O Fernando de ontem e o Antônio de hoje: um encontro de esperança





Amigos, neste dia 13 de junho celebramos Santo de Antônio de Pádua ou de Lisboa[1], este homem extraordinário que atrai multidões mesmo depois de mais de 800 anos. Todos sabemos que antes de se tornar Antônio, ele se chamava Fernando. Quando descobriu sua vocação franciscana e a ela aderiu, mudou seu nome para Antônio, tendo como referência Santo Antônio do Deserto e a tradição cristã de mudar o nome em vista da missão. Antônio significa valioso. Fernando significa corajoso viajante. Mas não foi estes significados que levaram ele a mudar seu nome. Foi o desejo de transformar sua identidade na identidade de Cristo que o encorajou a tal decisão. O Fernando ficou no ontem; nasceu Antônio para hoje e esta história nos leva a um encontro de esperança.
O Fernando de ontem era um homem que vivia bem, mas que não estava satisfeito. Tinha sabedoria, influência, sucesso. Faltava, destarte, o verdadeiro sentido da vida. O Antônio que vive para sempre na eternidade e em nossas lembranças, por isso, o Antônio de hoje, é alguém que encontrou a razão para estar no mundo. É alguém que promove encontros de esperança. Basta aproximar-se dele para perceber que seu coração não batia a não ser na cadência do coração de Deus.
O Fernando de ontem representa tudo o que em nossas vidas não parece suficiente. O Antônio de hoje representa nossa missão, nossa adesão à causa maior de nossa existência. Com o Fernando de ontem está a lembrança de um tempo em que se amava, mas com limites. Com o Antônio de hoje está o rompimento de toda e qualquer barreira. O Fernando de ontem representa o que cada um é. O Antônio de hoje, o que todos podem ser. O de ontem remete uma história, o de hoje remete à História.
No Fernando de ontem brilha Deus. No Antônio de hoje Deus é o brilho. No Fernando de ontem a pobreza fica fora de casa. No Antônio de hoje ela é irmã e só gera fraternidade. O homem de ontem cedeu. O homem de hoje venceu. Fernando era aquele que encontrou Cristo. Antônio é aquele que seguiu Cristo. Fernando era aquele que tinha esperança. Antônio é aquele que oferece esperança.
Trocar o nome, assumir uma identidade, ser chamado de um novo jeito porque é este novo jeito que lhe deu a vida em plenitude: foi o que fez Santo Antônio. Santo porque muito amou, amando serviu, e servindo encontrou a verdadeira felicidade. Ontem Fernando, ontem a normalidade, ontem o ordinário, ontem o possível, ontem o destino, ontem o simples homem. Hoje Antônio, hoje a loucura, hoje o extraordinário, hoje o impossível, hoje o protagonismo, hoje o homem santo. É ao Antônio de hoje que nossas preces se confiam. E, nessa história de vida tão bonita, com dois momentos e dois nomes tão distintos, nós encontramos esperança. E na esperança nós vivemos a fé e o amor-caridade, pois a esperança não decepciona (Rm 5, 5).
Santo Antônio, rogai por nós!







[1] Eu tenho a graça de ter nascido e crescido numa comunidade cujo padroeiro é Santo Antônio. A imagem presente neste artigo é uma fotografia da estátua que está na capela Santo Antônio, de Campina da Lagoa, PR.

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