Por entre as Palmeiras

Eu acho que eu vi o Patrão do Céu
Por entre as palmeiras, veio visitar
O povo deste pago que sempre lhe roga
A paz, a proteção, a força pra lutar.

Ouvi os passos dele em nossas coxilhas
Nas secas folhas que o outono fez cair.
E o sorriso dele veio despedir-se
Quando no horizonte o sol se pôs pra ir.

Durante a noite como prenda amada
Mostrou seu matiz na força do luar.
Como amorosa mãe cobrindo os filhotes
Com seu negro véu, veio acalentar.

Eu acho que eu vi o Patrão do Céu
Por entre as palmeiras, veio visitar
O povo deste pago que sempre lhe roga
A paz, a proteção, a força pra lutar.

Na madrugada quente desfraldou os sonhos
Do campeiro homem, de sua senhora
Brincou com as crianças sobre os ginetes
E as preces do vigário ouviu sem demora.

Quando doeu no povo alguma dor ferrenha
O todo-poderoso eu vi puxando um cepo
Sorvendo o mate amargo, sentou-se ao lado,
E ficou ali com a pionada misturado.

Eu acho que eu vi o Patrão do Céu
Por entre as palmeiras, veio visitar
O povo deste pago que sempre lhe roga
A paz, a proteção, a força pra lutar.

Chegou com a chuva que serena desce
Fecundado a terra com a força do céu.
No germinar dos campos e florir das plantas
Deixou os seus rastros, o Emanuel.

E quando eu pensei que ele se ausentava
Quando aqui se acampava a taura friagem.
Ledo meu engano, de caudilho moço,
O inverno é esboço de sua fértil coragem.

Eu acho que eu vi o Patrão do Céu
Por entre as palmeiras, veio visitar
O povo deste pago que sempre lhe roga
A paz, a proteção, a força pra lutar.



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