Teatro para o Dia dos Pais e Semana da Família - "O amor é tudo"

O AMOR É TUDO

O teatro apresentará uma família que se preocupou muito com as coisas, mas nem sempre valorizou cada pessoa membro da família. Reflete a figura do Pai de Família, mas também a importância de cada um dentro da família.

Cena 1.
A mãe está pondo a mesa. Num móvel está o rádio. Toca a música Paz e amor de Jorge e Mateus[1]. Depois de que canta o refrão pela última vez, o Pai entra com a roupa suja do trabalho, pois é um agricultor e com expressão de muito stress desliga ao som.
Mãe: O que aconteceu?
Pai: (brusca e rudemente) Não aconteceu nada.
Mãe: Mas por que desligou minha música.
Pai: Porque eu quis. Porque é insuportável.
Nesse momento uma criança (de mais ou menos 5 a 8 anos) vem correndo para abraçar o pai.
Pai: Sai para lá, coisa. Não está vendo que eu tô cansado. Nem tomei banho ainda.
A criança vai chorando ao colo da mãe.
Mãe: Pra que fazer isso? Parece bicho. Qualquer hora eu largo tudo isso e sumo no mundo...
Pai: Por que não faz isso agora e me deixa em paz?...
A mãe sai muito triste com a criança e o pai fica ali... (som de trovões)[2]. Ele pega uma garrafa de cachaça no balcão e toma um pouco. (Fecham-se as cortinas).

Cena 2.
O filho jovem do casal está bebendo com os amigos. A namorada está junto e convida ele para ir pra casa.

Namorada: Meu amor, vamos para sua casa.
Filho: Não. Pra que ir para casa?
Namorada: Ora, pra ficar em família.
Filho: Ah, família... tô nem aí... que se exploda.

Cena 03
A filha casada está brigada com o pai. O marido a convida para visitar o pai e levar o netinho para ele ver.
Genro: Querida, o que você acha de levarmos nosso filho para visitar seus pais? Poderíamos ir amanhã que é sábado?
Filha: Você tinha que estragar o dia, né? Tanta coisa para sugerir e você vem com esse papo.
Genro: Mas, amor...
Filha: Mas, nada! Não quero ouvir isso de novo, certo?!
O marido abaixa a cabeça.

Cena 04
É de manhã. O pai está tomando café. A mãe traz o pequenino em seu colo. O pai o vê:
Pai: Vem aqui com o pai, filho (o toma no colo e lhe dá um beijo). Papai queria te pedir desculpas por ontem. Eu estava um pouco mal e acabei descontando em vc e em sua mãe. Você me desculpa, filho?
O menino lhe dá um abraço bem apertado.
Pai: E será que a mamãe desculpa o Papai?
O menino se vira para a mãe e diz:
Menino: Mãe!
Mãe: Não sei. Depois isso vai se repetir novamente.
Pai: Desculpa-me, mulher! Você sabe como eu tenho me sentido ultimamente.
A esposa vem, senta-se à mesa e olhando para o esposo, diz.
Mãe: Mas nós não temos culpa. Você não acha que eu também sofro. Fazem dois anos que nossa filha não nos visita e nós nem sabemos direito porquê. E nosso rapaz parece que já perdemos também. Chegou às 5h, hoje. Nossa família está se indo pelo ralo. E você ainda vem gritar comigo e com o menino.
Pai: Me desculpa! Estou envergonhado. Sabe, hoje deu um medo no meu coração. Eu não sei o que é. Mas parece uma premonição. Preciso de vocês!
Mãe: Nós também precisamos de você, só que se nossa família não aprender a conversar, se a gente não se sentar junto, se um não tiver paciência com o outro, amanhã será cada um pro seu lado...
Menino: Não mamãe, eu não quero isso. ... Não! (e chora).
Fecha-se a cortina.

Cena 5
Alguém grita: Dona Maria! Dona Maria! O seu João caiu lá na roça. Parece que tá mal. Os vizinhos estão levando ele para o hospital.
Mãe: (responde aflita): Meu Deus!!!

Cena 6
O pai está na cama em coma. Sofreu um AVC e não se sabe se poderá recuperar-se.
A filha com o marido e o filhinho, o filho com a namorada, a mãe e o filho mais novo está na sala de espera do hospital. O médico ou médica vem conversar com eles.
Médico/a: O pai de vocês sofre um Acidente Vascular Cerebral. Não podemos garantir a vida dele. Por hora ele está desacordado, ainda. Suas reações foram as mínimas. Nós o desentubamos e agora esperamos uma reação natural, por menor que seja. Não sei se ele quer viver. Só a família o pode devolver esta vontade. Se vcs tem alguma coisa para falar a ele, falem agora. Um por vês pode entrar, deve ficar pouco tempo. Crianças não podem entrar. Façam isso com muita cautela e de todo coração. Pode ser a última vez que vcs verão seu pai e esposo. Força! Estamos fazendo o nosso melhor.
Eles choram e se abraçam.
Filho: Mãe, a senhora quer ir, primeiro?
Mãe: Acho que vcs tem coisas para falar a ele bem mais do que eu. Vai vc, meu filho. Ele gostaria de te ouvir. Depois vc, filha, porque ele nunca te esqueceu.
O rapaz entra muito vagarosamente enquanto se executa a música. Ele fica tempo olhando para o pai. Ele o toca, chora, o acaricia.
Música: Onze Vidas – Lucas Lucco[3]
Me pareço tanto com você
Olhando dá pra ver
Seu rosto lembra o meu
Desde o primeiro aniversário
O primeiro passo
Sempre pronto pra me defender

Sempre que brigou comigo
Pra eu não correr perigo
Um herói pronto pra me salvar
E com você eu aprendi todas lições
Eu enfrentei os meus dragões
E só depois me deixou voar

Mas eu só quero lembrar
Que de 10 vidas, 11 eu te daria
Que foi vendo você
Que eu aprendi a lutar
Mas eu só quero lembrar
Antes que meu tempo acabe
Pra você não se esquecer
Que se Deus me desse uma chance de viver outra vez
Eu só queria se tivesse você.




Volta e abraça a mãe. A filha sai correndo. Ela não quer ir ver o pai. O marido sai atrás. Encerra-se a cena.

Cena 7.

O pai volta numa cadeira de rodas para casa. O filho vem empurrando e, do lado, a mãe, o mano e a namorada.
Filho: Nós vamos para casa, agora, meu pai. O senhor está feliz?
 O pai nada responde, nem com palavras nem com expressões. Eles se entreolham.
Mãe: João, teremos uma nova vida. Nós valorizaremos cada momento.
O pai nada responde. Entram em casa. Lá está a filha arrumando a mesa. Ele é entronizado vagarosamente. Ele fica paarlisada e chorando.  Até que quando ele é aproximado da mesa ela o abraça e os dois choram. Ele a abraça. É seu primeiro grande movimento. Todos se abraçam.
Música: Pai – Fábio Jr. (entra a 2min03ss do vídeo)[4]
Pai, senta aqui que o jantar tá na mesa, fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensina esse jogo da vida, onde a vida só paga pra ver.
Pai, me perdoa essa insegurança, é que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo, nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu
Pai, eu cresci e não houve outro jeito, quero só recostar no teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa e brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar.
Pai, você foi meu herói meu bandido, hoje é mais muito mais que um amigo (vai, choroso, saindo)
Nem você nem ninguém tá sozinho, você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz.

Fecham-se as cortinas.

Cena 8.
A criança entra puxando o pai pela mão. Ele anda com dificuldade. A criança o faz sentar numa cadeira no centro do palco. Depois senta-se no colo do pai.
Música: instrumental[5]

Pai: Eu perdi...
Perdi minha liberdade, minha força, meu corpo...
Perdi muito tempo... isso, sim, eu perdi.
Perdi de ficar tempo com meus filhos, com minha esposa, de ser-lhes carinhoso, de brincar com eles... perdi quando não fui família, quando não quis ser pai direito.
Perdi quando só quis ganhar.
Mas eu também ganhei. E se agora estou aprendendo tudo de novo, reso,vei que esse tudo seria realmente tudo.
Aprender a caminhar, as escovar os dentes, a comer, a falar... mas, isto até que não é tão difícil... exigente mesmo está sendo aprender a amar de modo diferente... a ser outro homem, outro marido... a ser pai. Estou aprendendo a ser pai. E meus filhos têm me mostrado o quão preciosa é a minha presença. Eu não imaginava que era tanto, assim. Eu tinha me esquecido que um dia fora menino... É, descobri que já fui criança, que já fui jovem... eu já quis colo, já quis beijo, já quis bagunça daquelas que não machuca ninguém... Errar todo mundo erra, mas só é feliz quem tem coragem de recomeçar.

Meus filhos vão chegar. Hoje é dia dos pais... né, pequeno? E quando eles chegarem eu não sei o que vou dizer. Mas para vocês eu quero dizer só uma coisa:
NÃO ESPEREM A DOR PARA APRENDER, NÃO ESPEREM ALGUÉM ADOECER PARA CUIDAR, NEM ALGUÉM PARTIR PARA DIZER QUE O AMA. FAÇA ISSO SEMPRE, PORQUE É ISSO QUE NOS FAZ PAIS E FILHOS PARA SEMPRE. O RESTO É RESTO... O RESTO... É RESTO... O AMOR É TUDO!
Música: Monte Castelo (Legião Urbana)[6]
Todos os outros personagens vão chegando e o abraçam e felicitam pelo dia dos pais. O clima é de alegria e amor, de FAMÍLIA.

Fim.




[1] https://www.youtube.com/watch?v=k7piYw9Q9Z4
[2] https://www.youtube.com/watch?v=V1yMaZr4r-E
[3] https://www.youtube.com/watch?v=d6ri26sps_U
[4] https://www.youtube.com/watch?v=zgo8kX0EQyg
[5] https://www.youtube.com/watch?v=p01JgxQ77tE ou outra.
[6] https://www.youtube.com/watch?v=NQ-K8QSStOo

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