Uma carta de amor
Estar apaixonado é algo sem
explicação, uma situação que, dependendo do seu desfecho, vai do céu ao Calvário e do Calvário ao céu. Quando há correspondência da pessoa amada, a vida
parece um céu. Há alegria, entusiasmo, gosto por ela. Mas, do contrário, a
vida perde a graça, ficam amargos os mais simples fatos do dia a dia porque aquele
alguém não está junto. Dói! O coração está ausente da gente e não encontra paz, nem
sossego, e desconhece a liberdade. Amara éa coisa mais séria da nossa vida. Apaixonar-se é entregar-se, mesmo que a pessoa amada não
saiba.
E têm coisas que acontecem numa
paixão propriamente para alimentar a chama deste sentimento e alvoroçá-lo. São
toques de carinho e carícias sem preço. Pense numa carta, por exemplo, num SMS,
numa mensagem que chega da pessoa amada. É algo sensacional! Alegra o coração,
apascenta a alma, rejuvenesce os sonhos e fortalece os propósitos. É como se a
gente fosse resgatado da solidão e recebesse toda a confiança e aposta do universo. Como é bom, como é
bonito viver! Uma carta e uma mensagem destas revela o valor de ser único, de
ser querido, desejado e especial para alguém, só para alguém, e de forma
insubstituível. E esta carta, a gente lê e relê quantas vezes pôde, porque dela
vem o que a gente precisa. De momento em momento, mesmo em meio à correria, um
tempo se encontra, só para reler aquela mensagem e sorrir sem que os outros
consigam entender. É que palavras vindas do nosso amor só podem ser entendidas
pelo amor que levamos no peito, alastrado por todo nosso corpo e por tudo o que
fazemos.
Entretanto, meus bons amigos, nem toda
paixão é para a vida toda. Há paixões que passam. E a maioria delas passam
porque cultivamos ilusão, porque foi algo de momento ou porque não nos demos a
medida que era necessário. E quando uma paixão se vai, as cartas, as mensagens,
os bilhetes por aquele alguém remetidos a nós, já não têm mais tanto calor, nem
aquele valor. Ficam na história sem fazer diferença na história do agora.
Passou a paixão pela pessoa, passou também, a paixão por suas palavras.
O mesmo fazemos com Deus, por
incrível que pareça. E, como a gente conversava, consequentemente, pela sua
Palavra, a Bíblia. Se Deus não nos atrai, para que valorizar suas palavras?
Vamos ouvir, vamos ler as palavras de outro, daquele e daquilo que roubou nosso
coração. Quando o dinheiro, o prestígio, o poder, o prazer, a vaidade e outras
coisas nos conquistaram, serão só suas palavras que nos interessarão. “Palavra
de Deus? Não me toca, não entendo, não tenho tempo, é manipulação, coisa do
passado, uma hora eu leio.” Expressões tão comuns e que revelam um
distanciamento da maior carta de amor que a humanidade recebeu. Sim, a Bíblia é
uma mensagem de amor, uma carta de Alguém enlouquecidamente apaixonado por
todos e por cada pessoa. Uma carta capaz de animar toda pessoa, de mudar a sua
vida, de dar gosto e sentido para cada dia, de trazer à tona a força de cada
um, de fazer o coração acelerar, independente da situação; uma mensagem capaz
de aquiescer a alma e dar a plena liberdade a todo ser humano, dando-lhe a
certeza de que é amado como único, como insubstituível e desejado numa medida
imensurável.
Meus bons amigos, se por algum motivo
a paixão por Deus diminui e, por isso, você esqueceu da doçura de Suas palavras,
tome-as de novo e verá que esta paixão permanece viva, principalmente da parte
de Deus. Quem está apaixonado não mede desafios, não se preocupa com as
consequências, não teme perder. Deus não teme nada por ti. E olha que Ele
também sofre! Mas não deixa de te querer.

“Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para
que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).
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