Chamado
Para
quem tem fé, a vida lhe vem como um grande CHAMADO, isto é, como uma VOCAÇÃO. Deus
que sonhou e pensou amorosamente em cada pessoa e a fez nascer para algo
específico sem, no entanto, forçá-la a nada, lhe chama para algo. Sim, Deus deixou
inscrito no ser humano um convite, um chamado, não uma predeterminação. Este chamado consiste em viver, fazer o bem,
progredir, e esforçar-se por estar unido ao Senhor pela solene ordem livre do
amor.
Para
os cristãos o chamado a vida se realiza na união com Deus que se dá na vida
eclesial, com os irmãos, na Igreja. Então este é também um chamado, o ser
Igreja. É a transcendência da esfera individual para a comunitária, uma vez que
a comunidade também tem seu chamado. O Batismo marca o ponto histórico inicial deste
chamado.

Este
chamado específico é compreendido pela Igreja como sendo:
a)
o chamado ao Matrimônio, onde um homem e uma mulher acolhem o amor como dádiva,
manifestam o compromisso de viver este amor sob a luz do grande amor divino e a
tornarem visível no seu amor o amor de Deus, continuando a vida pela geração de
filhos e educação na fé e sendo no meio do mundo célula da sociedade e
santuário da vida. Assim a mulher eo homem vocacionados ao matrimônio são chamados
a serem Igreja doméstica e a fazer dar frutos o dom da fé transmitindo-a de
geração em geração;
b)
o chamado à Ordem, onde um homem se vê envolvido pela missão de ser pai de uma
comunidade e canal dos Sacramentos para ela, principalmente da Eucaristia e da
Reconciliação. É a vocação do padre, sendo que alguns padres se tornam Bispos
como uma segunda maneira específica de exercer o chamado de Deus na Ordem e faz
referência mais à coordenação da Igreja em uma determinada organização de
várias paróquias e comunidades, a diocese. Há também homens que são diáconos,
outra forma de estar no chamado da Ordem. Servem a comunidade com a Proclamação
do Evangelho e com o cuidado com os mais necessitados;
c)
o chamado à Vida Religiosa Consagrada, onde mulheres e homens se consagram ao
Senhor com Votos de Castidade, Pobreza e Obediência manifestando sua total
pertença a Deus, seu comprometimento com o Reino Dele, sua afetividade
direcionado ao amor concreto de cada irmão, principalmente aos mais
necessitados, do qual também comunga a fraterna carestia (pobreza). Aponta a
vida de Cristo como ícone vivente e como referência excelsa da felicidade humana.
Sinaliza a finalidade última e a realidade eterna da vida em comunhão plena com
Deus onde todos serão irmãs e irmãs na casa do Pai;
d)
o chamado à vida leiga, onde mulheres e homens optam por uma maneira de viver o
Evangelho sem consagração específica na Igreja, apontando para o Batismo como
vida nova no meio do mundo, vida em Cristo na Igreja, na comunidade, na
construção da sociedade em comunhão com as outras vocações.
E
todos estes chamados, repetimos, são iniciativa de Deus, dignos e necessários,
gratuitos e preciosos, verdadeiros caminhos diáfanos de felicidade. Quem é
chamado é escolhido, elegido por Alguém que o ama e confia nele, por Alguém que
compartilha algo muito precioso nascido no seu próprio coração, um segredo
sussurrado na intimidade da consciência. Este Alguém é Deus. Ele chama, chama,
chama... e ascende no coração de quem escuta uma chama, uma grande chama, uma
chama que crepita e quer tornar-se luz para o mundo dissipando as trevas da
solidão e da injustiça, do abandono e da tristeza.
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