O serviço e a entrega de Maria a um Deus paradoxal
Maria é a mulher que conjugou perfeitamente o verbo servir
em sua vida. Serviu no silêncio e na prontidão, com amor e valentia, sem nada
cobrar mesmo quando nada lhe restou. Maria serviu a Deus servindo quem servido
precisava ser. E o fez com amor, com aquele amor que encontra sua satisfação na
felicidade do outro.
“’Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta em
Deus meu Salvador, porque ele olhou para pequenez de sua serva’ (Lc 1, 46-48a),
daquela que não vai encontrar consolações no mundo, mas sabe quem com ela está.”
É o Deus todo poderoso que, de tão poderoso, se fez um menino no seu ventre. Essa
é a paradoxilidade de Deus! Maria não se importou de Deus se aproximar dela
dessa forma.
Deus é paradoxal. E a palavra paradoxo significa dois
extremos que não se conjugam. Mas em Deus, sim: Deus é poderoso quando se faz
frágil; Deus é grande quando se faz pequeno; Deus é amor mesmo quando silencia;
Deus é ternura mesmo quando não sentimos o seu abraço; Deus é presença mesmo
quando nós não cremos que ele existe; Deus é tudo mesmo quando nós nada temos.
A paradoxilidade de Deus que Maria acolheu revela que, em
síntese, amar e servir é entregar-se. E entregar-se significa confiar mesmo
quando não se vê os braços que me sustentam lá em baixo na hora em que a ele eu
me dou. Isso é o serviço de Maria! Isso é o serviço de Jesus! Faço porque confio
que existe um amor maior. E este amor maior não se explica com palavras e não
se demonstra em fatos, é apenas uma entrega. Uma entrega que faz valer a vida e
a vida valer a pena.
Um Deus paradoxal que aproxima de gente é um Deus que
surpreende. A surpresa dele nos leva a mudar nossos conceitos. E todo conceito
verdadeiro de Deus leva a amar e servir quem mais precisa, com uma generosidade
e gratidão fraterna. Maria assim o fez. E por isso ela é perfeito exemplo de
Discípula do Salvador; por isso ela brilha com a maior entre todas as estrelas
que refletem a luz do grande sol que é Jesus!
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