A força da vida em comunidade
O batismo nos
faz mais filhos de Deus, mais irmãos de Jesus Cristo, membros da Igreja, herdeiros do
céu. Não nos faz indivíduos. Nos faz comunidade. O batismo é a porta da Igreja
e um novo nascimento. Por ele, nascemos e entramos para a família de Deus. Ele
nos concede a graça da fé e da filiação divina. Ele imprime em nós um selo
indelével, que ninguém pode tirar: pertencemos a Deus e temos como mãe a Igreja.
Este é o selo do batismo. Um batizado que não está unido à Igreja é como alguém
que é órfão de mãe. Um batizado que não procura a Deus está órfão de pai. O
batismo também nos confere uma missão: a fraternidade universal; porque somos
filhos de Deus e da Igreja, irmãos de Jesus Cristo e herdeiros do céu, temos a
missão de viver como irmãos, fazendo o bem, anunciando a Boa Notícia e
transformando o mundo. Sim, somos chamados à fidelidade da fé.
Os primeiros
cristãos convertiam outros mais não porque saiam pregar nas casas, nas ruas e
praças, apenas. Convertiam por causa do amor e da alegria que havia no meio deles. Tal
retrato nos leva a perguntar-nos: em nossas comunidades, quem são os mais
alegres, os católicos ou aqueles que professam outros credos? Quem são os mais
dóceis, amáveis, carinhosos, atenciosos, os católicos ou os que frequentam
outras igrejas? Quem são os mais caridosos, os mais unidos, mais fraternos, os
católicos ou os que nem possuem fé? Como cristão católicos, responder a estas
questões é de singular importância, pois sabemos que as novas gerações ficarão junto
daqueles que forem mais abertos a acolhê-las, como são e como chegam, afinal, ninguém
quer estar com os mais tristes, mais bravos, mais desunidos. Todos querem a paz,
a força, a alegria.
Católicos, nós
temos tudo isso. Nosso Deus é o Deus de Jesus Cristo. Por que está tão difícil vivermos
os ideais do evangelho? Será que, de fato, acreditamos que o Evangelho é a
melhor regra de vida? Quem sabe, precisamos fazer uma verdadeira revisão de fé?
Gente, temos
uma força enorme. Sozinhos conseguiremos pouco, mas juntos faremos muito. Acreditemos
na força da vida em comunidade. Unamo-nos. Priorizemos os momentos da
comunidade. Somos os filhos amados de Deus. A voz que ecoou sobre Cristo no
momento do seu batismo, ecoa também sobre nós, pois somos membros do corpo de
Cristo. Somos filhos amados. Não fujamos deste amor. Não percamos esta unidade.
Aconteça o que acontecer, nada pode quebrar o momento de nos unirmos com Deus.
Se pensamos diferente, votamos diferente, agimos diferente, não tem problema.
Tudo passa, menos nosso Deus. A comunidade deve ser o nosso ponto de unidade. Nela
não há pobre, rico, branco, negro, feio, bonito, sábio, ignorante, deste ou
daquele partido: há Deus e a sua família, há irmãos e nada mais, e nada mais...
irmãos, irmãs... e nada mais...
Se fossemos
conscientes da alegria que Deus sente quando nos vê entrar na casa Dele e nos reunirmos
com nossos irmãos, não deixaríamos de vir um domingo, nem perderíamos uma
celebração. Quando o sino bate é a voz de Deus dizendo: filho está na hora, filha
está na hora! Conto-vos, para que possais melhor entender, uma pequena
história. Era uma vez uma mãe que preparou uma linda ceia para seus filhos. Comprou
a melhor carne, as mais saborosas frutas, preparou sobremesa, os pratos
preferidos de cada filho seu. Na hora marcada, ninguém chegou e a mãe ficou
sozinha com a mesa repleta. Deus é como esta mãe: prepara-nos, em toda missa,
um banquete, mas nós preferimos ficar com fome, se alimentar de porcarias e não
vir partilhar com Ele. Isto é triste. Precisamos mudar.
Espírito
Santo, vinde em nosso encontro e reascendei no coração de cada pessoa o
verdadeiro amor cristão. Que possamos renovar, agora, a nossa fé e o nosso
batismo. Somos amados por Deus. Sabemos que sua força se manifesta na vida de
comunidade, mas precisamos redescobrir este valor. Dá-nos a graça de reatar os
laços desfeitos, curar as feridas que o caminho fraterno suscitou, deixar o
orgulho e a arrogância de lado. Dá-nos o dom da fé: fé na vida comunitária, na
vida de Igreja, na presença de Deus quando os irmãos se encontram. E, obrigado
por ter sido chamado a esta vida de comunhão. Vinde, Espírito Santo! Vinde,
Espírito Santo! Amém.
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