Nossa vocação é o amor
Nós,
cristãos, temos a vocação do amor. Sem o amor não somos nada. O amor é o nosso
ponto de partida, o amor é o nosso caminho, o amor é o nosso ponto de chegada; o
amor é a nossa lei e a nossa liberdade; é a nossa cruz e a nossa alegria; é a
nossa semente e também o nosso fruto. O amor é tudo.
Neste
momento da história, estamos muito assustados. Muitas perguntas se achegam e se
acampam em nosso coração. Uma delas é sobre o amor, sobre aquilo que é mais
essencial. Como temos amado? O que temos feito em nome do amor?
Deus
sempre nos pediu apenas duas coisas: amar a Ele e amar o nosso próximo. A Ele
acima de tudo e ao próximo como a nós mesmo. Mas parece que vínhamos achando
meio desnecessário cumprir com isso. Parece que não andávamos amando bem a
Deus. Vínhamos oferecendo a Ele o que sobrava. Nós não estávamos indo
frequentemente à igreja; se íamos, chegávamos em cima da hora e saíamos correndo
no final. Nossas orações estavam diminuindo, não conversávamos com Ele mais. Quando
íamos tomar uma decisão, não perguntávamos a opinião de Deus. Interessava-nos
apenas o quanto íamos ganhar. Não estávamos amando a Deus como devia ser.
Graças a Deus mesmo, sempre houve exceções, também; sempre houve pessoas que
sim, o amavam de todo coração.

Não
estávamos amando muito nossas crianças, mas preenchendo suas agendas. Tínhamos entregado
elas à televisão, à internet, aos joguinhos eletrônicos. E, agora, quando
estamos tendo que ficar reclusos em casa, estamos precisando aprender a brincar
com elas, simplesmente ficar com elas, não as podemos delegar a ninguém. Penso
que isso é uma graça para elas e para nós.
Também
não estávamos amando bem nossos vizinhos, pois não tínhamos tempo de visitá-los.
Hoje, no entanto, quem já está trancado em casa, sente uma grande vontade de sair
e visitá-los, conversar um pouco “olho no olho”.
Amar!
O amor é nossa vocação. “Fazer tudo por amor”, repete São Francisco de Sales.
Meus
irmãos, essa pandemia não é vontade de Deus. Mas Ele, que está conosco passando
por esta noite escura, começa a soprar em nossa alma essas verdades tão bonitas
que nós estávamos desviando para não prestar atenção. “Escuta meu filho, ouve
minha filha, voltem-se para mim. Amem-se uns aos outros, não por conveniência,
mas por vocação.” Quem vive a sua vocação, vive de verdade. E é a isso que o
Senhor nos têm chamado.
Escutemos
Nosso Senhor, o amemos de todo coração e amemos nos nossos irmãos com toda a nossa
força. Não esqueçamos disso. Nesse tempo de sofrimento, encontremos as graças
de Deus e amemos de forma concreta o nosso próximo e o nosso Deus, porque o
amor é a nossa vocação. Não a paixão, não o vislumbre, não o entusiasmo -
porque isso passa, o encantamento com o outro, passa - mas o amor de verdade,
aquele que é uma escolha, uma decisão, um compromisso de ser o melhor que se
pode para o outro.
Ser
o melhor que se pode, isso é o amor. Ser o melhor que se pode para Deus e para
o outro, essa é a nossa vocação.
Dá-nos,
Jesus, essa graça, de oferecer ao vosso Pai o nosso melhor e de oferecer também
ao próximo o nosso melhor. O próximo que está em casa, o próximo que está na
rua e não tem onde se esconder. Dá-nos a graça de vivermos nossa vocação, o
amor!
Pe.
Nildo Moura de Melo, OSFS
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