Provas da ressurreição de Jesus

Maria Madalena era uma mulher muito simples que encontrou
em Jesus uma razão para viver. Com a morte do Mestre, lhe sobreveio um forte
sofrimento de perda. Mas ela quis amá-lo até depois de morto. Amor com amor se
paga. Na manhã do domingo ela quer ungi-lo para lhe dar toda a dignidade. Bem cedinho,
vai à sepultura. Quando lá chega, vê a pedra retirada, o túmulo vazio, o anjo
que lhe fala e, por fim, o próprio Senhor. Mas só o reconhece quando ele
pronuncia seu nome. Ninguém o dizia como Jesus. Ao dizê-lo, ele ressuscita a
identidade dela. Os outros a lembravam como aquela que fora possuída por sete
demônios. Ele apenas por “Maria”. E Maria era tudo que ela era, significava sua
dignidade.
Os discípulos de Emaús ouviram todos os relatos sobre a
ressurreição, mas não creram. Em sua viagem de volta para casa, caminharam
quase onze quilômetros com ele, ouviram-no explicar as Escrituras que falava a
seu respeito e sentiram o coração arder. Mas só o reconheceram ao partir o pão.
Novamente ninguém o fazia como Jesus. Ele ressuscita a alegria e a esperança
deles partilhando o essencial para vida, como sempre fez.
Aos Apóstolos amedrontados, o dom da paz. Na paz que Ele
traz está a prova de que o Ressuscitado não é uma fantasia, pois esta paz não
esconde as marcas da cruz nem suspende as características mais corriqueiras da
humanidade, como alimentar-se do que se tem para comer. Ressuscitando aquilo
que era mais especial e necessário na vida de cada um dos seus amigos, Jesus
prova que ressuscitou. Sim, ressuscitando o que a morte sepultou.
A pedra retirada, o túmulo vazio, sua voz a explicar, o
coração ardendo, a presença dos anjos e até mesmo sua aparição não instaura
Páscoa na vida dos seus. Quando ele ressuscita o que estava sepultado na vida
deles, então, sim, agora é Páscoa, é Ele mesmo, venceu a morte, está vivo no
meio de nós. É isso o que tanta gente simples que se viu ressuscitado com Ele,
por isso nele creu.
O ressuscitado não tem uma vitória pessoal e egoísta, não é
um herói a ser aclamado. É alguém que faz da sua ressurreição fonte de vida
para quem, apesar de estar vivo, sepultou sua esperança, sua alegria e sua dignidade.
Não é preocupação dos cristãos provar que Jesus
ressuscitou, mas ressuscitar o que, por tantos fatores, foi morto e sepultado
nos corações.
A pedra retirada, o túmulo vazio, a visão de um anjo e a
visão do próprio Senhor são sinais. A vida que brilha no meio da noite da
humanidade, através dos gestos, palavras e atitudes dos cristãos, é o Senhor Ressuscitado
ressuscitando quem seguia vivo, mas sem razões para viver.
Pe. Nildo Moura de Melo, OSFS
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