O Tratado do Amor de Deus de São Francisco de Sales - Espiritualidade Salesiana
Fazendo
parte de todo corpo de escritos de Francisco de Sales, o Tratado do Amor de Deus tem suas
particularidades, além de se mostrar como obra mais acabada do santo, pois sua
reflexão está realmente bem explícita e condensada. Em todas as citações do Tratado valer-nos-emos da terceira
edição da obra feita pela Livraria Apostolado da Imprensa, de Porto, ano de 1958.
O contexto cultural, religioso, social,
intelectual e político no tempo de São Francisco de Sales é bem diverso. Ele viveu
numa época de mudanças. Incertezas e radicalidades polarizavam o
comportamento da sociedade e da Igreja. Os séculos XVI e XVII marcaram a
primeira fase da Modernidade, inaugurada por quatro movimentos: Renascimento,
Protestantismo, Descobrimentos e Centralização Política no soberano do Estado
(FRANCO, 2001, p. 171). Tudo isso gerava uma nova visão do homem sobre o
universo, sobre a sociedade, sobre o Divino e sobre si mesmo. Os paradigmas
mudavam. A Igreja enfrentava uma forte crise e, como se pode imaginar, para o
cristão que quisesse seguir uma vida conforme o Evangelho exigia-se um bom
discernimento e heroica fidelidade.
O Tratado do Amor de Deus nasce como obra
“essencialmente pastoral” (RAVIER, 2000, p. 2).[1]
Seu surgimento “estendeu-se sobre um período de pelo menos dez anos (1606?-1616)”
(RAVIER, 2000, p. 2), sendo que em 1614 já havia um primeiro esquema que fora
enviado a outras pessoas e corrigido pelo autor (BUSTAMANTE, 2007, p. 148). O Tratado reflete a vasta experiência de
Francisco na direção de almas, como fundador de Ordem, como missionário,
diplomata e bispo. Ele
tinha sido sacerdote durante treze ou quatorze anos
e tinha adquirido uma rica experiência na direção espiritual. Ouvia confissões freqüentemente,
completara uma difícil missão no Chablais, onde enfrentou o problema de
reconciliar os Reformadores com a Igreja. Em 1602, ele encontrou na casa da
Senhora Acarie os diversos movimentos espirituais que ocupavam as almas mais
fervorosas. Feito bispo de Genebra-Annecy em 1602, ele empreendeu a visitação
das paróquias de sua diocese a partir de 1605 (RAVIER, 2000, p. 3).
Vale
destacar que em mais ou menos 1604 Francisco de Sales se encontrou com a
Baronesa de Chantal, que ele dirigiu Madame de Charmoisy donde surgiu a
Filoteia, e “a essa experiência com almas, ele podia acrescentar também a sua
experiência pessoal de que as crises em Paris e Pádua (1586 e 1588) são
testemunhas” (RAVIER, 2000, p. 4). O Tratado emerge como obra de “coração a coração” (TAD, p. 249).[2] Não é tanto uma arma de
combate, de proselitismo, de afirmações dogmáticas. É algo escrito “sobre o
coração” (LAJEUNIE II, 1966, p. 331), e era para ser simplesmente “A Vida da
Santa Caridade” (RAVIER, 2000, p. 4).
Entretanto,
ele não fugiu das particularidades de seu tempo.[3]
Frente ao Renascimento, que trazia um novo humanismo, afirmou: “O homem é a
perfeição do universo” (TAD, p.
435). Para ele, a nova compreensão de homem não excluía Deus, pois “Deus é o
Deus do coração humano” (TAD, p. 59). Na vontade humana Francisco descobre a
orientação para Deus, fundamentada no amor natural a Deus, donde surge uma
espécie de relação contemplativa entre Deus e o homem (BUSTAMANTE, 2007, p.
147).
Diante do Protestantismo,
principalmente Calvinista, e das questões de predestinação, reafirmou os
ensinamento da Igreja:
Toda la doctrina de la Iglesia “consiste en la
santa dilección”: “entre la diversidad de colores de la doctrina que Ella
predica, se vê por todas partes el oro de la santa dilección, que se adeja
entrever perfectamente dorando com sua brillo incomparable toda la Ciencia de
los santos y realzándola por encima de toda outra Ciencia”. Es por tanto esta
“Ciencia de los Santos” la que el Obispo quiere hacer destacar del cuerpo
entero de la Teología para que quede claro que “todo va al Amor, todo está en
el Amor, para el Amor y de Amor en la Santa Iglesia” (LAJEUNIE II, 1966, p. 332).
Ele evitou o Naturalismo Cristão porque este dava
pouca importância à Graça, conhecendo apenas uma religião formalista. Também
não pendeu à exacerbação que faz o jansenismo, dando espaço a liberdade e a vontade
da pessoa humana[4]
(LAJEUNIE II, 1966, p. 338).
Algo
relevante do contexto da publicação nos é lembrado por André Ravier (2010, p. 211-212):
o retiro pessoal que a madre de Chantal fez em maio de 1916. Francisco está
doente e não pode ir ao locutório da Visitação para dirigi-la. Escreve bilhetes.
E neles deixa expresso que quer que ela seja toda de Deus e assuma sua estatura
de fundadora. É um novo projeto para sua dirigida; o segundo acontecimento foi
político e diplomático e aconteceu no fim de 1615 e princípio de 1616. O duque
da Sabóia entrava em guerra com a Espanha exigindo participação do duque de
Nemours. A Espanha pediu aliamento de Nemours prometendo independência da Sabóia.
O irmão de Francisco, Luís de Sales, que estava envolvido, recusou-se a seguir
Nemours na sua revolta. O duque da Sabóia enviou tropas para ocupar Annecy. Os
de Nemours também chegaram às portas da cidade. O bispo animou o povo a não dar
passagem à França. Chegaram reforços de Piemonte. Franceses e Nemours se
retiraram. O príncipe de Piemonte, que veio reestabelecer a paz à região em 12
de agosto, se hospedou na casa do bispo adquirindo grande apreço por ele (RAVIER,
2010, p. 212-213); e, terceiro, a pregação do advento (1926) e da quaresma em
Grenoble (1617), onde o bispo prega aos protestantes. Era a primeira vez
(excetuando a quaresma de Dijon em 1604) que “o duque da Sabóia autorizava o
bispo de Genebra a pregar uma ‘estação’ da Quaresma ou do Advento numa grande
cidade da França, tal era o seu receio de que, a coberto da religião, Francisco
armasse com a corte da França uma intriga de ‘raposa”’, (RAVIER, 2010, p. 213-214).
Foi em meio a estes acontecimentos que Francisco de Sales entregou para ser
publicado em agosto, por Rigaud, livreiro lionês que já publicara a Introdução à Vida Devota, sua obra-prima,
o Tratado do Amor de Deus.
Quanto
à forma, o Tratado é uma obra
teologicamente mais sistematizada e aprofundada que a Introdução à Vida Devota (KIESEL, 2010, p. 2). Trata-se “de una
obra densa tanto em su contenido teológico como en su exigencia espiritual y
resulta árida su lectura” (VIGUERA, 1990, p. 220). Seu estilo é intimista, “va
persuadiendo a su lector-tipo, Teótimo, en el caminar de la vida interior,
alcanzando cimas místicas ya experimentadas por su autor y su dirigida, Santa
Juana Francisca Frémiot de Chantal” (VIGUERA, 1990, p. 220). É extenso, lento,
com repetições:
la rapidez en la frase, la concisión del estilo, las
frecuentes antítesis con una gran repetición de palabras, las numerosas
comparaciones y alegorías, si bien bellísimamente expuestas, y la falta de
conjunciones ilativas, (...) además de
la naturaleza misma de los asuntos, de suyo oscuros y difíciles, como que
tratan, en muy gran parte, de lós altos mistérios de la contemplación mística,
ofrecen grandes dificultades para la traducción a cualquier idioma (VIGUERA,
1990, p. 220).
São
doze livros endereçados a Teótimo “o cristão adulto, espiritualmente maduro”
(BENTO XVI, 2011). Francisco diz que Teótimo “é o próprio espírito humano, que
deseja fazer progressos no amor de Deus, espírito que está igualmente nas
mulheres como nos homens” (TAD, p. 15). O primeiro capítulo traz uma preparação
para todo o Tratado; o segundo
capítulo trata da história, da gênesis e do nascimento celeste do divino Amor;
no terceiro se fala do progresso e da perfeição do amor; no quarto, da decadência
e ruína da Caridade; no quinto, dos primeiros exercícios do amor sagrado que se
fazem por complacência e benevolência; no sexto, dos exercícios do santo Amor
na oração; no sétimo, da união da alma com seu Deus que se aperfeiçoa na
oração; no oitavo, do Amor de conformidade;
no nono, do Amor de submissão; no décimo, do mandamento do Amor; no
penúltimo, da soberana autoridade que o Amor sagrado possui sobre todas as
virtudes...; por fim, no último, de alguns conselhos para o progresso da alma
no santo Amor (LAJEUNIE II, 1966, p. 332).
Quando
em 15 de agosto de 1616 enviou um das primeiras cópias ao Duque de Bellegarde,
assim se expressou:
peço-lhe, já que o seu afeto por mim às vezes o faz
desejar uma carta minha, que tome este Tratado e leia um capítulo dele,
imaginando-se que não há outro Teótimo no mundo a quem dirijo as minhas
palavras e que o senhor é, entre todas as criaturas, o meu Teótimo mais querido
(RAVIER, 2000, p. 8).
Nem todos os capítulos possuem
um nexo claro. Mas a forma é descritiva, onde Francisco procurou “apresentar,
simplesmente e sem artifício, a história do nascimento, progresso, degeneração,
funcionamento, propriedade, vantagem e excelência do amor divino” (TAD, p. 12).
Fala sobre a aceitação da vontade divina, a santa indiferença, o abandono em
Deus, sobre querer o que Deus quer, sobre a relação entre o amor a Deus e o
amor ao próximo, e sobre a oração relacionando a meditação com a contemplação
(BUSTAMONTE, 2007, p. 147).
Bento XVI (2011) assim
descreve o Tratado:
ele
é uma verdadeira e própria summa, e ao mesmo tempo uma fascinante obra literária. A sua descrição do itinerário rumo a Deus parte do reconhecimento da
"natural inclinação" (ibid., livro I, cap.
XVI), inscrita no coração
do homem enquanto pecador, a amar a Deus sobre todas as coisas. Segundo o modelo da Sagrada
Escritura, São Francisco de Sales fala da união entre Deus e o homem
desenvolvendo toda uma série de imagens de relação interpessoal. (...) Encontramos no
tratado do nosso Santo uma meditação profunda sobre a vontade humana e a
descrição do seu fluir, passar, morrer, para viver (cf. ibid., livro IX, cap. XIII) no completo abandono não somente à vontade de Deus, mas àquilo que a Ele
apraz, ao seu “bon
plaisir”, ao seu beneplácito (cf. ibid., livro IX, cap.
I). No ápice da união com Deus,
além dos repentes de êxtase contemplativa, coloca-se aquele refluir de caridade
concreta, que atenta para todas as necessidades dos outros e que ele chama de
"êxtase da vida e das obras" (ibid., livro VII,
cap. VI).
Resta
ainda dizer que Francisco de Sales “não empreende a explicação do mistério de
Deus - nem o mistério da pessoa humana” (RAVIER, 2000, p. 6), mas “expõe o seu
leitor à luz da Bíblia (especialmente o Cântico dos Cânticos) e, sobretudo, à
vida e ao ensinamento de Jesus Cristo” (RAVIER, 2000, p. 6). Como fazia Jesus,
Francisco “exemplifica a relação de amor com experiências humanas mais
familiares (amor esponsal, amor de uma mãe para com o seu bebê, etc.)” e assim
expõe sua doutrina prática e espiritual. O Tratado, então,
pode ser visto como um estudo da
dinâmica da graça e da liberdade humana. Mas não é um estudo que faz uso da
linguagem teológica técnico das Escolas de recontar a relação de amor entre
Deus e cada pessoa humana. Em vez disso, muita da sua inspiração e linguagem
são tomadas a partir da poderosa história de amor que é relatado no Cântico dos
Cânticos. Esse breve livro bíblico sempre cativou a imaginação de Francisco,
desde a primeira vez que ele estudou-o como um jovem estudante em Paris. Com a
história de amor de que o livro fala como pano de fundo, Francisco fala do amor
mútuo entre Deus e cada um de nós, desde o seu início sob a graça à sua
perfeição na glória. E, na maior parte, ele diz que a história do ponto de
vista das relações humanas, como a amizade, o amor entre pais e filhos, namoro
e amor conjugal (FIORELLI, 1998, p. 4).
Seu
objetivo é simples e grandioso: “ensinar a Teótimo como colocar em prática o
que se espera do primeiro mandamento[5], e, fazendo assim, levá-lo
a uma união amorosa com Deus” (KIESEL, 2010, p. 3), esclarecendo e
inflamando-os do divino amor (TAD, p. 5). A finalidade de tê-lo escrito é
pastoral, “queria ajudar cada membro de sua diocese na prática fundamental do
primeiro mandamento” (RAVIER, 2000, p. 2), tendo como projeto mais dois
tratados: um que seria sobre o amor ao próximo e ao terceiro sobre o amor de
cada pessoa a si mesmo (RAVIER, 2000, p. 2).
São
Francisco de Sales cita muitos filósofos no Tratado[6]. Quase sempre segue este
esquema quando busca exemplos: algo dos Santos Padres, algo dos Evangelhos ou
do Novo Testamento, algo do Antigo Testamento, algo dos Filósofos antigos, algo
dos dias do qual é contemporâneo. A filosofia está presente porque Francisco
entende que “filosofar não é senão amar a Deus” (TAD, p. 63)[7] e, embora sua doutrina[8] resulta de sua dogmática,
esta, por sua vez, apoia-se em alguns pressupostos filosóficos (DODIN, 1990, p.
36)[9]. Ele aborda temas
filosóficos como Liberdade, Vontade, Alma e, claro, Amor. A originalidade dele
está em “descrever o que os antigos já descreveram, só que numa ótica otimista
e digna de homem” (COSTA JR., 2000, p. 15)[10] e fazer uma Filosofia do
universo que é prelúdio de uma Teologia do Amor (LAJEUNIE II, 1966, p. 477).
André
Dodin (1990, p. 36-39) diz que três teses filosóficas fundamentais estão
condensadas nos capítulos liminares do Tratado
e orienta toda sua construção. São elas: a Definição do amor, o Fundamento
psicológico do amor a Deus e a Estrutura da alma. Definição do amor:
O amor é a idéia central, a noção chave de toda a
obra. Ora, Francisco de Sales decompõe o amor em cinco elementos. O fundamento
metafísico desse sentimento não é a complacência, mas “o gosto que a vontade
tem pelo bem”. É ele que determina a complacência – segunda fase. O amor
consiste essencialmente no movimento da alma para o celeste amado. “O amor,
para falar clara e precisamente, não é outra coisa senão o movimento, o
transbordamento e o caminhar do coração para o bem” – terceiro elemento. O
desejo de união é o quarto elemento; a procura dos meios para chegar a ela, o
quinto (DODIN, 1990, p. 36-37)[11].
O
Fundamento psicológico do amor: para Francisco de Sales, “a caridade decorria
do amor natural. Ele percebia, no coração do homem, uma inclinação para amar a
Deus sobre todas as coisas, último vestígio da integridade e da retidão
original” (DODIN, 1990, p. 37). Ele se fundamento em São Bernardo e outros
autores medievais.[12] É otimista em relação ao
ser humano.
A
Estrutura da alma: para Francisco a alma tem uma estrutura e se divide em duas
partes. A “inferior apóia-se na experiência dos sentidos, enquanto a superior
utiliza o juízo do espírito.[13] Mas essa ‘porção’
superior opera de forma bem diversa; ela é múltipla e se subdivide em três
partes” (DODIN, 1990, p. 39). Como? A imagem que ele usa é a do templo de
Salomão:
A parte mais baixa corresponde, digamos, ao vestíbulo
do templo dos israelitas. É o campo da razão humana pura e simples. Em nível
mais elevado – parte que lembra o lugar dos sacerdotes, o espírito se atém aos
raciocínios e discursos da fé. Essa parte compreende, à sua maneira, as
verdades reveladas. Na ponta aguçada, que corresponde aos santuários do templo
a constitui o santuário da alma, as três virtudes teologais têm sua morada
especial. É ali que, por uma simples idéia e um simples sentimento, a alma aceita e se
submete à verdade e à vontade de Deus (DODIN, 1990, p. 39).
Assim,
pois temos um pequeno esboço dos princípios filosóficos importantes e presentes
no Tratado. Disso deriva a
curiosidade pela antropologia. Como Francisco entende o ser humano?
O
conceito da natureza humana de Francisco, nos diz Ravier (2000, p. 20), é muito
mais parecido com o de São Paulo (I Ts 5,23): somos “espírito, alma e corpo”.[14] A alma é
aquele elemento em nós que é essencial, intocável e
“mais perto de nós do que nós de nós mesmos”, como observa Santo Agostinho,
pelo qual estamos em comunicação com Deus. De alguma maneira, é o Espírito
Santo em nós, em cada um de nós. Essa presença, misteriosa, mas real,
experimentamos no fenômeno da consciência (RAVIER, 2000, p. 20).
Para
descrever a alma ele usa a conhecida imagem do Templo de Salomão que acima citamos.
E nesse templo há o Santuário, que representa o ápice supremo da alma, e
“porque esse ápice supremo da alma existe em nós, um certo diálogo entre o
Espírito de Deus e o espírito humano é possível” (RAVIER, 2000, p. 22). De tal
concepção deriva que temos liberdade, vontade e o coração como o lugar, a sede
do amor, da caridade (RAVIER, 2000, p. 22-23). A humanidade por excelência é
expressa no amor a Deus: “Quanto a nós, querido amigo Teótimo, vemos claramente
que não podemos ser verdadeiramente humanos sem ter uma inclinação para amar a
Deus mais do que a nós mesmos, nem verdadeiros cristãos sem por nesta
inclinação em prática” (TAD, p. 467).
Francisco estimava tudo o que era humano (LECLERQ, 1957, p. 54).
E “da palavra
‘humanidade’ ele encarnou diversas acepções que, tanto hoje como ontem, esse
termo pode assumir: cultura e cortesia, liberdade e ternura, nobreza e
solidariedade” (BENTO XVI, 2011). É um homem do
Renascimento. Nasceu e foi educado nesta época e se
impregnou da cultura humanista.
Se insere na corrente do humanismo devoto[15], manifestando otimismo em relação ao ser
humano[16].
Assim, “manifestava-se o ideal de uma
humanidade reconciliada, na sintonia entre a ação no mundo e oração, entre
condição secular e busca da perfeição, com o auxílio da Graça de Deus que
permeia o humano e, sem destruí-lo, purifica-o, elevando-o às alturas divinas”
(BENTO XVI, 2011).[17] E no Tratado,
São Francisco de Sales oferece uma
lição mais complexa. Essa supõe, ao início, uma precisa visão do ser humano,
uma antropologia: a "razão" do homem, precisamente a "alma
racional", ali é vista como uma arquitetura harmônica, um templo,
articulado em mais espaços, em torno a um centro, que ele chama, juntamente com
os grandes místicos, "topo",
"ponta" do espírito, ou "fundo" da alma. É o ponto em que a
razão, percorridos todos os seus graus, "fecha os olhos" e a
consciência torna-se totalmente unidade com o amor (cf.
livro I, cap. XII). Que o
amor, na sua dimensão teologal, divina, seja a razão de ser de todas as coisas,
em uma escala ascendente que não parece conhecer fraturas e abismos, São
Francisco de Sales o resume em uma célebre frase: "O homem é a perfeição
do universo; o espírito é a perfeição do homem; o amor é a perfeição do espírito,
e a caridade a perfeição do amor" (ibid., livro X, cap.
I). (BENTO XVI, 2011).
O
Doutor do amor de Deus insiste no ser humano como imagem e semelhança do
Criador, que tem “sua síntese em Cristo” (OLIVEIRA, 1968, p. 31)[18]. Sua antropologia é
divinizada e repleta de amor. O amor é o mandamento dos mandamentos e ele se
concretiza na relação do ser humano para com o ser humano: “assim como o homem
é a imagem de Deus, assim o santo amor do homem pelo homem é a verdadeira
imagem do celeste amor do homem para com Deus” (TAD, p. 469).
A
teologia de São Francisco de Sales é a teologia do amor (COSTA JR., 2000, p. 56),
“es una Teología del universo en su movimiento hacia su soberano fin el la gloria de Dios”
(LAJEUNIE II, 1966, p. 477). Disso resulta duas teses mais importantes que “caracterizam principalmente a teologia dogmática de São Francisco de Sales: o lugar de Cristo e o papel da atividade do homem no plano humano” (DODIN, 1990, p. 39). A encarnação, no Tratado, não é vista simplesmente por necessidade da redenção, mas pelo amor e bondade de Deus (DODIN, 1990, p. 39-40) e a atividade humana está relacionada à graça de Deus, cabe ao homem submeter sua vontade à de Deus (DODIN, 1990, p. 40).
(LAJEUNIE II, 1966, p. 477). Disso resulta duas teses mais importantes que “caracterizam principalmente a teologia dogmática de São Francisco de Sales: o lugar de Cristo e o papel da atividade do homem no plano humano” (DODIN, 1990, p. 39). A encarnação, no Tratado, não é vista simplesmente por necessidade da redenção, mas pelo amor e bondade de Deus (DODIN, 1990, p. 39-40) e a atividade humana está relacionada à graça de Deus, cabe ao homem submeter sua vontade à de Deus (DODIN, 1990, p. 40).
O
Tratado vai falar inteiramente do
amor e ele considera isso uma parte da teologia, a parte que ele escolheu: “Tratado
do amor divino é aquela parte da teologia que se refere à origem, à natureza,
às propriedades e às operações deste amor” (TAD, p. 10).[19] No sexto livro, capítulo
primeiro, ele fala de duas teologias, a mística e a especulativa. Nosso Doutor
“entendía que era la misma vida mística, en la oración, en esa conversación y
diálogo interior en el que sólo se habla de Dios y con Dios, en un lenguaje
irrepetible” (LAJEUNIE II, 1966, p. 351). Sobre a teologia especulativa diz que
ela “habla de Dios con los hombres” (LAJEUNIE II, 1966, p. 351) e, no Tratado (p. 16), esclarece:
Toquei em muitos pontos da teologia, mas sem espírito de
crítica, propondo simplesmente não tanto o que noutro tempo aprendi em
discussões, mas o que a experiência no serviço das almas e o emprego de vinte e
quatro anos na santa pregação, me fizeram julgar como mais conveniente à glória
do Evangelho e da Igreja.
Depois
de afirmar que a teologia e a oração mística são a mesma coisa, porque tem Deus
como objeto, assim como a especulativa, ele trás três diferenças:
1º
aquela (especulativa) trata de Deus enquanto é Deus, e esta fala dele enquanto
é sumamente amável; isto é, aquela considera a divindade da suprema bondade, e
esta a suprema bondade da divindade; 2º, a especulativa trata de Deus com os
homens e entre os homens, a mística fala de Deus com Deus e em Deus mesmo; 3º,
a especulativa tende ao conhecimento de Deus, e a mística ao amor de Deus, de
sorte que aquela torna seus escolares eruditos, doutos e teólogos; mas esta
torna os seus ardentes, afeiçoados, amadores de Deus, e Filoteias e Teófilos
(TAD, p. 247).
Assim, pois se pode concluir com
facilidade que a teologia mística é a teologia do Tratado.[20] Este, como instrumento que busca levar as pessoas a amar
a Deus, por isso também possui teologia pastoral[21], se apresenta como obra mística. Assim, todos podem
beber deste manancial e todos podem compreender quem é Deus, experimentar sua
bondade, falar com ele e dele, e amá-lo numa profunda amizade.[22]
A teologia do amor é teologia mística, “o doce sabor
que procede da complacência amorosa que recebe o espírito quando medita as
perfeições da divina Bondade” (TAD, p. 213). O bispo de Genebra “não dá à
palavra ‘mística’ o sentido empregado por certos mestres espirituais que
armaram uma oposição entre esta e a ascese. Não. Para ele, toda a vida
espiritual, a partir do primeiro ato de fé depois do Batismo, participa no ‘mistério
de Deus”’ (RAVIER, 2000, p. 63).
E quem é Deus? André Ravier (2000, p. 16) diz que
Francisco fala de “Deus na sua natureza divina. Jesus Cristo (...) certamente
aparece, mas no seu lugar próprio, quando sua ‘hora’ tinha chegado. Em geral, o
Deus do TAD é o Deus do Antigo Testamento”. Assim, Deus é o infinito Deus –
puro Ato (Livro II, capítulos I e II), Espírito (até puro Espírito), Aquele que
não se pode denominar (TAD, p. 69). No Livro II, capítulo I, Francisco descreve
Deus como “uma só, simplicíssima, e única perfeição” (TAD, p. 67). Diz que em
Deus só existe a “excelência
puríssima que está acima de toda a perfeição, e dá a perfeição a tudo o que é
perfeito” (TAD, p. 67). E segue:
Quando
falamos de Deus somos logo obrigados a usar de muitos nomes: bom, sábio, todo
poderoso, verdadeiro, justo, santo, infinito, imortal, invisível. Dizemos a
verdade; porque Deus é tudo isto, e mais do que tudo isto, possui todos estes
atributos duma forma tão pura, tão excelente e tão sublime que reúne numa
perfeição simples e única, a virtude, a força, a excelência de toda a perfeição
(TAD, p. 67-68).
E a definição chave é que “Deus é o
Deus do coração humano” (TAD, p. 59), por isso, este Deus inacessível em si,
está perto de cada pessoa humana, melhor dizendo, em cada pessoa. Sua bondade
manifesta na Criação, Encarnação, Redenção e na atividade de sua Providência
revela sua bondade que é a perfeição do seu ser[23] (RAVIER, 2000, p. 17-19):
O seu Deus é pai e senhor, esposo e amigo, tem
características maternas e de zelo, é o sol que mesmo à noite é misteriosa
revelação. Um tal Deus atrai a si o homem com vínculos de amor, isto é, de
verdadeira liberdade:
"porque o amor não tem forçados nem escravos, mas reduz tudo à sua obediência com uma
força tão deliciosa que, se nada é tão forte quanto o amor, nada é tão amável
quanto a sua força" (ibid., livro I, cap. VI). (BENTO XVI, 2011).
As mais variadas comparações e
adjetivos de Deus – mãe, pai, divino amante, apaixonado, sol, amigo, fênix,
impressor, rei, mar infinito, rouxinol, celeste esposo, entre outros – mostram
a compreensão de Deus muito próximo das pessoas, uma teologia prática e mística
encarnada, um Deus contente com a vida do jeito que ela é.
[1] “El problema de las fuentes, tal
como lo presenta hoy día la historia literaria, no está totalmente resuelto
(...). En el fondo, Francisco de Sales ‘abeja mística’ ha sacado su miel de
todas las flores (...). El tratado superabunda em citas. Para dejar clara uma
sola cuestión, en catorce líneas, él mismo dice que ha tenido que leer mil
docientos folios, pero si no fuese por las citas, sería imposible que recordase
de donde le ha venido cada cosa. (...). Por tanto vemos que los datos recogidos
de la tradición, él ha hecho una elaboración personal: y el problema de las
fuentes queda por ello muy condicionado (LAJEUNIE II, 1966, p. 333-334).
[2] A palavra “coração” é muito usada
por Francisco de Sales como um recurso à sensibilidade e à emoção, pela
necessidade de enfrentar a aridez calvinista e pela pastoral da vivência cristã
na esperança e no amor (OLIVEIRA, 1968, p. 20).
[3] “Nisto tive em consideração a
índole dos espíritos deste século, e assim o devia fazer: porque importa muito
não perder de vista a época em que se escreve” (TAD, p. 13).
[4] O capítulo doze da segunda parte
do Tratado deixa bem claro esta
posição.
[5] “Este mandamento é como o sol que
dá lustre e dignidade às demais leis sagradas, a todas as ordens divinas e a
todas as Santas Escrituras” (TAD, p. 435).
[6] Com os jesuítas em Paris recebeu
grande influência da filosofia de Aristóteles. Descobriu que o humanismo
cristão tinha a sua origem nas Escrituras e na Patrística. Então, “a partir de
uma fina crítica aos filósofos gregos, Francisco converge num enfoque cristão a
concepção de mundo e de homem. Não Aristóteles ou Platão, mas Cristo é a base
do seu humanismo” (COSTA JR., 2000, p. 14).
[7] A filosofia ensinada por Francisco
é a do amor (DODIN, 1990, p. 39).
[8] “A originalidade doutrinal de S.
Francisco de Sales é nula quanto à doutrina; é grande e bem consciente de seu
tempo quanto à exposição: a um mundo caótico e caído no desespero, a um mundo
incerto quanto à possibilidade de viver o Evangelho, constituiu autêntica visão
apostólica o anúncio da verdade na esperança e no amor, que informariam a vida
e a tornariam mais bela e grandiosa” (OLIVEIRA, 1968, p. 22).
[9] No Tratado ele afirma que a doutrina cristã é a única e verdadeira
filosofia (TAD, p. 391).
[10] “A confiança no homem e a fé no
desenvolvimento harmonioso do homem é o que caracteriza essencialmente o
humanismo cristão de São Francisco de Sales. Entretanto, este humanismo não acredita
que o homem pode se realizar plenamente aqui na terra sem o aspecto do
sobrenatural, e é aí que São Francisco de Sales difere do paganismo e do
naturalismo, cujos filósofos ele admirava: Epicteto e Sêneca. É, portanto, o
humanismo que possui dois sentidos, a cultura dos clássicos e a confiança na
perfeição humana, que consistirá o humanismo cristão, principalmente o último
sentido” (COSTA JR, 2000, p. 15).
[11] Dodin diz que esta doutrina é
inspirada por são Tomás, Luís de Granada e Luís Vivès (DODIN, 1990, p. 37).
Francisco chama Tomás, no Tratado de
“o grande astro da teologia” (TAD, p. 485).
[12] “A síntese filosófica, a concepção
do universo em S. Francisco de Sales é toda escolástica” (LECLERQ, 1957, p.
35).
[13] “São Francisco de Sales é
conhecido como um fino psicólogo do século XVII, mas ele hauriu neste campo em
Santo Agostinho, principalmente no que toca a alma. A gênese de sua teoria
sobre a parte superior e inferior da alma encontra-se na fonte agostiniana.
Além disso, na grande influência agostiniana em São Francisco de Sales está em
que ambos enfatizaram e deram como princípio de sua doutrina o aspecto amoroso,
o amor que concede valor a tudo o que fazemos e vivemos” (COSTA JR, 2000, p.
14).
[14] Ravier (2000, p. 20) recorda que
Francisco deixa duas vezes escapar de sua pena a expressão platônica “a alma
está aprisionada no corpo”. O autor insiste que a postura do santo é diversa da
desta afirmação.
[15] Denominação inventada por Bremond,
“normalmente designa la unión íntima del Humanismo con la devoción. Por
Humanismo se entiende ese sentimiento del hombre que hace que se le admire y se
le ame como la perfección del universo”
(LAJEUNIE II, 1966, p. 478).
[16] “A razão fundamental do humanismo
salesiano é a fé no homem mediante a fé em Deus, isto é, olhar o próximo no
coração de Deus, como ele mesmo expressava em seu pensamento, ‘quando veremos
as almas de nossos próximos no peito sagrado do Salvador?’. Em suma, é a mesma
coisa amar a Deus e ao próximo” (COSTA JR., 2000, p. 12).
[17] O que separa Francisco de Sales,
no século XVII, do Humanismo cristão com tendência naturalista de Du Vair e de
Charron, do Misticismo abstrato com tendência quietista, do Jansenismo com
tendência pessimista é que a Graça é que faz os anseios humanos possíveis, pois
está harmonizada com nossa natureza (LAJEUNIE II, 1966, p. 477).
[18] “Reconhecia que no homem há
aspirações naturais belas, sejam estas da ordem da cultura, da ciência, do amor,
da vida familiar ou social. Aceitando a natureza humana, que o Verbo Divino
também assumiu na Encarnação, integra essa natureza na graça; hoje, a natureza
encontra-se penetrada pela graça, Deus vive entre os homens, a natureza divina
continua a assumir a natureza humana. A síntese é Cristo. Não um Cristo mero
objeto de estudos teológicos e filosóficos. Não um Cristo mera aspiração
mística. Mas Cristo Homem e Deus, verdade e vida, a redimir todas as idades e
todas as classes, a conciliar os tempos e as culturas com o Pai, conciliando-as
entre si” (OLIVEIRA, 1968, p. 31).
[19] Francisco de
Sales considerava Deus como verdadeiro Teólogo: “Não
está ao alcance da criatura humana, ou angélica mesmo, definir com precisão a
essência divina - síntese de todas as perfeições, porque, como está escrito no
Apocalipse: Nosso Senhor tem um nome que ninguém conhece senão Ele mesmo. Abrangendo pela inteligência a sua infinita perfeição,
só Ele a pode exprimir por um nome adequado. Por isso os antigos disseram que o
verdadeiro Teólogo era Deus; pois só Ele pode conhecer totalmente a grandeza
infinita da perfeição divina, e por conseguinte, representá-la por palavras”
(TAD, p. 68).
[20] “Segundo os
estudiosos, a espiritualidade de São Francisco de Sales foi influenciada pelas
escolas mais florescentes de seu tempo: a Companhia de Jesus, da qual sempre
foi tão achegado, a escola italiana (Scupoli, Cayetano, São Carlos Borromeu,
São Felipe Neri), a escola espanhola (Frei Luis de Granada, João d’Ávila, Santa
Teresa), a escola francesa (Bérulle, São Vicente de Paulo). Poder‐se‐ia
dizer que consegue sintetizar e harmonizar a flor e a nata das correntes da
espiritualidade que o precederam. Mas a contribuição da espiritualidade cristã
não fica reduzida simplesmente a este admirável trabalho de síntese. É uma
espiritualidade renovadora e original” (ALBUQUERQUE, 2013, p. 3).
[21] “Teología pastoral, en el más
pleno sentido de la palabra, que és inútil para las disputas entre escuelas
pero preciosa a todos los que quieren realizar el Evangelio” (LAJEUNIE II,
1966, p. 332).
[22] No entanto, se queremos melhor
conceituar a mística de Francisco de Sales no Tratado, é preciso dizer que ela “coincide ou se identifica com a
perfeição evangélica. De modo geral a vê na santidade de vida do cristão praticante”
(PEDRINI, 2003, p. 447).
[23] “A Divindade é um abismo
incompreensível de toda a perfeição, sumamente infinito em excelência,
infinitamente sumo em bondade” (TAD, p. 207).
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