Batismo Católico

O SACRAMENTO DO BATISMO

 

Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu o Sacramento do Batismo para que toda humanidade tivesse a salvação que Ele veio nos trazer. Ao sermos batizados, recebemos a própria vida Dele, o Espírito Santo. Foi na sua Páscoa que Cristo abriu a todos os homens as fontes do Batismo. A partir do dia de Pentecostes, a Igreja celebrou e administrou o santo Batismo, ordenado por Jesus aos Apóstolos depois da sua ressurreição: “Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações; batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinai-os a cumprir tudo quanto vos mandei” (Mt 28,19-20).

Batismo significa “mergulhar”, “imergir”. A “imersão” na água simboliza a sepultura do catecúmeno (batizando) na morte de Cristo, de onde sai, pela ressurreição com Ele, como “nova criatura” (2Cor 5,17; Gl 6,15). Quando participamos de um batismo, é como se participássemos da morte e ressurreição de Jesus acontecendo na vida daquele que é batizado: a pessoa (criança ou adulto) é sepultada nas águas e ressuscita para a vida eterna que Jesus nos conquistou. Mergulhados em Cristo somos purificados de todo pecado e nascemos para uma vida nova. E quem era apenas criatura, depois da água do batismo, é filho de Deus, como Jesus.

O Batismo é o primeiro sacramento, o sacramento “porta” da Igreja. Quem passa por ele, entra para a Igreja, para a família de Deus. Depois dele, nós estamos inseridos em Cristo, e Cristo em nós; temos a salvação e vivemos na Igreja. Somos chamados a ter os mesmos sentimentos e as mesmas atitudes que Ele tem (Fl 2,5).

 

Símbolos do Sacramento do Batismo

Os Sacramentos são sinais visíveis da graça invisível de Deus. O batismo, primeiro dos sete sacramentos da Igreja, tem seus símbolos, sinais e gestos próprios. Eles remetem não a si mesmos, mas a algo grandioso que Deus está concedendo aos batizandos, a saber, a purificação dos pecados e o novo nascimento no Espírito Santo que os torna pessoas novas (2Cor 5,17), faz participantes da natureza divina (2Pd 1,4), filhos adotivos de Deus (Gl 3,26-27; 4 5-7; Jo 1,12-13), irmãos uns dos outros (Ef 4,25), membros de Cristo da Igreja (1Cor 6,15; 12,27; 1Cor 12,13), herdeiros de Deus (Rm 8,14-17) e templos do Espírito Santo (1Cor 6,19; 3,16).

 

Sinal da Cruz – A cruz é o sinal dos cristãos. Nela está a maior prova do amor de Deus: Jesus morreu por nós. A cruz é o amor que nos salva e que se tornou nossa missão, nossa razão de viver.  sinal da cruz, no início da celebração, manifesta a marca de Cristo impressa naquele que vai pertencer-Lhe, e significa a graça da redenção que Cristo nos adquiriu pela sua cruz.

Anúncio da Palavra de Deus - O anúncio da Palavra de Deus ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembleia e suscita a resposta da fé, inseparável do Batismo, que é o “sacramento da fé”.

Água - No Batismo, a água simboliza a vida e a morte: morte da antiga criatura e a vida nova concedida por meio de Jesus. É um banho que purifica, santifica e justifica. Na oração da bênção da água, a Igreja faz memória desse elemento na história da salvação: a água do dia da Criação, do Dilúvio, do Mar Vermelho, do rio Jordão, e a que jorrou do Coração traspassado de Jesus. Aparece como fonte da vida e da fecundidade, figura da cruz, onde perece o pecado. Nas antigas comunidades, o Batismo ocorria numa piscina, onde a pessoa era mergulhada e retirada, representando Jesus que foi sepultado e ressurgiu para a vida nova. Sendo batizados, morremos e nascemos da água e do Espírito (Cf. Jo 3,5).

Óleo – O óleo simboliza o selo de Deus em nós, a missão que ele nos confia, o seu Espírito que nos penetra. Antes do batismo, o “óleo dos catecúmenos” (unge o peito) nos traz a força de Deus. Após o batismo, o “óleo do Crisma” (unge a fronte) nos consagra para participarmos da missão do Cristo sacerdote, profeta e rei.

Roupa branca – A roupa branca simboliza a nova vida, que o batizado está revestido de Cristo. Os batizados “vestiram-se de Cristo” (Gl 3,27).

Vela acesa – A vela acesa significa que Cristo iluminou a vida de quem foi batizado e o fez luz do mundo (Mt 5,14).

 

Compromisso dos cristãos testemunhas do Batismo

Pais. Os pais receberam de Deus o dom de gerar a vida e são os responsáveis pelas crianças. Como Maria e José apresentaram Jesus no Templo, os pais trazem seus filhos para receberem o dom da vida eterna no santo batismo. São responsáveis pela educação cristã dos filhos, conforme prometeram no Matrimônio. Se ainda não são casados, ao professarem a fé, comprometem-se com Deus em conduzir no caminho cristão os filhos batizados.

Padrinhos. Os padrinhos são pais pela Igreja, escolhidos para auxiliarem na educação cristã dos batizados. Professam o Credo em nome das crianças que ainda não são capazes de um ato livre de fé. Passam a estar ligados aos afilhados por um vínculo sacramental, por uma missão sagrada. Precisam ser testemunhas da fé e ajudar os afilhados a viverem no seio da Igreja como filhos de Deus.

Comunidade. A comunidade cristã tem o dever de acolher, de amparar e de testemunhar o Cristo vivo a todos os batizados, em todas as fases da vida. Isso, por meio dos sacramentos, da pregação da Palavra e da caridade, que é o amor que Jesus nos concedeu.

 

Graças do Batismo

Vida nova - O batismo significa um novo nascimento, nos traz uma vida nova, a vida de filhos de Deus (Jo 3,5; Rm 6,4). Se eu não vivo como filho seu, se não me comporto de acordo com sua Palavra, não quer dizer que Ele não é meu Pai. Não é porque não conheço ou conhecia a Palavra que está anulada a graça de Deus. Uma vez batizado, batizado para sempre. A parábola do filho pródigo diz que o filho emporcalhado continuou a ser filho (Lc 15, 11-32). O pai apenas o revestiu com aquilo que ele havia perdido e com o amor que ainda não tinha compreendido. Voltar para casa, voltar para o abraço do Pai, pedir perdão: isso é a conversão do batizado, isso é ser encontrado, isso é tornar a viver.

Perdão dos pecados - O batismo nos traz o perdão dos pecados. A criança, embora não tendo pecado, participa da sorte dos pecadores, como todos os seres humanos participam da sorte de Adão e Eva (Gn 3, Rm 3,23; 5,12.19; Sl 51,5). A Igreja chama isso de pecado original. Pelo batismo recebemos o perdão dos pecados que herdamos desde Adão e Eva. E, assim, somos novas criaturas em Jesus Cristo. Depois do batismo, sendo crianças ou adultos, continuamos nossa batalha e, por vezes, pecamos novamente (Rm 7,19). Como o pecado não é vontade de Deus, Ele nos lava de novo, não pela água do batismo, mas pela água de nossas lágrimas, pelo arrependimento e por Sua misericórdia, no Sacramento da Confissão (Santo Ambrósio, século IV). As Escrituras não mostram alguém que recebeu o Batismo pela segunda vez, mas fala de pessoas que se arrependeram e começaram novamente (Tg 5,16).

Cristão desde criança – Há quem argumente que crianças não devem ser batizadas, uma vez que ainda não fizeram sua opção de fé. Abraão, por exemplo, recebeu do Senhor o mandato da circuncisão, símbolo da aliança e do selo da justiça da fé (Gn 17,12). E isso devia ser administrado aos meninos de oito dias, mesmo que meninos de oito dias não cressem. Os pais, pela fé, ofereciam a criança a Deus. Não eram as crianças que escolhiam a circuncisão, mas os pais. Como judeus, eles concediam aos filhos a graça de fazerem parte do povo de Deus, de trazer em si a aliança com o Senhor. Jesus recebeu, ao oitavo dia, a circuncisão. Era uma criança, sem uso da razão, mas passou pelo rito de justificação pela fé do Antigo Testamento. No Novo Testamento (Mt 28,19-20), o batismo substituiu, como ensina Paulo, a circuncisão (Cl 2,11-12).

Jesus foi batizado adulto porque João começou a batizar adulto. João não batizava antes, uma vez que era apenas seis meses mais velho do que Jesus. Assim que João começou a batizar, Jesus foi receber o batismo feito por ele. Explicitamente, o Novo Testamento não fala do batismo de crianças. É bom lembrar que também não fala do batismo de jovens. Fala, sim, de famílias inteiras sendo batizadas, o que leva a crer que haviam crianças e jovens. É o exemplo do Centurião Cornélio (“com toda a sua casa” - At 10,1s.24.44.47s), a negociante Lídia de Filipos (At 16,15s), o carcereiro de Filipos (16,31-33), Crispo de Corinto (At 18,8) e a família de Estéfanas (1Cor 1,16). “Deixar de batizar uma criança por ser criança significa não ter confiança no Espírito Santo. Porque, quando batizamos uma criança, nela entra o Espírito Santo que faz crescer as virtudes cristãs que depois florescerão. Sempre é preciso dar esta oportunidade a todos, a todas as crianças, de ter dentro delas o Espírito Santo que as guie por toda a vida” (Papa Francisco, 11.04.2019).

 

 

 

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dinâmica da Flor de Papel (recolhida pelo autor)

Dinâmica de Semana Santa para Grupos de Jovens

Roteiro de orações para procissão de Corpus Christi