Sobre a Inveja - Espiritualidade Salesiana

A inveja é um dos sete pecados capitais que incomoda a vida de muita gente. Sentir inveja é muito ruim, machuca, perturba. Ser objeto da maldade provocada pela inveja de outro também é algo indesejável, injusto, funesto. Hoje vamos conversar um pouquinho sobre este sentimento e esta postura que está presente na vida de muitas pessoas. A inveja só traz cruz, não traz luz. Mas é possível encontra a luz para vencer esta cruz.

São Francisco de Sales nos ensina que a inveja é considerar uma mal o bem do outro. Então é uma má interpretação. Por isso, indica a benevolência como virtude contrária, pois a benevolência é sempre uma interpretação positiva do outro. O mesmo santo ensina que vencemos os pecados não os enfrentando de frente, mas confiando em Deus, mantendo o coração em paz, fazendo o que conseguimos, a cada dia um pouco mais, se cair, levantando, e sempre praticando a virtude contrária, pois água apaga fogo.

A benevolência é a virtude que se contrapõe à inveja por que é bondade de ânimo para com algo ou alguém. Alegrar-se com o sucesso do outro é benevolência. E essa alegria não é sentimento, mas postura; também, dom.

Bom amigo, o interessante é descobrirmos porque a interpretação errada dos sucessos do outro acontecem em nós. Porque ele me incomoda? Por que o sucesso dele me rouba a paz? Quem ele representa para mim? Que situação da minha vida sinto repetindo-se quando vejo alguém indo melhor do que eu? O que tenho medo de perder para ele? Que ameaça real o sucesso de outrem me destina? Fazer estas perguntas ajudam a perscrutar o coração e identificar a raiz deste mal. Quando identificamos, podemos arrancar.

Jamais condenar-se a si mesmo. A exigência evangélica da misericórdia também se destina a si. Certo é que todos nós, hora ou outra, a sentiremos. Mas sentir, lembra Francisco de Sales, não é consentir. Se não sou dominado pela inveja, se ela não condiciona meus atos, embora a sentindo, estou reinando sobre ela. E isso já é uma vitória. Não há pecado. Pecado é consentir livre e conscientemente com atitudes que prejudicam o outro.

E como conquistar a paz do coração, a liberdade de espírito? Praticando a benevolência na primeira esfera sua: a oração. Reze por quem te causa inveja. E depois vá dando os passos seguintes. O teu coração é bom, e por ser bom, é atacado. Árvore que produz frutos sempre recebem mais pedradas, lembra o ditado popular. Então, amigo, alegre-se mais não só com as conquistas do outro, mas também com as suas conquistas. Valorize mais o que você já conseguiu, o que você é. Agradeça a Deus por isso. E não brigue com seu coração: ele é a morada do teu melhor Amigo.

Um abraço. Mantenhamos-nos em na busca da vivência do Evangelho.