TEATRO: Paixão do Senhor - Jesus e Dimas
PAIXÃO DO SENHOR - JESUS E DIMAS
Tudo o que ajude a parecer um monte ou
montanha, ou ainda, uma planície. Pode também, ser algo semelhante há um
caminho. Uma cadeira para Pilatos.
UTENSÍLIOS: Uma cadeira para Pilatos. Três cruzes (para
Jesus e para os ladrões), Chicotes, toalha (para Verônica), lençóis (onde serão
enrolados os ladrões quando foram descidos da cruz). Bola de couro (para o
menino Dimas e Jesus), coroa de espinho, manto vermelho, martelo, cravos,
cordas (para os crucificados). (Dinheiro, bolsas, joias para Dimas).
PERSONAGENS: Jesus menino, Jesus adulto, Maria, Dimas
menino, Dimas adulto, o outro ladrão, Salomé, quatro guardas, Pilatos, três
Sacerdotes, outras pessoas do povo judeu. Discípulo João. Narradores: moça e
rapaz.
Obs: os links das músicas indicadas são do canal YOUTUBE e
estão nas notas de rodapé. É só jogar na barra de endereços que as músicas
aparecerão. Quem for usar pode baixar e salvara em MP3 ou outro modo e executar
durante ensaios e a apresentação da peça.
CENA 1.
Deixar a música tocando por dois
minutos sem ninguém aparecer. Dois meninos entram em cena. Um é Jesus e o outro
é Dimas, aquele que se tornará o ladrão que se converte na cruz. Eles estão
brincando com uma bola feita de couro. Estão voltando da sinagoga, é quase
início da noite de sexta-feira para sábado. Os pais já estão em casa guardando
as coisas para o santo repouso do sábado. Dimas empurra Jesus e toma a bola. A
música diminui e Jesus diz a Dimas:
JESUS: Dimas, não faça isso. O Pai do céu quer a paz!
DIMAS: Não, Jesus. O anjo mau que nos acompanha quer que eu
não te dê atenção!
JESUS: Mas o anjo bom que nos acompanha quer que nós não
briguemos. Vamos para casa ceiar com nossos pais.
A música sobe. Jesus abraça Dimas e
eles saem de cena.
CENA 2.
Música TRISTE[2]
Entram dois jovens, um rapaz e uma
moça. São os narradores da peça. Eles declamam, com calma e serenidade, estes
versos, intercalando-os.
MOÇA: Hoje é sexta-feira santa. É um dia triste! (demonstra tristeza) Lembramos a morte de Jesus,
lembramos a crueldade do mundo. (breve pausa) A
morte ainda é o maior enigma da humanidade.
RAPAZ: Mas hoje também é dia de grande amor. Jesus amou-nos
até o fim, até a cruz.
MOÇA: Hoje é sexta-feira santa e é um dia de fé. A fé vive
de esperança: Deus não decepciona!
RAPAZ: Se há algum mal em nosso coração..., (breve pausa) deixe-o
aos pés da cruz, porque já não somos mais escravos.
MOÇA E RAPAZ: Sim “é para a liberdade que Cristo nos
libertou”.
Diminui e encerra a execução da
música.
CENA 3.
Entra Dimas, agora adulto. Ele vem
correndo com coisas que roubou na mão - Dinheiro, bolsas, joias. Pessoas gritam
do camarim repetidamente as diferentes frases ou exclamações:
TODOS, SEPARADAMENTE: Devolve, isso é meu! Não me rouba, por
favor! Bandido maldito, este dinheiro é meu. Morra! Eu te mato! Devolve!
Bandido! Por favor não leva meu dinheiro! Me larga! Bandido! Ladrão! Morra!!
No centro do palco, Dimas joga tudo
no chão e com sarcasmos vais contando as coisas que roubou.
DIMAS: Se for preciso eu mato novamente, eu acabo com a vida
de qualquer um, sem dó nem medo...
Ajunta tudo e olhando para o lado de
onde vem as vozes, diz:
DIMAS: Eu sou Dimas! Comigo ninguém pode. Eu tenho o que
quero e quando quero. Não adianta gritar, bando de pobretões!
Sai de cena.
CENA 4.
Música instrumental[3]
Uma mulher entra chorando. É a mãe
de Dimas. Ela pára no centro, ajoelhada e aos prantos. Maria, mãe de Jesus vem
ao seu encontro.
MARIA: Salomé, o que houve?
SALOMÉ: É Dimas, Maria. Ele cresceu e se tornou um bandido.
Eu não sei o que fazer!
MARAIA: Calma, Salomé. Estou aqui contigo.
SALOMÉ: Eu não queria isso, minha amiga. Queria que ele
fosse como Jesus.
MARIA: Jesus é um bom filho. Mas saiu de casa também. Eu
tenho tanto medo por ele. Jesus tem feito o bem a todos, mas meu coração anda
apertado, minha amiga.
As duas ficam abraçadas. Depois se
levantam e saem. Diminui e encerra a execução da música.
CENA 5.
Entra Jesus com os discípulos. Jesus
está pregando as Bem aventuranças.
JESUS: (olhando para o céu) Eu te louvo, Pai, Senhor do céu
e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as
revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Meu Pai
entregou tudo a mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece
o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar. (olhando para as pessoas que estão o seguindo e para a
plateia).
Venham para mim
todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei
descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde
de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. Porque a minha carga
é suave e o meu fardo é leve.” (Mt 11, 25-30). (inicia
a trilha).
Jesus abraça todos os discípulos, os
beija, acaricia, manifesta carinho e cuidado. Vão saindo enquanto é executa a
Música “Quem perde sua vida por mim – Adriana”[4].
CENA 6.
Narradores e intercalam as frases
(sem trilha).
MOÇA: E este homem só fazia o bem.
RAPAZ: Não era um mocinho frágil. Era um homem guerreiro, um
homem que amava a justiça e a verdade e que não tinha medo de as pronunciar.
MOÇA: Jesus veio libertar a vida humana da escravidão do
pecado, da escravidão imposta por quem se acha melhor que seus irmãos,...
RAPAZ: Da escravidão de quem nunca tem compaixão para com os
mais frágeis e pequenos da sociedade, da escravidão do egoísmo...
MOÇA: E ainda segue sendo condenado pelo mundo afora... até
mesmo em nossas casas... em nossas propriedades... e por nós...
Saem vagarosamente.
CENA 7.
Música: Crucifixion[5].
Jesus entra preso! Jesus é trazido por dois soldados. Pilatos
espera do outro lado no seu trono. Interroga Jesus, o rodeia e ordena que seja
flagelado. Tudo isso é mimetizado, ou seja, falado em voz baixa com expressões
fortes. A música de fundo transpassa o drama.
Jesus é flagelado e depois é coroado de espinhos pelos soldados. Muita dor e angústia deve ser mostrada na cena que acontece vagarosamente. Os soldados zombam dele, batem, derrubam no chão, colocam uma capa escarlate e uma coroa de espinhos:
Jesus é flagelado e depois é coroado de espinhos pelos soldados. Muita dor e angústia deve ser mostrada na cena que acontece vagarosamente. Os soldados zombam dele, batem, derrubam no chão, colocam uma capa escarlate e uma coroa de espinhos:
SOLDADOS: “Ele é um rei
não pode estar sem sua coroa e sua capa”
Saem
para a caminhada. Jesus se cansa e cai quando ia passando Simão Cirineu e um
soldado o manda ajudar Jesus. Jesus cai mais três vezes. Os soldados e
sacerdotes o insultam, xigam e batem nele.
Verônica
se aproxima e enxuga seu rosto. Se for num palco a cena deve acontecer com a
caminhada de um lado a outro. Quando chega a hora da crucificação de Jesus,
abaixa-se a trilha sonora e deixa ele sozinho em pé. Então violentamente do
anda, começa a cena da crucificação.
CENA 8.
Trazem
Dimas e o outro prisioneiro. Pregam os dois nas respectivas cruzes.
Permanecem
um minuto em profundo silêncio.
JESUS (Agonizante): Pai perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.
MARIA (Exclama alto): Meu
filho!
JESUS: Mulher eis ai o seu filho (e
ao discípulo). Eis ai sua mãe! (e os sacerdotes
zombam dele).
CENA 9.
Diálogo com Dimas. Música: “Mary goes to Jesus”[7].
Jesus e os dois ladrões estão
pregados nas cruzes. O elenco todo está em volta, parte à esquerda, parte à
direita. As cruzes devem estar visíveis, por isso sugere-se que no meio do
palco não haja ninguém.
LADRÃO DA ESQUERDA (gemendo): Se tu és o Cristo salva a ti mesmo e a nós
também.
DIMAS (gemendo): Tu não temes a Deus, mesmo estando condenado? E nó merecemos isto; mas este homem não, porque nenhum mal ele fez. (diz a Jesus): Senhor lembra-te de mim, quando entrares no seu reino.
DIMAS (gemendo): Tu não temes a Deus, mesmo estando condenado? E nó merecemos isto; mas este homem não, porque nenhum mal ele fez. (diz a Jesus): Senhor lembra-te de mim, quando entrares no seu reino.
JESUS: Dimas! Dimas! (pausa longa –
Jesus está cansado e com dor) Lembra quando você era criança. (pausa longa. Dimas chora) Hoje você é grande, mas
ainda não conquistou sua liberdade. A liberdade reside no amor, meu amigo. (pausa breve) Quem ama, só quem ama é livre de
verdade. (pausa. Agoniza. Levanta o olhar para Dimas e
vagarosamente, diz:) Em verdade
te digo que hoje mesmo estarás comigo no paraíso.
Dimas chora.
DIMAS: Ele me perdoou. Deus, estou livre. (pausa breve e grito de dor) É para a liberdade que
nos libertastes. (sorriso sofrido) O amor me
libertou, a misericórdia me dá a vida, a vida eterna. (reclina
a cabeça como quem morre).
JESUS (grita): Eloí, Eloí,
lama sabactâni. Senhor, Senhor, por que me abandonastes?
Passam-se alguns segundo. Jesus diz:
JESUS: Tenho cede. (Um soldado, molhando
a esponja com vinagre o dá de beber).
Jesus, com voz alta e trêmula, diz:
JESUS: Pai em tuas mãos entrego o meu espírito!
E abaixando a cabeça, diz:
JESUS: Tudo está consumado.
Música: “Pai, em tuas mãos, entrego
o meus espírito”.[8]
Silêncio. Os três permanecem na cruz até a segunda estrofe da
trilha.
CENA 10.
Jesus morto é descido da cruz e
entregue à sua mãe.
Maria, chorando, o recebe no colo.
Ela o acaricia. E, balbuciando, canta a canção “Diário de Maria - Adriana”[9]
Os soldados tiram os dois ladrões da
cruz. Passam diante de Maria. Ela faz um carinho em Dimas. Eles são levados.
Depois Jesus é levado de seus braços. Maria se levanta lentamente e fala pausadamente
com o povo.
MARIA: Meus filhos, meus amados filhos... o vosso irmão e
Nosso Senhor Jesus não perdeu sua vida, mas a encontrou ao realizar a vontade
de Deus Pai. (pausa longa) Meu coração está
ferido e uma espada de dor o traspassou. Esta sexta-feira é dura demais! E
todos nós passaremos por sextas-feiras como essas. (com
ênfase) Coragem! Força! Fé! A morte de Jesus não é vão. Ele nos amou. (pausa breve) Seu amor é vivo. Deus cumpre suas
promessas – caminhemos com esperança, caminhemos com esperança... e caminhemos no amor de Jesus, porque só este
amor é capaz de dar pleno sentido a nossas vida. (pausa
longa) Dimas, na última hora, deixou que o amor de Jesus o salvasse.
Deixe o amor de Jesus te salvar. Ele morreu por ti, ele morreu por nós... e ele
viverá para sempre por amor a nós. O amor é mais forte do que a morte! Inicia a trilha final.
CENA 11.
Música: Ninguém te ama como eu – Eugênio Jorge[10].
Maria se retira vagarosamente. No
palco ficam só as cruzes e a cena sem ninguém. Quando inicia a segunda estrofe
da canção (logo após o refrão) Dimas entra de um lado vestido de branco e
limpo. Procura feliz alguma coisa. Jesus agora volta de branco e de braços
abertos. Vai até Dimas e Dimas o abraça, bem como Jesus Dimas. O ladrão arrependido.
Corre feliz de um lado a outro e novamente abraça Jesus. Quando a música
encerra, os dois se onclinam diante do público. Após isso, entram os demis
personagens. Com eles, Dimas e Jesus novamente se inclina diante das pessoas no
cumprimento final aos espectadores.
Escrito e elaborado
por Ir. Nildo Moura de Melo, OSFS
– Viamão, Quaresma de 2014.
[1]
https://www.youtube.com/watch?v=Z1VSyKwN7Ro
[2]
https://www.youtube.com/watch?v=2xnIPgPJJE4
[3]
https://www.youtube.com/watch?v=p01JgxQ77tE
[4]
https://www.youtube.com/watch?v=alO1VY4UVdM
[5]
https://www.youtube.com/watch?v=TSYWpUrvnKk
[6]
https://www.youtube.com/watch?v=TjtFH-usnWw
[7]
https://www.youtube.com/watch?v=Gy2Fh_nM3zA
[8]
https://www.youtube.com/watch?v=-xG1rjZpYOc
[9]
https://www.youtube.com/watch?v=B2I3duFr_7Q
[10]
https://www.youtube.com/watch?v=rycoLDEzIro
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