O Sacramento da Crisma e sua história
A
Igreja deriva da missão de Jesus Cristo que veio trazer o Reino de Deus a nós. A
Reino de Deus é a vida feliz e fraterna para todos. Através dos Apóstolos, que
hoje são os bispos, presididos pelo Papa, a Igreja está ligada ao Senhor de
forma ininterrupta. Os bispos, como sucessores dos Apóstolos, são um sinal visível
da fidelidade ao mandado do Senhor. São
eles que garantem a transmissão da mesma fé ensinada por Jesus.

Então,
o batismo, necessário para a salvação, passou a ser administrado pelos padres. Depois,
até mesmo, pelos leigos. Mas a plena iniciação e participação na comunidade de fé
ficava para quando o bispo viesse ao encontro da
comunidade.[1] Era ele o elo humano visível
para com Cristo e a com a fé transmitida pelos Doze Apóstolos. A celebração da
Crisma marcava este encontro do Bispo com os novos cristãos.
Ele impunha-lhes as mãos e lhes confirmava na fé com o Dom do Espírito Santo (At 8, 14). E quando o bispo não podia vir,
esta união da comunidade com ele se realizava pelo óleo do Crisma que o bispo
abençoa na manhã de Quinta-feira Santa.
A
Crisma se chama Confirmação do Batismo porque confirma a fé da pessoa como
sendo também a fé da Igreja, confirma publicamente que a pessoa assumiu a fé
que a Igreja professa. Embora a pessoa já fosse cristã e introduzida na
comunidade quando batizada, pela Crisma, ela se torna munida do que precisa para
testemunhar o Evangelho, como um soldado que, inscrito no exército, precisa,
depois, receber as armas para poder militar.
Outra
imagem é a do lutador romano antigo que, depois de ir ao banho, era ungido com
óleo. O banho o revigorava, assim como faz a água do batismo, e o óleo o tornava ágil
para desviar-se dos enlaces do adversário. O batismo nos faz discípulos, nos faz nascer para uma vida nova em Jesus. A Crisma nos faz apóstolos para
anunciar e defender o Evangelho. Por isso, o Batismo se faz com água e a
Crisma, com óleo.
Como
crismados temos os dons do Espírito Santo: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza,
Ciência, Piedade e Temor de Deus. Quem confirma isso é o sucessor dos Apóstolos
que reuniu a comunidade e concedeu-nos o que é mais precioso na Igreja: a vida
de Jesus, os Sacramentos. Uma vez crismados, somos plenamente cristãos,
plenamente católicos! Recebemos o Batismo, estamos em
união com o nosso bispo (o bispo da nossa comunidade). Ele confirmou nosso Batismo
pela Crisma, e recebemos o Corpo e Sangue de Nosso Senhor que se faz
Eucaristia. Vivemos nEle, por Ele e com Ele. Ser crismado é ser configurado a
Cristo pelo poder do Espírito Santo, no amor de Deus Pai.
[1] Vejam o que já ensinava S.
Cipriano, Bispo martirizado no ano 258: “Os batizados serão conduzidos aos
Bispos, a fim de, por sua oração e imposição das mãos, receberem o Espírito
Santo, e pelo selo do Senhor, serem perfeitos.”
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