Conselho de Ano Novo

Para Deus não há tempo. Para Ele tudo é um único “agora”. O tempo é categoria das criaturas que têm início e fim, por isso medem o seu percurso.

Ao iniciarmos um novo ano, pensamos no tempo. E pedimos que Deus o abençoe. De fato, Deus o abençoa, entra na dinâmica da nossa existência e dá à sua bênção à nossa dimensão temporal. Deus é bom o tempo todo. O tempo todo Deus é bom, como popularizou a trilogia “Deus não está morto”.

Amigos, para iniciarmos bem o ano novo, devemos entender que não somos Deus. Portanto, as coisas não podem ser sempre um “agora” em nós. Não conseguimos viver com toda a carga do passado, com as exigências do futuro e ainda dar conta do presente. Isso seria insuportável. O que passou, fique no passado; o que virá, espere chegar; e viva as alegrias e as tristezas de cada dia com coragem, bondade e fé.

Não se preocupe que tudo tenha que sair do seu jeito, conforme planejado por você. Lembre-se que você não é Deus. Nos frustraremos se quisermos ser Deus no novo ano. Se formos humanos, simplesmente quem somos, então, será um ano bom, mesmo que soframos em alguma parte.

Não queira prever, antecipar, intervir e controlar tudo. Não tente estar abarrotado de passado e de futuro tornando pesado o seu presente. A cada dia a sua luz e a sua cruz. A cada dia o seu riso e o seu improviso. Que seus sonhos sejam como pássaros alcançando o horizonte e não como obedientes prisioneiros a entoar melodias engaioladas. E confie muito em Deus. Ele é o lugar e o tempo pelo qual anseia nossa alma.

“O meu passado já não me preocupa: pertence à misericórdia divina. O meu futuro também não me preocupa: pertence à providência divina. O que me preocupa é o agora, aqui e hoje: ele pertence à graça divina e ao empenho da minha boa vontade” (São Francisco de Sales).

Pe. Nildo Moura de Melo, OSFS