A chuva chegou de mansinho

A chuva chegou de mansinho
E faz carinho Na epiderme da terra.
A terra correspondeu
Com o perfume seu
Quer da planície,
Ou da serra.
A chuva tocou o chão
Com mãos de algodãoE gosto de saudade.
Um trovão aplaudiu
O sorriso que viu
Da distante eternidade.
A chuva caiu
Caindo, sumiu,Sumindo surpreendeu.
Deixou molhada a face
Da vida que nasce
Num milagre seu.
A chuva veio à terra
Como pai voltando da guerraSonhando com o abraço do filho.
Eu imaginei o céu.
Onde não há réu,
Sem o sol,
Mas todo de brilho.
A chuva calou meu pensar
E eu só pude escutarO som do coração.
Só não sei de quem era,
Pois a sua quimera
Foi levada por um trovão.
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