A tragédia os levou: era a hora deles? Sobre a Chapecoense
A vida é um mistério – e como
existem coisas boas para a qual a gente não se contenta com as explicações, também
diante das tragédias ficam sempre interrogações. Não basta saber quem é o
culpado, não basta saber se houve ou não dor, não satisfaz alguém que diz “era
a hora deles”. A tragédia os levou. Por quê?
O silêncio é, de todas, a
mais sábia resposta. E a solidariedade é a mais digna postura. Nada de inventar
possibilidades para anestesiar a dor! Nada de explicações que mostram mais
orgulho diante da nossa fragilidade do que respeito para com os que sofrem. Quando
à questão técnica do porquê aconteceu, isso sim, para evitar que se repita tal
tragédia e corrigir quem errou.
Não era a hora deles. Todo
ser humano nasceu para viver plenamente e morrer só quando a vida realizou nele
o seu ciclo completo. Mas este mundo todo está posto sob as leis naturais. E
nós, neste mundo, também. Por isso somos humanos, por isso importa o cuidado e
o bem querer, por isso cada um é único e irrepetível.
Embora não sendo a hora
deles, Deus os acolheu, como Pai amoroso, a cada um. E lhes surpreendeu com uma
vida que continua, mas agora, na eternidade do seu divino amor. Deus curou suas
feridas, acalmou seu susto e consolou-os por causa da dor da separação: estas são
imagens para dizer uma única coisa – eles conheceram a realização da esperança
cristã, a ressurreição.
Disso pode surgir a
serenidade espiritual que ilumina os passos de quem sofre a dor desta perda. A
tragédia os levou, mas a fé os devolve vivos na ternura de Deus. Não era hora
deles, nem nossa hora. Mas era hora de Deus, que sofreu com eles e conosco como
sofreu com Cristo na cruz. O silêncio da cruz nos devolve o grito da vida.
Estas palavras não são
para explicar. Elas são só tentativas para reanimar quem mergulhou no coração
desta fatalidade e perdeu o brilho da esperança, até mesmo, da justiça da vida,
pois numa hora dessas, parece que a injustiça nos bofeteia, já que passou a
rasteira em todo mundo sem nem sequer anunciar sua chegada.
Com fé e esperança,
solidariedade e mútuo conforto, sigamos! Esta é grande forma de homenagear os
irmãos da CHAPE e todos os outros que se foram de modo tão repentino e violento.
Deus os acolheu, como Pai amoroso. E lhes surpreendeu com uma vida que continua
na eternidade do seu divino amor. Deus curou suas feridas, acalmou seu susto e
consolou-os por causa da dor da separação. Ele está fazendo o mesmo conosco.
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