitura. O pai armou uma
tempestade: “tudo, menos isso!”. Realmente era loucura. O rapaz mais bem
formado de todo o ducado queria ser um padre. É muito pouco, é um desperdício. Quantas “brigas” com o pai que desejava que o
filho assumisse tudo o que era da família!
A história seguiu e Francisco foi ordenado padre em
18 de dezembro de 1593. O bispo precisava de um missionário para ir à um estado
do ducado chamado Chablais. Ninguém queria, pois os Calvinistas, que dominavam
aquele estado, eram violentos. Diante da negativa de todo o clero, Francisco se
oferece (14 de set. 1594 - 1598), vivendo precariedades e perigos de mais alto
grau. Era um tempo difícil, de guerras religiosas. Francisco precisou se
esconder num castelo, dormir em forno, amarrado às árvores, enfrentar tantas
adversidades. Persistiu, sem dinheiro e sem guarda, mas com coragem e ardor. Converteu
em torno de 25 mil pessoas a Igreja Católica em pouco mais de três anos. Como o
povo não queria ou não podia escutá-lo, ele escrevia suas explicações em
panfletos e, ainda de madrugada, passava colocando por debaixo das portas das
casas. Que genial! Missionário genuíno.
Foi escolhido para ser bispo coadjutor de
Annecy-Genebra e ordenado em 8 de dezembro de 1602. Sua diocese tornou-se muito
conhecida na Europa por causa de sua organização eficiente, de seu clero zeloso
e dos leigos bem esclarecidos, uma realização monumental naquela época. Como bispo,
além da diocese, desenvolvia o papel de pregador e de embaixador, sempre
levando a paz e a justiça em todos os cantos.
Encontrou-se com a baronesa Joana de
Chantal em 1604. Deus planejou tudo. Dessa amizade irá surgir obras
maravilhosas. Publicou a Filoteia ou Introdução à vida devota em 1609, livro
que ajudava as pessoas a compreenderem e viverem sua vocação à santidade no
meio do mundo, nos afazeres do cotidiano. Teve sucesso de impressão
extraordinário. Em 06 de junho de 1610, com Joana de Chantal, fundou a Ordem da
Visitação de Santa Maria, um Instituto feminino com regras e tradições muito
simples que acolhia viúvas, solteiras e enfermas que queriam se consagrar ao
amor de Deus e do próximo, visitando os enfermos e pobres (hoje, Ordem de
clausura). Em 1616 publicou o Tratado do Amor de Deus, obra teológico mística
que se propõe a conduzir à perfeição do amor de Deus aqueles que já se
aventuram nesse santo caminho.
E fez muito, muito mais... “Se fez tudo
para todos!”
Faleceu em Lyon, França, no dia 28 de dezembro
de 1622, com 55 anos de idade. Foi beatificado em Annecy (29.04.1662) e canonizado
em Roma (19.04.1665). O Papa Pio IX o declarou doutor da Igreja com o título de
Doutor da Perfeição em 19 de julho de 1877.
Para terminar, sua máxima mais conhecida: “TUDO
POR AMOR, NADA À FORÇA!”
Pe. Nildo Moura de Melo, OSFS
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