Biografia de São Francisco de Sales - Espiritualidade Salesiana
Francisco
Boaventura de Sales nasceu prematuramente numa quinta-feira, 21 de agosto de
1567, no castelo de Sales, no ducado da Sabóia, hoje França.
Primogênito de Francisco de Nouvelles e de Francisca de Sionnaz, ele um militar
que casou-se aos quarenta e três anos de idade e ela uma donzela que casou-se
com apenas quatorze anos, ambos pertencentes à nobreza. Recebeu este nome por causa
dos padrinhos de batismo: Francisco de la Fléchère e Boaventura de
Chevron-Villette. O
sobrenome Sales dado a Francisco advém do lugar onde morava sua família. O pai
usava o sobrenome de Boisy por ter sido a condição que sua sogra e tia exigira
para que o casal recebesse o dote das terras e castelos da família. Os “filhos
de ambos, entre os quais se encontrava o nosso Francisco, receberiam, porém o
nome de Sales, pelo menos até ao dia em que o senhor de Boisy lhes desse uma de
suas terras” (RAVIER, 2010, p. 19). O frágil menino foi batizado no dia 28 de
agosto de 1567, na Igreja Saint-Maurice de Thorens.
Durante
seis anos Francisco permaneceu como filho único na casa de seus pais. Acontece que
alguns de seus irmãos faleceram ao nascer. Seu irmão Gallois nascerá apenas
nove anos depois.
Em 1573 o pai envia Francisco para estudar no colégio de La Roche-sur-Fioron.
Em 1575 muda para o Colégio de E. Chappuis, de Annecy, onde recebe o Sacramento
da Confirmação . Em 20 de setembro de 1578 recebeu a
tonsura e neste mesmo ano foi ao Colégio de Clermont onde iniciou as “Humanioris litterare”. Permaneceu um
decênio neste colégio, dos onze aos vinte e um anos, tendo estudado gramática
para obter o pleno domínio do latim, o curso de humanidades, o curso de
retórica, os curso de artes ou filosofia, astronomia, cosmografia, história
natural, matemática, música, grego e hebraico. Obtém os títulos de bacharel em
retórica e licenciatura e doutorado no curso de artes. Foi classificado como
“perfeito em filosofia” e “um, dos primeiros alunos na Universidade”. Além disso, “entre os
15 e 18 anos frequentou uma espécie de academia
de cavalaria, ou da nobreza, que
compreende equitação, esgrima, ginástica e dança”
De
dezembro de 1586 a janeiro de 1587, Francisco tem sua grande crise existencial.
Ele se “julgava predestinado para a condenação pelo juízo infalível de Deus”. Os efeitos da crise do espírito envolvem também o corpo.
Fica doente e não quer mais comer nem consegue dormir. Pensava estar
predestinado a não ser salvo por Deus. Mas, “de repente, Francisco sozinho
supera a crise da maneira mais inesperada, aos pés de Maria” quando reza o Lembrai-vos na igreja dominicana de
Santo Estevão de Grès, diante da imagem da Virgem Negra de Paris e fica
completamente curado.
Em
1588 termina seus estudos de humanidade e filosofia. Volta para Sabóia e viaja dali para Pádua. Iniciará os estudos em Direito, como
deseja seu pai. O senhor de Boisy designou o reverendo Déage para preceptor de
Francisco e de Gallois, que fora junto para estudar em outro colégio da cidade.
Escondido do pai, mas com a permissão de Déage, estudará Teologia. Ao chegar em Pádua toma como Diretor Espiritual o jesuíta Antônio
Possevino “que lhe transmite o gosto pela Escritura e o orienta ao estudo da
mística”. Sob sua orientação Francisco lê o Combate Espiritual, do padre Scupoli, e
redige para si uma regra de vida que
ficará conhecida como Regra de Pádua e
mais tarde se tornará o Diretório
Espiritual[1].
No fim de 1590 fica doente. Está em perigo eminente de morte e pede para que
seu corpo seja entregue aos estudantes de medicina a fim de “ser útil pelo menos
depois da morte...”, pensamento que revela a crise pela
qual estava passando. Em 5 de setembro
de 1591 obtém o doutorado em Direito
civil e eclesiástico. Contava com vinte e quatro anos de idade.
Em
fevereiro de 1592 Francisco retorna à Sabóia e se torna advogado no Senado de
Chambérry (24 de novembro). Aí encontra seu pai que logo lhe arranja um
casamento. Mas Francisco deseja o sacerdócio. Conversa com alguns influentes
amigos e estes lhe conseguem um cargo importantíssimo na diocese, fazendo disto
um artifício para que o senhor de Boisy aceitasse sua vocação. Logo foi nomeado senador no Senado de Chambérry. Recusou.
Recebeu, então, uma nomeação de Roma: Deão[2] da diocese de Genebra. Em
9 de maio de 1593 Francisco, sabendo desta nomeação, vai ao pai contar-lhe de
seu desejo de ser um homem da Igreja. Leva em companhia Luís de Sales, seu
primo sacerdote, e Francisco Deronis[3], além de contar com a
intervenção da senhora de Boisy, sua mãe. O pai resiste, mas é convencido[4]. Assim, em 12 de maio de 1593,
se torna preboste do Capítulo de São Pedro de Genebra (exilado em Annecy). Mas
só será instalado depois de ordenado presbítero.
Em
09 de junho de 1593 recebeu as quatro ordens menores na catedral de Annecy. No
dia 11 recebeu o sub-diaconato. Em 24 de junho pronunciou seu primeiro sermão,
falando da santa Eucaristia na catedral de Annecy. Em 18
de setembro recebeu o diaconato e em 18 de dezembro do mesmo ano foi ordenado
sacerdote por Dom Claudio Granier, na catedral de Annecy. Três dias depois
“cantou sua primeira missa”. Estava com vinte e seis anos de idade.
O
duque da Sabóia, Charles-Emmanuel, desejava que esta região voltasse à fé
católica, muito mais por motivos políticos que piedosos .[5] Pediu a Dom Granier que
enviasse missionários para seu ducado. Este pede a Francisco de Sales que, em
14 de setembro de 1594, vai catequisar o Chablais[6]. Tem em companhia o primo
Luís de Sales. Serão quatro anos de duro trabalho. Em
1595 começa as conversas familiares com os protestantes. Redigiu algumas
“Meditações”, as Controvérsias, fixando-as
em lugares públicos ou metendo-as por baixo das portas [7]. Em 1596 obtém os
primeiros frutos de sua missão com o início do movimento de conversões no Chablais. No dia 9 de abril de 1597 Francisco e Luís de
Sales tiveram um primeiro encontro com o sucessor de Calvino, Théodore de Bèze.
Travaram um bom diálogo que foi seguido de dois outros encontros. Francisco
desejava conduzi-lo à fé romana, o que não conseguiu, mas conservou-se estimado
por Bèze.
Em
outubro de 1598 é suprimido o culto protestante no Chablais[8] e, por influência rígida
de Francisco de Sales, são expulsos os ministros calvinista de Thonon. Depois disso, o preboste vai a Roma chegando ao findar de
dezembro. É recebido pelo papa Clemente VIII que, numa segunda audiência, no dia
22 de março de 1599, aplica-lhe o exame canônico habitual, obtendo o êxito de
Francisco nas trinta e cinco questões que a corte lhe dirigiu.[9] É, então, nomeado bispo
titular de Nicópolis e coadjutor de
Genebra (1599)[10]. Em maio de 1600 foi
publicado A Defesa do Estandarte da Santa
Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o livro que Francisco tinha escrito em
resposta a um antigo panfleto do ministro de La Faye (um alto eclesiástico
calvinista). Em 1601 (6 de abril) perde seu pai. Em 19 de setembro faleceu seu
bispo, Dom Cláudio de Granier. Agora terá que assumir o cargo como pastor de
Genebra-Annecy. Depois de um retiro de vinte dias e de redigir uma regra de vida, “que é um pequeno tratado
sobre o ideal sacerdotal segundo o evangelho”, em 8 de
dezembro de 1602, na igreja de Thorens, é sagrado bispo. Seis dias depois toma
posse na catedral de Annecy. Será um bispo reformador no
espírito do Concílio de Trento. Vive como pobre[11], reza, escreve[12], catequisa[13], confessa[14], reforma abadias e
mosteiros decadentes[15], visita as 450 paróquias,
instrui o clero[16]
e acolhe a todos sem distinção, ouvindo e orientando como um bom pai. Conquista
uma popularidade imensa. Continua sempre pregando[17]. E numa destas pregações
tomará contato com a baronesa Joana de Chantal, irmã de Monsenhor André
Frémyot, o jovem arcebispo de Bourges, que frequentemente recebia Francisco em
sua casa.
Joana
era uma mulher austera que procurava um bom diretor espiritual. Viúva aos 28
anos, sofrera muito com seus quatro filhos pequenos e com os maus tratos que
recebera na casa do sogro. Teve um diretor espiritual
escrupuloso que em nada lhe ajudou . Em 1604, quando foi à pregação quaresmal em Dijon, encontrou-se com o bispo de Genebra, Francisco
de Sales. Ela vê nele o diretor espiritual que Deus escolhera. Desta amizade
surgirá uma vasta literatura[18] e a Ordem da Visitação de
Santa Maria[19],
fundada por ambos em 6 de junho de 1610. Antes disso, em 1609, Francisco
publica a Introdução à Vida Devota ou
Filoteia.
Outro
fato de grande importância na vida de Francisco foi a morte de sua mãe, pouco antes
da Visitação ser fundada. A senhora de Boisy faleceu em 1 de março de 1610. Francisco
herdara dela a personalidade e a devoção. Sua mãe era sempre um modelo de vida
cristã. Em 1616 publica o Tratado do Amor
de Deus, obra que nos debruçaremos neste trabalho. Desejoso de promover a
cultura na sua diocese, em 1606 Francisco fundou em Annecy a Academia Florimontana, sociedade de
doutos e literatos.
Em
1618 Vicente de Paulo vem ouvir as pregações do Advento em Paris feitas por Dom
Francisco de Sales. Os dois conversam e se tornam grandes amigos. Em Paris
Francisco funda um mosteiro da Visitação e o confia ao jovem padre Vicente. Em
1622 o nomeia superior, ficando Vicente por mais de quarenta anos, até sua
morte. Em 1619 travou
relações com a abadessa de Port-Royal, Angélica Arnaud. Visitou-a várias vezes
no seu mosteiro e, ao deixar Paris, dirigiu-lhe cartas.
Angélica manifestou o desejo de ser Visitandina, mas não obteve licença de Roma,
sendo que Francisco considerou isso um desígnio de Deus. Esta abadessa
envolveu-se com o jansenismo. Seu estilo pessimista e rigoroso não se deixou
penetrar pela doutrina terna e mansa do bispo de Genebra. É uma das páginas
tristes da vida de Francisco.
Nos
últimos anos Francisco gastará todo o seu tempo em viagens diplomáticas[20] em favor da Igreja e da Sabóia.
Terá especial cuidado com a Visitação e com sua diocese, sem negligenciar os
pedidos da santa Igreja, que ora e outra lhe roga favores. Com a nomeação e
sagração de João Francisco (21 de janeiro de 1621), seu irmão, como seu
coadjutor, vê surgir o desejo de se tornar um ermitão e poder dedicar-se à
oração e a escrever (RAVIER, 2010, p. 254-256). Mas isto ficou só no desejo. Sua
saúde estava se debilitando. Sentiu-se cansado nas viagens e capítulos que, em
nome da Igreja, fazia e presidia.
Em
27 de dezembro de 1622, estando em Lyon, sentiu-se mal. Depois de um dia
exaustivo precisou ser posto na cama. Foi tomado por uma forte apoplexia ou
acidente vascular cerebral. Em torno da meia noite recebeu os sacramentos. No
dia 28 de dezembro de 1622, com pouco mais de cinquenta e cinco anos de idade e
vinte anos como bispo e príncipe de Genebra, por volta das 20 horas, veio a
falecer. Em 29 de janeiro de 1623 são realizados
seus funerais. Em 29 de abril de 1662 foi beatificado em Annecy. Em 19 de abril
de 1665 o papa Alexandre VII assina o decreto de canonização e, em 19 de julho
de 1877, Pio IX assina o decreto que lhe confere o título de Doutor da Igreja,
sendo que o Breve foi publicado em 16
de novembro de 1877. Em 1923 o Papa Pio XI o
declarou Padroeiro dos jornalistas e escritores católicos. Sua festa é
celebrada em 24 de janeiro, quando foi definitivamente sepultado em Annecy, em 1624[21].
São
várias as obras do nosso santo. Encontram-se divididas em obras editadas por
ele mesmo, em edições póstumas parciais e em edições completas. Apresentamos
conforme Lajeunie o traz em San Francisco
de Sales. El Hombre, el Pensamiento, la Acción (1966, vol. I, p. 21-22),
seguido de breve descrição.
Simples Considerações sobre o Símbolo dos
Apóstolos. 1597 ou 1598. Reimpressa na Conférence accordée, Paris, 1598. Trata-se
de uma pequena obra que Francisco escreveu quando missionário no Chablais em
vista de instruir as pessoas na fé católica.
Defesa
do Estandarte da Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Lyon, 1600. Livro denso, escrito a pedido de Dom Granier em resposta ao libelo
de La Faye (ministro calvinista).
Breve
Tratado da virtude da Cruz e modo de honrá-la (1597). Obra sem
êxito editorial, mas que lança muita luz sobre o debate do momento.
Orações fúnebres...
de Philippe-Emmanuel de Lorraine, duc de Mercoeur, 1602. Francisco foi
escolhido para pronunciar a oração fúnebre de Lorraine de Philippe Emanuel,
duque de Mercoeur e Penthièvre, na igreja metropolitana de Notre-Dame em Paris,
em 27 de abril de 1602. A razão da escolha está na estreita relação de sua
família com o duque.
Constituições
sinodais, Thonon, 1603. Trata-se de determinações em vista da
reforma eclesial proposta pelo Concílio de Trento e publicadas para a Diocese.
Francisco as refaz, pois Dom Granier já as tinha feito em 1582, no intuito de
conduzir bem a diocese. Ambos realizavam o Sínodo diocesano deliberante uma vez
por ano com a exigência de que os padres participassem e abertura para os
leigos nas sessões públicas.
Aviso aos Confessores
(continuação das Constituições). É um
escrito dirigido especialmente aos Confessores sobre o Sacramento da
Penitência. Estava dentro do esforço empregado nas Constituições sinodais.
Introdução à Vida Devota,
Lyon, 1609. “É um verdadeiro e próprio tratado de ascética, adaptado às pessoas
que vivem no mundo” (BIANCO, 2011, p. 210). Filoteia é o outro nome
da obra. Significa amante ou enamorada de Deus. Por “antonomásia é Luísa
Duchastel, a senhora de Charmoisy, a quem Francisco dedica implicitamente o
livro” (BIANCO, p. 210), pois a obra nasceu de
cartas, memórias espirituais, que
Francisco lhe escrevia na qualidade de seu diretor espiritual. Quando ela
mostra este tesouro ao padre jesuíta João Fourier, ele se admira e escreve ao
bispo para que as publique. Francisco as revisa e publica (BIANCO p. 209). A obra “foi impresso mais de
quarenta vezes em vida de seu autor” (VIDAL, 1978, p. 15).
Ritual sacramental,
Lyon, 1614. Francisco compôs um ritual para a administração de alguns
sacramentos para sua diocese. Na época não havia rituais comuns para a Igreja
universal.
Tratado do Amor de Deus,
Lyon, 1616. Esta é a obra que abordamos neste trabalho.
Regra de Santo Agostinho e
Constituições para as Irmãs religiosas da Visitação,
Lyon, 1619. Trata-se na Regra de Vida Religiosa Monacal escrita e entregue por
ele à Santa Joana de Chantal e às Irmãs da Visitação.
A
De summa Trinitate et fide catholica,
publicada em 1606 no Codez Favrianus, aparecida com o nome de Favre. Trata-se
de uma exposição sobre as principais heresias calvinistas contra as quais terá
de exercer a sua vigilância de legislador (RAVIER, 2010, p. 82).
Cartas,
Lyon, 1626. Conjunto de Cartas que o santo endereçara a correspondentes e que
foram reunidas e publicadas. Hoje elas formam seis volumes das Obras Completas e totalizam 2103
(BIANCO, 2011, p. 185).
Costumeiro e Diretório,
Lyon, 1628. Regras de vida prática e espiritual para o cotidiano das Irmãs da
Visitação, que é publicado sobre orientação de Santa Joana de Chantal e
agregado às Constituições da Ordem.
Os verdadeiros Entretenimentos
espirituais, Lyon, 1629. Em português, está publicada
sobre o título de Palestras Íntimas.
Trata-se de palestras familiares que o bispo dava às Visitandinas em Annecy.
Elas se reuniam com ele e lhe faziam perguntas. Ele as respondia de modo
espontâneo, sendo que as Irmãs tomavam nota. Depois de sua morte e de reunirem todas
estas palestras, Santa Joana de Chantal e as Irmãs mandaram editar.
Controvérsias, 1870. Corpo de “Meditações” que Francisco escreve e fixa em
lugares públicos ou as mete por debaixo das portas a fim de instaurar um vasto
diálogo com os habitantes de Thonon. Em 1672, foram impressas numa edição que,
infelizmente, é cheia de erros. Em 1821 sai uma segunda edição ainda pior.
Finalmente, em 1870 aparece uma edição correta” (BIANCO, 2011, p. 101).
Edições completas
Toulouse,
Pierre Bosc et Aernaud Colombier, 1635; Paris, 1641; Paris, Sébastien Huiré,
1652; Paris, Léonard, 1663, 1669, 1672 (contendo as Controvérsias), 1685.
Não
existe edição completa no século XVIII. Herissant, em 1758, publica as Cartas
em seis volumes e os Opúsculos em quatro.
No
século XIX, Obras Completas: Blaise, Paris, 1821; Viès, PARIS, 1856-1858;
Migne, 1861-1862.
Quando
escreveu a Filoteia, disse Francisco: “Eu quero instruir e guiar os que vivem
nas cidades, no seio da família, na Corte e palácios dos grandes...” (IVD,
2004, p.18). Surpreendeu, pois o título de sua obra rezava Introdução à vida devota. Matizava, assim, um modo de compreender a
vida de perfeição. Perfeição era o termo preferido pelos mestres do espírito da
época, uma vez que “devoção” soava antiquado (BIANCO, 2011, p. 214). Ele não
teme usar o termo “devoção” ligando-o diretamente à vida cristã: “Tu aspiras à devoção,
queridíssima Filotéia, porque és cristã e sabes que é uma virtude sumamente
agradável à divina Majestade” (IVD, 2004, p. 27). Para Francisco o cristão é
devoto e “la devoción outra cosa no és que la llamada universal a la santidad”
(VIGUERA, 1990, p. 165). Ele a descrevia nestes termos:
A verdadeira devoção, Filotéia, pressupõe o Amor de
Deus ou, melhor, ela mesma é o mais perfeito amor a Deus. Esse amor chama-se
graça, porque adereça a nossa alma e a torna bela aos olhos de Deus. Se nos dá
força e vigor para praticar o bem, assume o nome de caridade. E se nos faz
praticar o bem freqüente, pronta e cuidadosamente, chama-se devoção e atinge
então ao maior grau de perfeição (IVD, 2004, p. 29).
A
vida devota não é vida de devoções, mas vivência radical da fé.[22] É o amor de Deus,
fervente e abnegado. Em termos pós Vaticano II
diríamos, vivência da vocação batismal (LG 39).
É essa atenção amorosa para com a vontade de Deus, “numa palavra, a devoção não
é nada mais do que uma agilidade e uma viveza espiritual, da qual ou a caridade
opera em nós, ou nós mesmos, levados pela caridade, operamos todo o bem de que
somos capazes” (IVD, 2004, p. 30).
Usando
uma analogia, típico de seu método, nosso santo diz que a caridade e a devoção
só se diferenciam entre si como a chama e o fogo (IVD, 2004, p. 31). E explica
que a caridade é um fogo espiritual. Uma vez bem aceso se chama devoção (IVD, 2004,
p. 31).
Não
resta dúvida que “Francisco de Sales creia que la ‘devoción’ era necessária
para vivir ‘como verdadero Cristiano’ en el mundo’” (LAJEUNIE II, 1966, p. 246-247).
Seu mérito está em fazer seus contemporâneos entenderem
que la devoción no es sombría, ni triste, ni aburrida,
que al contrario, es una fuente de alegría pues consiste en “um cierto grado de
excelente caridad que nos hace prontos, activos y diligentes para observar los mandamientos
de Dios y para hacer gustosamente todas las obras buenas que podamos” incluso
las que no están mandadas “sino solamente aconsejadas o inspiradas” (LAJEUNIE
II, 1966, p. 246-247).
Sendo
assim, a vida devota, a vida cristã, o chamado universal a santidade está ao
alcance de todos. Basta acomodar a
prática da devoção à nossa saúde, às ocupações e obrigações de cada um (IVD,
2004, p. 36). Francisco
foi um vanguardista: “nascia assim (com Francisco de Sales) aquele apelo
aos leigos, aquele cuidado pela consagração das coisas temporais e pela
santificação do cotidiano, sobre as quais insistirão o Concílio Vaticano II
e a espiritualidade do nosso tempo” (BENTO XVI, 2011).[23]
Para compreender o Tratado é preciso levar isto em
consideração. Para Francisco, todos somos chamados a uma vida cristã autêntica
e, a seu modo próprio, todos podemos corresponder.
Ao
falar da perfeição da vida cristã, da vida devota, Francisco pressupõe o amor
de Deus (IVD, 2004, p. 29). E ao escrever seu Tratado concede-lhe o título do Amor
de Deus. Os autores falam no
conteúdo prático de suas obras[24]. Como descrever então a
experiência do amor divino?
A
“contemplação da personalidade de Francisco de Sales nos leva indefectivelmente
à constatação de que o Amor de Deus está no centro do seu pensamento, de sua
vida de sua ação” (ALBUQUERQUE, 2013, p. 24). A grande e primeira figura desse
amor é sua jovem mãe, dotada de uma piedade alegre e de uma disposição ao trabalho
que imprimiram no menininho uma imagem amorosa de Deus solícito e próximo,
tanto que “la primeira frase que San Francisco de Sales recuerda haber pronunciado
em su niñez es ésta: ‘Dios y mi madre me amam mucho”’ (SALESMAN, 1990, p. 7).
Em sua juventude, o episódio de sua cura na igreja dominicana de Santo Estevão
de Grès, diante da imagem da Virgem Negra de Paris, pode ser citado como grande
manifestação do amor divino (SALESMAN, 1990, p. 39).
Lajeunie
(II, 1966, p. 311) diz que Francisco “es um enamorado: para eso nació, está
hecho para el amor y para el amor humano. Corazón sensible, tierno, apasionado,
‘corazón que se apega’ y que se apega tanto que teme apegarse demasiado y mal”.
Dele se afirma que “nunca foi surpreendido em falta de amor” (ALBUQUERQUE,
2013, p. 25).
Quanto
ao amor a Deus ele crê que todos têm a inclinação natural de amar o Senhor.[25] Mas vê em si mesmo a confirmação de
sua certeza. Certa vez ele escreveu a Santa Joana: “Não existe uma outra pessoa
no mundo, eu acho, que ama tão cordial, ternamente, e falando com plena
confiança, de maneira mais amorosa do que eu; (...) comprouve a Deus fazer
assim o meu coração, porque me disseram que ame somente a Deus e todas as almas
por Deus” (RAVIER, 1982, p. 151). Sim, Francisco faz a experiência do amor que
tem dois braços: um abraça a Deus e outro o irmão (LAJEUNIE, 1983, p. 77). Sua
vida comprova este movimento que o Tratado
nos fará entender como amor afetivo e efetivo.
Em
uma de suas cartas escreve “Tudo grita nos ouvidos do nosso coração: Amor,
amor” (ALBUQUERQUE, 2013, p. 28). Mas Deus não força e nem o nosso amor deve
ser forçado. A partir de sua experiência, Francisco explica a quem se
atormenta:
Pobres
pessoas! Atormentam-se para encontrar a arte de amar a Deus e não sabem que a
única arte consiste em amá-lo. Pensam que é necessária certa destreza para
adquirir este amor, e, no entanto, somente se consegue mediante a
simplicidade... não existe mais arte do que amar, quer dizer, praticar as
coisas que agradam a Deus, pois é o único meio de encontrar e conseguir este amor
sagrado, sempre que esta prática se leve a cabo com simplicidade, sem perturbar-se
nem inquietar-se” (ALBUQUERQUE, 2013, p. 29)
Assim,
a experiência do amor divino é natural e gratuita, pois Deus é amor e o ser
humano foi criado para o amor. Compreende, ainda,
que todos os mistérios da fé são mistérios de amor: a criação, a encarnação, a
redenção, a nova filiação divina, a Igreja, os sacramentos. Portanto, Francisco de Sales “nos
ensina que no grande desafio da nossa vida é olhar tudo a partir da ótica do
amor e viver manifestando o amor com o qual somos amados, escolhidos e criados”
(ALBUQUERQUE, 2013, p. 26).
[1] A Regra de Pádua é um programa de vida escrito e vivido pelo próprio
Francisco no seu tempo de estudante em Pádua. Ela guiava as ações de todo o dia
e possui grande semelhança com os exercícios espirituais que Santo Inácio de
Loyola propunha. No ano depois da morte de São Francisco, Santa Joana de
Chantal (1572-1641) a usou, junto com umas poucas outras fontes, para criar o Diretório Espiritual, adaptado para as
Irmãs da Visitação. Padre Luís Brisson (1817-1908) o readaptou a seus dois
Institutos: Oblatos e Oblatas de São
Francisco de Sales (1875). Para os Oblatos ele é o meio privilegiado de
adquirir o espírito de São Francisco de Sales (CONSTITUIÇÕES 14, 1989, p. 10).
[2] “Deão (decanus,
“chefe de dez” monges ou clérigos) ou preboste (praepositus, (“posto à frente”),
indicado pelo papa, preside o cabido, celebra a missa se o bispo estiver
ausente)” (COSTA, 2014, p.
97).
[3] Cônego da
catedral, “experto negociador de benefícios, y que tenia en Roma ‘muy buenas
relaciones’” (LAJEUNIE I, 1966, p. 201).
[4] “El Señor de
Boisy se veía imposibilitado, por falta de dinero, de dar un buen cargo a su
hijo, y resulto que ese hijo estaba en posesión del primer cargo de la diócesis
después del de Obispo” (LAJEUNIE I, 1966, p. 201).
[5] Francisco de Sales faz grandes
elogios a este duque no prefácio do Tratado
(p.17).
[6] O Chablais é aquela região de dez
léguas de cumprimento e cinco de largura, orlada a norte pelo lago Léman e a
sul pelos montes de Faucigny. Thonon, situada à beira do lago, assemelha-se a
uma pequena capital (RAVIER, 2010, p. 67).
[7] Deste método inovador advém seu
título de Patrono dos jornalistas e escritores católicos (RAVIER, 2010, p. 75).
“Depois de sua morte, os folhetos serão encontrados em perfeita ordem no
castelo de La Thuille e, em 1658, quando o Papa Alexandre VII proclamar
Francisco beato, serão oferecidos ao próprio papa. Este, proveniente da nobre
família romana dos Chigi, passa-os a seus herdeiros. Em 1672 os imprimirão com
o título de Controvérsias numa edição
que, infelizmente, é cheia de erros. Em 1821 sai uma segunda edição ainda pior.
Finalmente, em 1870 aparece uma edição correta” (BIANCO, 2011, p. 101).
[8] “Esta supresión fue pues, um acto
formal del Príncipe únicamente. El decreto, debidamente sellado y firmado por
Boursier, tenia fuerza de ley en virtud de la Constituición. Suprimia de
plumazo la libertad de culto en el Chablais, aplicando las leyes del país”
(LAJEUNIE I, 1966, p. 381).
[9]
Clemente VII, diante dos eminentíssimos cardeais da cúria romana, depois do
exame que preside pessoalmente para conferir‐lhe o
episcopado, desce do seu trono, o abraça, ajoelha‐se diante
dele e pronuncia estas memoráveis palavras: “É verdade que até agora nenhum dos
que examinamos o fez de forma tão satisfatória. Bebe da água de tua cisterna e
dos caudais do teu poço. Derramem‐se para
fora tuas fontes e corram pelas praças as águas de teu rio”. (ALBUQUERQUE, 2007, p.
2).
[10] “Mas não quer ser chamado de
bispo, não veste as insígnias episcopais, continua como simples prepósito da
catedral. Não aceitará a consagração episcopal, a não ser depois da morte do
seu antecessor” (BIANCO, 2011, p. 130-131).
[11] Para Francisco, “la
gloria de un Obispo era caminar modestamente en seguimiento de Cristo pobre.
Para ello redujo todo lo posible su
servidumbre; no tenia carroza, solamente dos criados, un cocinero, un lacayo y
muy al principio, un secretario; un mal sastre le hacia la ropa interior con
sus viejas sotanas. Y sus servidores deben reflejar su sencillez: ‘no usa ropa
de seda pero la quiere muy limpia y arreglada’, no lleva ‘escarpines con las
sandálias o suecos’ pero por la ciudad va siempre ‘con roquete y muceta’,
igualmente quiere que sus criados vayan vestidos con sensillez, ‘sin penachos,
ni espada, ni trajes de colores brillantes, ni cabelos largos, ni bigotes
engomados’ (XXII, 111-115). Los muebles de Monseñor son ‘decentes y conformes a
su sencillez’; su mesa es ‘frugal pero abundante’ mejorada con algún ave cuando
hay invitados. Él, que antes de dejar todo por la Iglesia, usaba ‘medias de
estambre tejidas a mano’ y ‘guantes perfumados’ y ‘papel dorado’ y ‘polvos’
(XIX, 89), ahora no emplea jamás ‘ni guantes ni manguitos’. Está contento de no
tener más que una casa de alquiller y ni siquiera ésa es la pobreza com que
soñaba: ‘Me molesta mucho, decia, no ser pobre; siempre he deseado serlo y ese
deseo nunca se me há hecho realidade puesto que nunca me há faltado nada’. Goza
de una ornada suficiência, y es ésa la pobreza que conviene al Obispo y a sus
sacerdotes” (LAJEUNIE II, p. 30-31).
[12] “As cartas são para Francisco
outro modo extraordinário para difundir a Palavra de Deus. Nos tempo de
atividades normais para o governo da diocese, segundo testemunhou seu
secretario, ele escreve do próprio punho, em média, 20 até 30 cartas por dia.
Deve ter escrito pelo menos 4 mil” (BIANCO, 2011, p. 183).
[13] Preparou um Regulamento para o ensino do catecismo no qual insere as sugestões
do Concílio de Trento e sua própria experiência (BIANCO, 2011, p. 170). Nos domingos, ordena que os padres reservem
duas horas para dar catequese às crianças. Ele mesmo fará isso na catedral e
nas visitas às paróquias (BIANCO, 2011, p. 187).
[14] Redigiu “um Memorial para os Confessores, exuberante de conselhos hauridos de
sua inesgotável caridade pastoral” (BIANCO, 2011, p. 170).
[15] Sua diocese contava com 5 abadias,
6 priorados conventuais, 4 cartuxas, 5 conventos de mendicantes (BIANCO, 2011,
p. 173).
[16] Escreveu numa Exortação: “A ignorância é pior que a malícia... Exorto-os a
estudar com afinco, para que, sendo instruídos e de bom comportamento, sejam
irrepreensíveis e estejam sempre prontos a responder a quem lhes põe questões a
respeito da fé” (BIANCO, 2011, p. 170).
[17] “O Concílio de Trento tinha
advertido: ‘Pregar é o dever principal do bispo’. Francisco tomou-o a sério.
Ele define a si mesmo como pregador ‘franco e manco’, mas toda sua vida está aí
a demonstrar o contrário. Nos último anos, escreverá numa carta em italiano ter
‘pregado 3 ou 4 mil sermões’. Os que chegaram até nós ocupam 4 dos 26 volumes
de seus escritos” (BIANCO, 2011, p. 179).
[18] Em 18 anos Francisco escreveu mais
de 300 cartas à Joana (BIANCO, 2011, p. 201). Ela respondia sempre, mas,
infelizmente, Chantal “destruiu quase todas as suas cartas dirigidas a
Francisco” (RAVIER, 2010, p. 211).
[19] “Será ‘uma congregação de senhoras
de grande virtude e qualidade. Elas se dedicarão a muitas obras de caridade em
favor dos pobres e dos doentes. É a seu serviço que essas almas benditas querem,
em parte, consagrar-se...’”, (BIANCO, 2011, p. 230). Mas a congregação é transformada em Ordem
Monástica, com votos solenes e com o compromisso da estrita clausura. As irmãs
são proibidas de fazer visitas aos casebres e cortiços. O breve pontifício data de 23 de abril de 1618 (BIANCO,
2011, p. 245). Quando da morte de Francisco a Ordem “contará com 13 mosteiros,
em 1641, na morte da madre Chantal, contará com 87” (BIANCO,
2011, p. 246).
[20] Foi sempre um homem político e
esteve “encarregado de missões diplomáticas em nível europeu, e de tarefas
sociais de mediação e reconciliação” (BENTO XVI, 2011).
[21] Por 303 anos
(1666-1969) foi observada no dia 29 de janeiro, uma data que ainda é observada
pelos vetero-católicos (CALENDARIUM ROMANUM, 1969, p. 115).
[22] “Por devoção se
entendia a vida cristã vivida com seriedade, de maneira coerente e
comprometida. Como explicam seus estudiosos, em São Francisco de Sales, os
termos santidade, perfeição cristã, perfeição da caridade, devoção são
sinônimos. É também o que se conclui do texto da exortação apostólica de João
Paulo II sobre os fieis leigos, ao falar da espiritualidade laical.
Efetivamente, Francisco de Sales não costuma usar a palavra espiritualidade. E,
mesmo que fala de perfeição e de santidade, utiliza com frequência e comumente
o termo devoção para designar precisamente a perfeição da caridade. Neste sentido,
podemos falar da mensagem salesiana de santidade” (ALBUQUERQUE, 2013, p. 4).
[23] Efetivamente, foi
o Concílio Vaticano II quem transmitiu esta mensagem, especialmente no capítulo
5 da Constituição Lumen Gentium, dedicado a explicar a “vocação
universal à santidade na Igreja”. (...) Com justiça, Paulo VI o chamou de
precursor do Concílio Vaticano II e desejando impulsionar na Igreja os frutos
do Concílio, declara: “Nenhum melhor que Francisco de Sales, entre os recentes
Doutores da Igreja, soube, com profunda intuição de sua sagacidade, prever as
deliberações do Concílio” (ALBUQUERQUE, 2013, p. 8).
[24] Abbe Jacques Leclerq (1957, p. 39)
o chama de “apóstolo prático”.
[25] “Mais de vinte vezes o Santo
Doutor repete no seu Tratado do amor de
Deus que o homem tem uma ‘inclinação natural de amar Deus’” (ALBUQUERQUE,
2013, p. 28).
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