Resumo da Exortação Apostólica Gaudete et Esxultate – “Alegrai-vos e Exultai”
NOVA CARTA APOSTÓLICA
DO PAPA FRANCISCO

Chamado à
santidade (Cap. 1)
Todos
somos chamados a ser santos e nos tornamos vivendo as Bem-Aventuranças. A santidade a que Deus nos chama
irá crescendo com "pequenos gestos" (n.16) cotidianos, tantas vezes
testemunhados por “aqueles que vivem próximos de nós", a "classe
média de santidade" (n.7). "Os santos, que já chegaram à presença de
Deus" nos “protegem, amparam e acompanham" (n.4).
Dois inimigos sutis
da santidade (Cap. 2)
O
Papa fala do gnosticismo e do pelagianismo, duas heresias que surgiram nos primeiros séculos do
cristianismo, mas continuam a ser de alarmante atualidade (n.35). O gnosticismo
é um conhecimento abstrato de Deus que pretende “reduzir o ensinamento de Jesus
a uma lógica fria e dura que procura dominar tudo”, adorando a mente humana em
vez de Deus, que nos pede atitudes concretas. E, ao desencarnar o mistério,
preferem “um Deus sem Cristo, um Cristo sem Igreja, uma Igreja sem povo
"(nn.37-39). O neo-pelagianismo adora o "esforço pessoal". Manifesta-se
numa vontade sem humildade que “sente-se superior aos outros por cumprir
determinadas normas" ou por ser fiel "a um certo estilo
católico" (n.49). Pessoas que se enveredam por aí, “não se deixam guiar
pelo Espírito no caminho do amor” (n.57), "complicando o Evangelho e tornando-se
escravos de um esquema” (n.59).
À luz do mestre (Cap. 3)
Francisco
interpreta as Bem-aventuranças (Mt 5,1-12 e Lc 6,20-26) mostrando que ser santo
é: 1) ser pobre no coração; 2) reagir com humilde mansidão; 3) saber chorar com
os outros; 4) buscar a justiça com fome e sede ; 5) olhar e agir com
misericórdia; 6) manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor ; 7) semear
a paz ao nosso redor; 8) abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo que
nos acarrete problemas. (nn.67-94).
A força do testemunho dos santos consiste em viver as
bem-aventuranças (Mt 25)
e a regra de comportamento do juízo final (Mt 25,31-46). "Ser santo não significa
revirar os olhos num suposto êxtase" (n.96), mas viver Deus por meio do
amor aos últimos. Não se deve desvalorizar o compromisso social, a defesa do
inocente nascituro e a acolhida dos migrantes “que alguns católicos, gostariam
que fosse menos importante do que a bioética” (nn.101-103). Quem deseja
ser santo "é chamado a
obstinar-se, gastar-se e cansar-se procurando viver as obras de misericórdia” (n.107). “Será difícil que
nos comprometamos e dediquemos energias a dar uma mão a quem está mal, se não
cultivarmos uma certa austeridade, se não lutarmos contra esta febre que a
sociedade de consumo nos impõe para nos vender coisas" (n.108).
Algumas
características da santidade no mundo atual (Cap. 4)
Para Francisco
as características do santo em nossos dias são: a perseverança – perseverar sempre,
mesmo quando o desânimo tenta nos abater; a paciência – suportar aquilo que não
podemos resolver de imediato; a mansidão – nunca optar pela violência e autoritarismo
para resolver nossos impasses; a alegria e o senso de humor – que revelam em
quem confiamos, o Deus que nos conduz, fonte de nossa alegria; a audácia e o
fervor – que encantam e mostram a beleza de nossa fé.
O caminho
da santidade deve ser vivido "em comunidade". Juntos podemos vencer o
mal do egoísmo e do isolamento. Também
precisamos estar "em constante oração", que nos leva à
"contemplação" dos mistérios da vida de Cristo e de sua presença nos
que sofrem. Por isso essa contemplação não é “evasão que nega o mundo que nos
rodeia” (nn.110-152).
Luta, vigilância e
discernimento (Cap. 5)
“Não
se trata apenas de uma luta contra o mundo e a mentalidade mundana, que nos
engana, atordoa e torna medíocres sem empenhamento e sem alegria. Nem se reduz
a uma luta contra a própria fragilidade e as próprias inclinações (cada um tem
a sua: para a preguiça, a luxúria, a inveja, os ciúmes, etc.). Mas é também uma
luta constante contra o demônio, que é o príncipe do mal” (n.159). Devemos ser "vigilantes",
usando as "armas poderosas" da oração, a adoração eucarística, os
Sacramentos e com uma vida permeada pela caridade (n.162).
Numa
época "que oferece enormes possibilidades de ação e distração" - das
viagens, ao tempo livre, ao uso descontrolado da tecnologia - "que não
deixam espaços vazios onde ressoa a voz de Deus" faz-se indispensável o
discernimento, para podemos cumprir melhor a missão que nos foi confiada no
Batismo" (n.174).
“Gosto de ver a
santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto
amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos
doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de
continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é
muitas vezes a santidade «ao pé da porta», daqueles que vivem perto de nós e
são um reflexo da presença de Deus, ou – por outras palavras – da “classe média
da santidade”. (Papa Francisco, Gaudete et Esxultate, n.7)
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