Espelho do céu

Havia um espelho no céu. 
A terra nele se via, sendo reflexo do amor eterno. 
Toda vez que alguém olhava para o céu via que a terra não é diferente do aconchego de Deus.
Certa vez o homem escolheu o fruto que não devia: matou seu irmão - atirou uma pedra no espelho de Deus. 
Nunca mais a terra foi perfeito reflexo do céu. 
Isso fez doer.
Deus quis concertar o espelho. 
Tentou muitas vezes e de muitos modos. 
Enquanto, por não mais ver-se ali, por não mais olhar para o céu, muita gente continuava atingindo o espelho.
É preciso recomeçar de baixo, é preciso que o céu desça à terra, do espelho o mundo já se esqueceu!
E, Deus de uma mulher nasceu, pequenina criança reclinada no feno de Belém.
Agora, quem olha para ela vê o céu e vê o homem: não há diferença, não há distância, não há ausência. 
Deus apequenou-se para elevar-nos à altura do seu amor, infinito amor divino.
O céu está na terra. 
Deus se fez nossa imagem e semelhança, despojou-se de si mesmo para vestir-se de nossa fragilidade e nos devolver a divina identidade. 
Ele é o espelho do homem e do céu.
Nele nós vemos a beleza do homem e o infinito amor, a força divina e a força humana que, até quando é frágil, é forte; 
Nele enxergamos tudo o que Deus é e tudo o que homem pode ser.
Na criança reclinada na manjedoura, Deus conosco está. 
Se Ele está no meio de nós, o céu então é aqui. 
Se o céu é aqui, então já não mais há diferença: 
Quanto amor há no céu, também é possível haver na terra.

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