Indiferença


Busquei o teu olhar quando chegastes,
Indiferente se mostrou.
Esperei que o tempo apaziguasse,
Teu olhar não me enxergou.

Senti que a indiferença me fazia cortesia
No teu modo de esquivar-se de mim.
Não quis fazer-lhe às vezes de quem a recebia,
Dói de mais ser anfitrião de algo assim.

Quis devolver-lhe na mesma moeda,
Não consegui.
Existe bondade em mim,
Ainda que me trastes assim.

Meu olhar te busca sem minha permissão,
Ele insisti em insistir.
Eu sou aquele que não tem tua atenção,               
Mas acredita nos dias melhores vão surgir.

Tu, que o fostes comigo, eu te peço, por favor,
Não trates mais ninguém desse jeito.
Use sempre de amor que amor não estraga,
Deixe perfume, não espinhos na estrada.

A indiferença faz a alma sangrar,
Não te alienes com ela!
Sê, ao menos humano, amigo,
Veja-me como um irmão que te espera.

A indiferença emudece os sonhos
E sequestra a alegria do coração.
Já o teu olhar tem poder de ressuscitar,
E devolver para a vida a razão.

Sê meu irmão, não te faças de desconhecido!
Como podemos fingir ser de outro mundo,
Se no fundo,
Somos peregrinos do mesmo destino?

A indiferença é um labirinto funesto,
Mas a compaixão é fonte de liberdade.
Arrisque!
O amor só nasce quando a gente ousa de verdade.

E um dia chegaremos,
Cada qual com sua história.
Mas a dor da indiferença não levaremos
Na bagagem ou na memória.

Porque você me viu de novo,
E me olhou como se eu fosse importante para ti,
Eu enxerguei novamente a cores da vida,
E vivo o que nunca antes vivi.

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