Nossa Senhora da Ternura



Tenho particular devoção a ela com o título de Nossa senhora da Ternura.
Maria, recebeu este título do povo russo, por sua devoção a um ícone de Nossa Senhora, de origem grega, pintado por um artista anônimo do século XII.
O ÍCONE
Seus olhos olham para dentro e para fora ao mesmo tempo: para o coração de Deus para o coração do mundo. Revelam a unidade inescrutável entre o Criador e a criação. O olhar de Maria é acentuado pelas estrelas que brilham em sua testa e em seus ombros. Elas falam da presença divina que permeia seu ser. Maria está completamente aberta ao Espírito e nos vê com os mesmos olhos com que vê Jesus.
Uma das mãos sustenta a criança, enquanto a outra permanece livre, num gesto aberto de convite. Sua mão não ensina, nem explica e nem pede. Simplesmente oferece o seu filho como o Salvador do mundo. A mão de Maria ocupa o coração do ícone.
Enquanto nossa atenção vai dos olhos para as mãos de Maria, lentamente, percebemos sua profunda paciência. Ela é a mãe paciente que espera a hora do nosso "sim". Sua mão está sempre ali, no âmago do mistério da Encarnação, convidando-nos a ir a Jesus.
O filho não é um bebê. É um sábio vestido com roupas de adulto. O rosto iluminado e a túnica dourada indicam que o sábio é verdadeiramente o Verbo de Deus, cheio de majestade e esplendor. Tudo fica claro dentro e ao redor do filho. No filho não há escuridão.
Contemplando o rosto da criança percebemos uma luz esplêndida que cai no lado direito do ícone, tocando delicadamente o nariz da Virgem e iluminando o rosto do filho. Mas a luz vem também de dentro. É um brilho interior que se projeta para fora e aprofunda a intimidade entre mãe e filho, revelada no abraço carregado de ternura.
A criança está se dando completamente à Virgem. O braço envolve afetuosamente mãe e filho. Os olhos da criança estão fixos nos olhos dela. A atenção é plena. Sua boca está próxima à da mãe, oferecendo-lhe seu sopro divino, sua sabedoria à Mãe da humanidade.
Os olhos da Virgem chamam nossa atenção para suas mãos, que chamam nossa atenção para a criança, que nos reconduz a ela, que fala ao Filho em nome de toda a humanidade. Salta aos olhos as expressões de carícias dos dois rostos.

Que Nossa Senhora, a Mãe da Ternura, o único ser que 'abraça Aquele que todo o Universo não pode conter' (Santo Éfrem), desperte em nossos corações sentimentos de bondade e ternura para com todos! Amém.
Fonte: Irmã Maria Donadeo, em 'Ícones da Mãe de Deus', Ed. Paulinas, 1997, pp. 144-147.

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