SÃO FRANCISCO DE SALES E A MÃE DE DEUS - Espiritualidade Salesiana

O santo bispo teve uma relação filial para com Maria
durante toda sua vida. Quando menino, aprendeu a saudar a Nossa Senhora através
do Ângelus, prática que usará com
meio de santificação da jornada diária. Desde os sete anos rezava o rosário
diariamente. Ao passar pela crise existencial em Paris, ainda jovem e
estudante, foi liberto por Deus quando rezava a oração “Lembrai-vos, ó piissima
Virgem Maria...” diante da imagem da Virgem Negra da igreja de Santo Estevão de
Gres. Foi nessa igreja e diante da mesma imagem que também fez seu voto de
castidade. Para ser ordenado bispo, escolheu o dia 8 de dezembro: “Recebi a
consagração episcopal no dia da Conceição da Virgem Maria, Nossa Senhora, em
cujas mãos coloquei a minha sorte”, escreveu poucos dias depois a seu amigo, o
bispo de Saluces (ALBUQUERQUE, 2013, p.100). Quando, junto com Santa Joana
Francisca de Chantal, funda suas Irmãs, dá-lhes o nome de Ordem da Visitação de
Santa Maria. A Mãe de Deus é posta por ele como patrona e exemplo para as
Visitandinas.
Na base da devoção e da
espiritualidade mariana de Francisco de Sales “existem dois princípios muito
claros: Maria é infinitamente inferior a Deus e ao Verbo encarnado, a Jesus.
Ela não é mais do que uma criatura, mas, ao mesmo tempo, é extremadamente
superior a qualquer criatura, incluídos os anjos e os santos. É a Mãe de Deus
e, portanto, inigualável a todos os demais seres criados. A escolha de Deus e
sua incomparável vocação para ser a Mãe de seu Filho a situam num lugar único
na vida da Igreja” (ALBUQUERQUE, 2013, p.101).
“A Santíssima Virgem é a colméia mística na qual o
Espírito Santo e o Pai prepararam o favo do mais doce mel, Jesus Cristo” (TODOS
OS DIAS COM SFS, 2000, p.93). Deus a preparou e pediu-lhe seu consentimento. Maria
aceitou, amou a Criancinha divina no ventre, na manjedoura, no seu crescimento
e, quando Jesus tornou-se o missionário do Pai, fez-se sua discípula. Mas foi
no Calvário, “o monte dos amantes”, onde Maria o amou de modo especial, pois
“amava mais do que ninguém” e por isso “foi mais do que ninguém atravessada
pela espada de dor. A dor do Filho foi uma espada cortante que traspassou o
coração da mãe, cujo coração estava unido ao Filho com ligação tão perfeita,
que ninguém poderia ferir a um sem ferir em seguida ao outro”. Realmente, “se
esta mãe vivia a vida de seu Filho, morreu também da morte de seu Filho. Pois,
assim como é a vida, assim é a morte” (TAD VII, XIII).
Francisco de Sales dizia: “Nossa
Senhora é Rainha do Céu e da terra, dos anjos e dos homens... Querendo dar-lhe,
porém, um nome digno de sua excelência, é preciso chamá-la: MÃE DE DEUS, porque
essa palavra é tão sublime que todos os títulos, louvores e elogios, que
saberíamos dar-lhe, estão incluídos nela” (O.C. X, p.66). Por isso, na
Espiritualidade Salesiana, chamá-la de Mãe de Deus é um modo muito corrente.

Maria Mãe de Deus, rogai por todos
nós. Rogai pelas mães do mundo inteiro. Nossa Senhora da Luz, Mãe que Cristo
entregou à humanidade, ajuda-nos a viver o amor a Deus e ao próximo como São
Francisco de Sales nos orienta, para que o Evangelho seja reimprimido em nossa
missão e Cristo seja visto em cada cristão/ã chamado/a a ser testemunha da
Alegria do Evangelho. Amém.
FONTES:
ALBUQUERQUE,
Eugênio. Uma espiritualidade do amor: São
Francisco de Sales. Madrid: CCS, 2007.
ARCHENTI,
Augustini; PEDRINI, Arnold. Todos os
dias com São Francisco de Sales. Viamão: OSFS, 2000.
SALES, São Francisco de. Tratado do amor de Deus. 3.ed. Porto:
Livraria Apostolado da Imprensa, 1958.
______. Filotéia ou Introdução à Vida Devota.
Petrópolis: Vozes, 2004.
______. Obras completas. Annecy, França.
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