São Francisco de Sales e a Misericórdia - Espiritualidade Salesiana
Olá,
amigos! Como Igreja, estamos vivendo o Ano da Misericórdia que iniciou em 08 de
dezembro de 2015, com a abertura da Porta Santa em Roma, e se concluirá no dia
20 de novembro de 2016, com a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo. O
papa Francisco tem insistido na Misericórdia como caminho dos cristãos para
alcançar a paz e a salvação em nossos tempos. Toda a Igreja é convocada a
revestir-se deste sentimento e desta atitude de Cristo: “Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É
fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação” (Papa
Francisco na Misericordiae
Vultus, Bula de proclamação do
Jubileu Extraordinário da Misericórdia - MV).
Mas
o que é misericórdia? Responde-nos o Papa:
“Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade.
Misericórdia: é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro.
Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê
com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o
caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos
amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado” (MV).
Este
tema da Misericórdia sempre foi muito caro a São Francisco de Sales. Ele mesmo,
quando jovem, passou por uma dura crise ao desconfiar da misericórdia de Deus.
Interpretando mal Santo Agostinho e Santo Tomas de Aquino, entendeu-se
condenado por Deus. Mas foi a descoberta do Rosto Misericordioso de Deus que o
reergueu e o levou a tornar-se o Doutor do Amor de Deus, da Misericórdia
Divina. Depois disso, Francisco de Sales sempre fez questão de mostrar às
pessoas que a Misericórdia de Deus é maior que tudo o que há de ruim, que todos
os pecados ou tribulações da vida
Sua época estava sendo marcada por um
pessimismo quando as virtudes humanas e um temor exagerado do juízo de Deus.
Neste ambiente nosso santo ensinava:“Quanto mais nos sentirmos
miseráveis, tanto mais devemos confiar na misericórdia de Deus. Porque entre a
misericórdia e a miséria, há uma ligação tão grande que uma não pode se exercer
sem a outra”. Ao
pecador inconformado com suas fraquezas, ele dizia: “Quando
cair, erga o seu coração suavemente, humilhando-se profundamente diante de
Deus, reconhecendo a sua miséria… e, com muita coragem e confiança na divina
misericórdia, retome a persecução da virtude que tinha abandonado”.
Francisco
pregava a misericórdia tanto por palavras quanto por atitudes. Foi
misericordioso com seu pai compreendendo-o quando este resistia ao desejo de
seu filho ser padre; foi misericordioso com o criado bêbado que chegando tarde
em casa teve o auxílio do bispo para conseguir chegar ao leito; foi
misericordioso com os opositores que o ameaçavam, propondo sempre o caminho do
diálogo e do perdão; aos padres de sua diocese que passavam por dificuldades ou
que haviam cometido falhas graves ele os ouvia, acolhia, ajudava a emendar-se e
os auxiliava com o que era necessário; aos pobres socorria, aos doentes
amparava e aos pecadores dedicava horas no confessionário. Aliás, esta foi uma
de suas grandes marcas: ficava muito tempo ouvindo as pessoas no confessionário
para conferir-lhes o perdão dos pecados e revelar o rosto misericordioso de
Deus.
A
nós que somos cristãos e seguidores da Espiritualidade Salesiana fica o desafio
de viver este Ano da Misericórdia com mansidão e ternura, humildade e confiança
em Deus. Desta forma estava caracterizada a misericórdia de Francisco de Sales
e também a misericórdia que o Papa nos propõe neste ano. Acreditemos sempre na Misericórdia
de Deus que nos perdoa sempre, nos levanta e nos ajuda a acertar na vida.
Sejamos misericordiosos para com todos. E assim estaremos no caminho pleno do
Evangelho. E seremos felizes.
“Neste Jubileu, a Igreja sentir-se-á chamada ainda
mais a cuidar destas feridas, aliviá-las com o óleo da consolação, enfaixá-las
com a misericórdia e tratá-las com a solidariedade e a atenção devidas. Não nos
deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o
espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os
nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs
privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de
ajuda. As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que
sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito
se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que
frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo” (MV).
Um
abraço a todos e que o Ano da Misericórdia seja vivido por todos nós com
intensidade e fervor. Deus nos ama muito, somos importantes para Ele. Seu rosto
misericordioso nos alcança todos os dias. A misericórdia é o caminho.
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