Deus nunca quis a morte

      
A fé cristã afirma a ressurreição de Jesus como sua verdade fundamental. Dela, deriva também a nossa ressurreição: a vida que brota do infinito amor de Deus quando já não mais vivemos. A ressurreição é a resposta de Deus diante da tragédia inevitável da morte. Deus nunca quis a morte. Ela entrou no mundo não por vontade Dele.  Ele é o Deus da vida. E a ressurreição é a maior prova disso.
A ressurreição mostra o pleno desacordo que Deus tem para com a morte. Ele não a aceita. E o seu protesto é a vida eterna. Não é um protesto violento, mas superior. Quando a morte nos rouba nesse mundo e nós adormecemos para a vida, o Senhor imediatamente nos acolhe e nos ressuscita. Adormecemos nessa vida e os braços do Pai nos acolhe na vida eterna. A morte não nos vence, pois, Deus nos socorre quando estamos caindo e nos leva em seus braços para o novo respiro da vida na Sua perene presença.
Aquele que é o autor da vida não poderia ser o autor da morte. Deus é o Senhor da vida e por isso nos ressuscita para uma vida ainda maior que esta, a vida eterna.  Em tantas ocasiões estúpidas, a morte nos assola violentamente. Sem encontrar respostas, dizemos ser a vontade de Deus ou que Deus sabe o que faz! Mas Deus não faz nada pelo caminho da morte. Ele não quer a morte. Deus nos abençoou com a vida e a vida é sempre o seu caminho.
Se você brigou com Deus porque acreditava que Ele havia permitido a morte de alguém que você amava mais que a própria vida; se você pensava que Ele escolheu a morte como melhor caminho para resolver a situação de alguém; se você em silêncio chorava o abandono de Deus que não ouviu sua oração pedindo proteção a quem amava; se você se distanciou de Deus porque Ele levou alguém de forma autoritária na morte, por favor, hoje, mude de ideia. Deus nunca quis a morte. Ela nunca foi o caminho Dele.
A única certeza que deve percorrer as veias de sua fé e de seu amor é que Deus acolheu, em sua misericórdia e ternura, quem você julgava ter perdido. Não foi a morte, nem a doença, nem o acidente, nem o crime, nem a dor - não foram eles que tiveram a última palavra. Foi Deus que respondeu a isso tudo com um novo jeito de vida, sem dor, sem tristeza, sem angústia. Não conseguiu romper com a distância e a separação: um dia Ele conseguirá fazer isso. Mas cremos - e é assim - Ele o/a ressuscitou, acolheu ternamente em seu regaço. Quando a vida terrena não tinha mais força nem resposta, Deus respondeu com a força da vida eterna. Não deixou que se perdesse aquele/a que ele tanto amou a ponto de um dia ter-lhe concedido o dom da vida.
Não diga mais “perdi quem amava”. Só se perde aquilo que não se sabe onde está ou que não se tem como conservar conosco. Sabemos que esta pessoa querida está com Deus, sabemos que Ela permanece conosco pelo simples fato de estar com Deus e Deus estar sempre conosco. Nossa atitude é de entrega. Sim, não dizemos que perdemos, mas, pela fé, fazemos a entrega a Deus. É um gesto de confiança que restaura o vigor da vida em nós. Deus quer também a nossa vida. É preciso abrir-se a Ele como Ele abriu-se para receber aqueles que lhe entregamos. Deus quer também a vida de quem fica. E a vida feliz de quem fica é o melhor presente para quem adormeceu neste mundo e hoje vive plenamente na presença de nosso Deus.
Paz e confiança! Deus nunca quis a morte! A surpreendeu com a vida eterna, com seu eterno amor, e esta consolação hoje afaga nosso coração, talvez já desalentado pela dor de um julgamento que nunca mais faremos, porque a morte não é culpa de Deus, a morte é um mistério, mistério que Deus supera no mistério maior de seu amor, fonte de uma vida sem fim.  

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