Visita à Lourdes
Nos dias 28 e 29 de agosto de
2019 tive a graça de visitar o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes,
na França.
Não tem como explicar o lá que se
sente. É mais que emoção, é mais que vislumbre, é mais que encanto: é uma
comunhão com a verdade e a plenitude que tanto buscamos.
A Gruta de Massabielle é linda.
Fica em Lourdes, uma pequena cidade localizada no sudoeste da França, nos
montes Pireneus. Ali corre o rio Gave, de águas geladas e limpidez
impressionante. À sua esquerda está a chamada gruta Massabielle, onde
Nossa Senhora apareceu 18 vezes no ano de 1858, à Bernardete Soubirous, de 14
anos. Sua família era muito pobre. Esta jovem sofria de asma e tinha tendência
à tuberculose. Foi uma moça quase sempre doente. Fez-se religiosa e tornou-se
santa pela prática da oração, do amor e da aceitação da vontade de Deus. Fez-se
apóstola de Santa Mãe de Deus.
Passemos à nossa experiência de
peregrinos em Lourdes. 28 de agosto era uma quarta-feira.
Chegamos perto das 14h. Às 15h um grupo dirigiu-se ao Santuário. Nossa primeira
experiência foi a procissão do Santíssimo Sacramento. Quando chegamos, já
estava acontecendo. A cena é impressionante: Vinham os doentes nas macas
hospitalares, empurrados por voluntários. Outros seguiam em cadeira de rodas.
Logo atrás, os que conseguiam andar, ainda que fazendo o uso de respiradores,
de soro e medicações ininterruptas. Então vinha o Santíssimo Sacramento com os
bispos, padres, coroinhas, acólitos e leigos que ajudavam na procissão. Logo
depois, a multidão de peregrinos. Todos cantando e rezando. É algo que eu já
tinha conhecimento, mas que minha imaginação nunca o desenhara nem dara tanta
importância. Meus Deus! Aquilo toca a sétima morada da alma de quem o
contempla. Tal cena emocionou a nós todos. É inexplicável. Realmente você sente
o Senhor Jesus com o seu povo enfermo. Como num raio que atravessa os muros da
história, me senti nas ruas da Galileia contemplando Jesus com os enfermos que
o buscavam. Na era a mente – era a alma dizendo: “o Senhor está aqui. E os
enfermos o buscam”.
A
gruta de Massabiele é uma reentrância oval na rocha. Está conservada tal como
(ou muito próximo) da sua originalidade. Há um altar logo abaixo, onde também
corre visivelmente (para quem se aproxima) a água vertida por graça de Nossa
Senhora. Naquele mesmo dia, ali pude ir. Como todo mundo, entramos por uma fila
e fomos contornando a gruta por dentro, tocando na rocha. Tocar a rocha que foi
púlpito real da mãe de Deus – que graça imerecida e favorável! Entramos pela
esquerda da gruta tocando em sua parede. Então chegamos à fonte que Santa
Bernardete cavou a pedido de Nossa Senhora. Ela está protegida, podemos ver apenas
a água correndo, mas isso já é emocionante por demais. Depois nos colocamos bem
abaixo da imagem que marca a presença da Virgem Santa. Na rocha desce uma
águinha correndo em pequenos filetes. O olhar se levanta e contempla a imagem da
linda senhora revestida de branco, com rosas nos pés, o santo rosário no braço
e a faixa azul na cintura que desce ao meio e lembra-nos do céu infinito. Abaixo
dos pés, o nome com que a Virgem se revelou, dito no dialeto do lugar “Qué Soy
Era Immaculada Councepciou”. A moldura deste quadro lindo compõe-se da rocha
enegrecida e do verde das plantas que ali crescem. O que se sente? Não consigo
explicar. Só sei que tinha vontade de ficar ali, de voltar e voltar quantas
vezes fosse possível, tocar e tocar naquela rocha, olhar e olhar aquela imagem,
sentir e sentir aquele amor.
Outra
experiência muito importante foi rezar a via-sacra no monte acima da gruta.
Muito íngreme, mas de beleza fascinante. Não sei, mas era como ter uma
companhia a mais, a companhia de Maria.
À
noite, participamos da procissão luminosa. Milhares de pessoas, com velas
acesas nas mãos, cantando e rezando cada qual em seu idioma, uníssonos na “Ave
Maria!”. O coração saboreia as esperanças que cultiva como se fossem concretas
nesse aqui e agora de cada passo da sagrada procissão. A fé, o amor e a
sacrifício das pessoas nos levam a uma simbiose de gratidão e ternura para com
Deus e sua Mãe santa que a alma se sente tão inteira, tão viva, tão em paz como
sempre desejou.
No dia
seguinte, presidi a santa missa na capela Santa Joana D’Arc do santuário que
está construído em cima da rocha da gruta. E depois fomos conhecer tudo o que
está construído em Lourdes e os passos da vida de Santa Bernadete. Cada lugar
cada história, e o coração se abastecendo da fé pelo umbilical cordão da
ternura. Tudo marcado pela oração e pelo amor. Na tarde desse dia, tive a graça
de fazer a Sagrada Confissão. Um jovem padre espanhol me atendeu. Foi um
momento de grande cura, do qual jamais irei me esquecer. À noite, novamente
estivemos na procissão luminosa. E no outro dia, partimos para a Espanha.
Lourdes
nunca mais saiu da minha memória, nem do meu coração. Aquele lugar, lindo por
natureza, nos abre à perspectiva de uma nova beleza, a da Imaculada Conceição,
como Maria Santíssima assim se definiu ali. Trouxe comigo a água que jorra da
fonte milagrosa, hoje canalizada nas torneiras do Santuário. E pelos doentes
sempre rezo á Nossa Senhora de Lourdes, mãe de Deus e dos Enfermos.
Que
Nossa Senhora de Lourdes, a Imaculada Conceição, abençoe a você e sua família
com a graça da conversão e da saúde. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
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