Sagrado Coração de Jesus: Consolação dos Aflitos

 O coração é o primeiro órgão a se formar no desenvolvimento embrionário e, uma vez formado, desempenha papel crucial na distribuição dos nutrientes e de oxigênio para o restante do corpo.

É do coração que se formam o cérebro e todos os membros. Depois, nossos pensamentos, nossos sentimentos e ações têm a sua fonte no coração que irriga cada parte do nosso organismo e concede que possa desempenhar a sua função.

A aflição é um sentimento de ânsia, agonia e angústia que toma todo o nosso ser. O aflito se vê sofrendo profundamente e o que mais deseja é a consolação. A consolação, por sua vez, é a graça de socorrer quem está aflito.

O Sagrado Coração de Jesus conheceu a aflição desde que era um embrião. No ventre de Maria, sentiu com ela o medo de uma moça grávida antes do casamento, na Galileia de dois mil anos atrás. No nascimento, sentiu a aflição dos pais que sabiam não poder oferecer um quarto, um berço, uma casa acolhedora. Ainda criança, sentiu a aflição da perseguição do imperador que o queria matar. Com doze anos, causou aflição no coração de seus pais ao permanecer no templo sem avisar. Sua mãe foi muito enfática: “Meu filho, por que fizeste isto conosco? Teu pai e eu estávamos aflitos à tua procura” (Lc 2, 48-52). Mesmo respondendo que deveria estar na casa do seu Pai, Jesus compreendeu as aflições da família e desceu de volta com eles. Mais tarde, conheceu a aflição da doença e morte do pai José. Viveu a aflição na missão, quando surgiam tantos desafios e perigos. E foi na Quinta-feira Santa, precisamente no Jardim das Oliveiras, o momento em que viveu sua profunda aflição. O Evangelho de São Lucas nos conta que um anjo veio consolá-lo (Lc 22, 43) e que Jesus estava tão aflito que chegou a suar sangue. Seu Sagrado Coração conhecia a profunda a aflição e batia forte, angustiado, oprimido e sangrava. É este coração que consola os aflitos. O coração que conheceu todas as aflições possíveis, o coração que precisou ser consolado, o coração que, no Jardim das Oliveiras, não tinha reposta nem mesmo do Pai do céu.

Quantas vezes passamos por aflições? Aflições que ninguém entende porque não as vive? Quantas vezes não conseguimos partilhar com ninguém? O Coração Sagrado de Jesus é capaz de nos entender, nos ajudar e nos consolar, porque ele entende de aflição, ele mesmo passou por aflição e não havia ninguém para consolá-lo.

 

“Como doeu estar sozinho, foi tão difícil resistir.

Gotas de orvalho, com gostas de sangue.

A angústia da morte veio me afligir.

Entre as oliveiras, no escuro da noite, chamava meu Pai: Vinde me salvar!

Tudo vos é possível, de mim afastai, o “cálice da dor” que vão me entregar.

Entre as oliveiras, no escuro da noite, chamava meu Pai: Vinde me salvar!

Mas não se faça, o meu querer. A vossa vontade eu quero fazer.

O Mal não deu descanso a mim. Foi tão difícil persistir.

E os meus amigos, dormiram ao lado. Minha angústia não pude dividir.”

 

Confiemos no Sagrado Coração de Jesus. Apresentemos a ele nossas aflições. Ele as entende, pois as viveu profundamente. E nos deixemos consolar por ele. Ele é consolação dos aflitos.

 

Pe. Nildo Moura de Melo, OSFS




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