Quem faz a diferença


É interessante como as pessoas são eleitas em nossa vida! Levei vários dias pensando nisto que estou escrevendo. Esta primeira frase foi como uma gota de orvalho nos meus pensamentos. Tão serena, mas também forte a ponto de fazer a semente de várias ideias romperem-se e germinarem neste solo fecundo que é a razão.

“É interessante como as pessoas são eleitas em nossa vida!” A maioria daquelas que nos são importantes, simplesmente, num primeiro momento, não passaram por nossa escolha. Mas exigiram muitas escolhas para que pudessem ficar no posto em que estão. A vida é a escola do amor e não há mais o que dizer. Ou se aprende amar para bem viver, ou se vive mal.

Cheguei a conclusão de que nós somos seres abertos ao infinito. Muito pouco ou quase nada pode nos satisfazer. Dizendo de outra forma: há uma vocação em todo ser humano, um chamado que o faz caminhar sem parar. De vez em quando chegamos num lugar e temos quase a certeza que conquistamos a meta.  Bobagem. No despontar do sol de algum dia nos vemos de mochila nas costas, partindo mais uma vez em busca do desconhecido. Somos o que desejamos ser. Não bastam as conquistas, buscamos o sentido de todas elas.

Bom, parece que este raciocínio pode conduzir a loucura ou a uma insatisfação doentia e amarga. Não, meu caro. Este raciocínio leva a pensar mais. Um perdido no mundo? Será assim o ser humano? Não. Não é um perdido porque alguém o encontra, ele encontra alguém, ele se encontra em alguém toda vez que ama. Ah, o amor! O amor situa o homem. O amor não o deixa partir sem levar com ele tantos outros viadantes. Não se ama ideias, não se ama imagens, não se ama animais ou plantas, embora se possa querê-los muito bem. O amor é dom para a humanidade. Cuidado para não confundir. Há outros sentimentos que também são fortes e sua fumaça pode embaçar nossa visão.

As pessoas são mais do que importantes em nossa vida. Só no relacionamento humano nos humanizamos. Mas, no meio da multidão, há gente muito especial. Não amamos todo mundo. Amamos quem conhecemos. Nos é especial quem faz  a diferença. Às vezes sem saber. Pouco importa. Coisas como família e amigos estão protegidas no eu do eu mesmo - no coração. Neste esconderijo, o calor de sua presença basta. E quando a distância impede a presença, a gente inventa uma razão para falar no seu nome, para justificar sua ausência e, no elexir da lembrança, se encontra, de modo que o planeta parece se tornar o quintal da casa.

Eu quero ser alguém que faz a diferença. Não sei se consigo, mas sei que busco. Se entrei na vida das pessoas por causa das circunstâncias, não quero permanecer por causa delas, mas por causa do que fizer por cada pessoa. Aprendi que é importante fazer a diferença por causa de quem já fez a diferença em minha vida. São pessoas importantes para mim, que importei para dentro do meu coração. Quero partir deste mundo sabendo que ficarei no coração de alguém. Não quero viver à toa. Quero viver fazendo a diferença. E, você poderia me perguntar, há alguma receita para isto? Sorrindo lhe respondo: não, não há, mas há pistas: onde todos reclamam, seja aquele que propõe, onde todos brigam, seja aquele que une, quando todos desistem, seja aquele que enxerga a  luz da esperança; onde todos se atrasam, seja aquele que se antecipa, quando todos se vão, seja aquele que fica, quando todos cobram, seja aquele que dá e agradece; quando todos condenam, seja aquele que perdoa, quando todos falam, seja aquele que ouve, e quando todos se calam, seja aquele que diz algo a mais.

Para fazer a diferença, não é preciso fazer muito, mas fazer bem. Obrigado - digo a você que faz a diferença em minha vida. Obrigado - digo a você que me permite fazer a diferença em sua vida. Diferença não é sinônimo de melhor. Porém, é característica que torna alguém inconfundível.

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