Quatro características do amor para se descobrir no namoro


O TEMPO
O tempo é a dimensão que permite ver os ângulos de um relacionamento. É com o seu passar que a gente prova que ama e que é amado. A soma dos acontecimentos e a surpresa deles, acompanhado da intensidade de cada fato, mostra o quanto é forte ou fraco o que sentimos. Tudo tem sua hora, o amor também. É importante não apressar o que não precisa de pressa.
O tempo é a dimensão que permite conhecer, admirar, aprender, perdoar, pedir perdão, recomeçar, surpreender. É um caminho que precisamos percorrer se queremos amar e ser amados de verdade. O amor é muito grande, muito sofisticado, belo e surpreendente. Só com o tempo conseguimos conhecê-lo e provar de sua força.
Popularmente se diz que o tempo cura todas as feridas, mas o poder do tempo em si é pouco. O que cura todas as feridas é o amor e o amor se revela com o tempo. O amor não é só sentimento, o amor é escolha, é decisão, é fidelidade. A fidelidade não acontece nos sonhos, mas no cotidiano, e isso se chama tempo.

A DISCORDÂNCIA
Mas como, se o amor é contrário à discórdia, à desavença, às brigas? Sim, o amor é contrário a isso, mas ele não ignora a possibilidade dessas coisas nos importunarem. Quando elas acontecem, o amor se torna remédio, pois nasceu para superar-se.
A discordância entre um casal mostra o quanto humano cada um é. A missão do amor é leva-los à perfeição. Tanto um quanto outro errará, às vezes menos, às vezes mais. Nessa hora entra a correção, a cobrança e alguma discussão: lapidação de diamantes. O amor é tão importante para aquele casal, mas tão importante, que eles até brigam para não deixar que seja contaminado o que um sente pelo outro. Depois perdoam, recomeçam, se fortalecem, se rejuvenescem.
Dizem que as pedras dos rios são lisas pelo fato de se baterem nas correntezas. Assim é o amor no namoro e no casamento. Por vezes, um se atrita com o outro. E isso os deixa mais puros, mais bonitos e mais resistentes. Um casal não precisa brigar. Mas, sem nenhuma discordância, sem nenhuma exigência, sem nenhum acordo, sem que nenhuma parte ceda em algum aspecto, deixa de ser amor para se tornar escravidão. Quem não discorda não se afina, não conhece. E quem procura briga não entendeu a proposta do amor. Amar é acolher os fatos como são, encará-los com a força que tem e concretizá-los com o selo da compreensão. As brigas são assim: servem para saber se, no fim das contas, o casal se acerta, se entende. Ou se é melhor cada um seguir seu caminho. O não também é resposta.

A DISTÂNCIA
Essa é bem exigente. Desafia a amar e a ser fiel sem ver, sem tocar-se, sem estar fisicamente do lado da pessoa amada. Todo mundo precisa viver um pouco de deserto para entender o valor de um oásis. A distância possibilita que vejamos a pessoa amada e o relacionamento em si por outra perspectiva.
Se você está diante de um prédio, você tem uma visão dele. Quando está dentro, outra. E se for à cobertura, terá uma visão diferente das demais. A distância possibilita que conheçamos o outro, mas, principalmente, que conheçamos a nós mesmos. O prédio não mudou, fui eu que mudei de posição, por isso mudou também minha visão. A distância nos ajuda a entender que posição ocupamos na relação e de onde a estamos contemplando.
A distância faz perceber o quanto meu amor conhece, confia, é fiel e necessita do outro.
O amor é único porque não é só sentimento, é decisão. Decisão de amar hoje e todos os dias o outro como ele é. A distância prova no fogo aquilo que é ouro. Com ela podemos ter noção se o que sentimos é amor ou é só atração, só carinho ou amizade. Posso gostar muito de uma pessoa, mas isso não quer dizer que esta pessoa irá me acompanhar como esposa ou esposo pela vida inteira. Posso me apaixonar, só que paixão passa. O amor é a sementinha que surge da paixão. A paixão pode ser um solo muito bem preparado, mas se não conter a semente do amor não leva a lugar algum, é impossível dar frutos. Eis a razão de se fazer necessária a distância.

DEUS
O Amor Divino é a fonte do amor humano. Deus mesmo é amor. Por isso, o casal deve alimentar seu amor com a fé e aprender a relacionar-se com Deus, a rezar juntos, a participar de sua comunidade, a discernir que missão Deus está dando a eles. Sem Deus, o amor fica frágil. Com Deus, ele torna-se laço que ninguém pode romper.
Antes de tudo, Deus! E tudo então acontecerá da melhor maneira que for possível. Deus deve ocupar o primeiro lugar no coração dos dois, deve ser a rocha firme da sua relação e o critério para todas as decisões. Deus ama os dois e faz dos dois um só. Ele não atrapalha, pelo contrário, ele faz o amor ser sempre novo de novo, com um vigor capaz de surpreender o casal e lhes fazer feliz.

CONCLUINDO
No tempo do namoro, a experiência do amor deve fazer o casal crescer. Que o namoro seja uma experiência de liberdade e de autonomia. Namoro é o tempo bonito de tirar os excessos para ceder lugar ao outro e às coisas próprias de um relacionamento sério. Já reparou que, se tiramos o “n” e o “o” de “namoro”, o que fica é “amor”? Pois então, namoro é tempo de cuidar do amor. Ele não chega pronto, mas quando o descobrimos queremos ficar só com ele. Amor crescido num namoro inteligente, sincero e responsável faz dois se tornarem um, o “eu” tornar-se “nós” e o “nós” ser uma bênção. O namoro é o tempo em que Deus convida duas pessoas para o ajudarem no cuidado delas mesmas. Um cuida do outro e assim Deus cuida dos dois. O amor é vida, por isso, quem ama vive.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dinâmica sobre Vocações

Dinâmica da Flor de Papel (recolhida pelo autor)

Dinâmica de Semana Santa para Grupos de Jovens