Guerra nunca mais


       Há momentos em que parece que a humanidade não aprende (ao menos, alguns de seus representantes). Gosta que a história seja cíclica de um ciclo que não lhe é inerente. Vejam só o que está acontecendo: o conflito entre Israel e a Palestina. Como pode, depois de milhares de anos de existência, haver pessoas querendo a guerra e se levantando para aplaudir quem a defende? Incompreensível. A guerra nunca trouxe paz. Mesmo que cessem os conflitos ao aniquilar inimigos, não se conquista a paz com guerras. A paz é fruto da justiça, da harmonia, do diálogo, da fraternidade, da solidariedade, da compaixão. A morte sim, é parceira, conselheira e mãe deste dragão.
     A guerra destrói a vida como uma avalanche sobre um jardim. É fogo que destrói o que encontra só pelo fato de ter tido aceso onde convinha ao espalho das chamas. A guerra mancha a história de qualquer povo de forma vergonhosa. Não têm vitoriosos, porque quem precisa matar seu semelhante para ter a paz, é suicida de si mesmo, da sua capacidade de diálogo, do seu progresso e da sua dignidade. Foi isso que ensinou Jesus. Ou estou errado?
     O eco do choro de crianças inocentes, de pais e mães, de idosos e jovens ceifados sem nada dever sempre hão de ecoar como canção fúnebre e profética: não à guerra! Guerra nunca mais! Mas a humanidade parece que não aprende. Busca a guerra. Por causa do quê? De poder, de riquezas, de domínio. Pode haver maior tolice? Não, não pode! E não falo só do que ocorre atualmente. Falo de ti e de mim quando, por quase nada, alvoroçamos os espinhos de nossa alma para ferir nosso semelhante. A grande guerra só irrompe se tiver encontrado uma brecha nos corações da maioria dos indivíduos. Parece duro de aceitar, mas é a verdade. Quem resolve os pequenos problemas da vida com violência dá brechas à guerra, e se fosse responsável por intermediar um grande conflito, agiria de tal forma também. Cuidado! Se queres resolver tudo “a ferro e fogo”, és artífice da guerra. Aprenda, pois: compaixão, diálogo e solidariedade é o que distingue o ser humano nesse planeta. Não é apenas a razão, porque esta pode ser manipulada, inebriada, vedada.
      “Guerra nunca mais”, grita Francisco desde que foi escolhido para a cátedra de São Pedro. Ele é um ser humano que aprendeu as lições de nossa história. Grita como um irmão da humanidade e um pai de muitos que lhe ouvem. Grita como um amigo aos que não lhe simpatizam. E o faz não por causa de si, mas de muitos que morrem sem serem ouvidos. Mas não é só ele. “Guerra nunca mais”, gritam as mães com seus filhos nos braços, gritam os filhos com seus pais ao chão. E se eu não ouço, é porque perdi o melhor de mim em algum lugar da minha história.
     “Guerra nunca mais.” Está na hora de aprender esta lição. Escrevi isto para te dizer que não sigas o conselho de Publius Flavius Vegetius Renatus: “se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Se queres a paz, prepara-te para a paz. Ela é mais exigente que a guerra. Nela sim, há heróis, porque herói ou heroína é quem faz viver e não quem mata. Salvador é quem salva da guerra e não quem só salva na guerra. Que sejamos tu e eu, artífices da paz, verdadeiros heróis por resistir à violência como única saída dos nossos e dos conflitos dos outros. Aprendamos, humanidade, a sermos humanos! Ser humano é aprender com a história o que a história prendeu de nós. Deixa as guerras presas nas datas do passado e vivamos o presente na liberdade da paz! Guerra nunca mais! Guerra nunca mais!

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