Confie em seu coração
Aquele homem precisava de uma palavra. Veio até mim e
pediu uma opinião. Eu fiquei surpreso. Isto não acontece todo dia. Destarte, surgiu
um tremor reponsável. Sabia que minha resposta importava e faria a diferença. Então,
o ouvi com atenção e pensei bastante. Pensei com a razão, com meu coração, com
a fé que recebi. E respondi como alguém que vira a resposta passar bem
rapidamente e distante, como alguém que vira a sombra da verdade, o vulto da
certeza. Como alguém que não era dono de qualquer placa da felicidade.
Minhas palavras foram, mais ou menos, assim: “Amigo, faça
o que diz o teu coração. Se você já pensou, já dialogou com as pessoas que
estão envolvidas no assunto, já rezou e pediu as luzes do céu, já analisou as
outras possibilidades e não conseguiu decidir, então ouça o seu coração. Arrisque!
Faça o que você sabe fazer, faça-o bem e em alguma hora, em algum lugar, o
mundo acolherá. Se vai dar certo ou não, deixe para o amanhã. Hoje, ouça seu coração,
na pureza do pulsar dele e decida, sem pressa, nem afobamento. Decida com a
tranquilidade de quem não está sozinho, nem precisa acertar sempre. Confie em
seu coração, uma vez que você já perscrutou as outras vias possíveis.”
Tudo o que fazemos com a marca do coração tem a
blindagem da genuinidade da nossa própria identidade. Ou seja, possui a marca
do eu de cada qual, como que a impressão digital de cada um, e que não permite
ser acusado, caso ocorra o erro, de impessoalidade, inresponsabilidade,
inumanidade. Sempre teremos dúvidas, faz parte da nossa natureza e do nosso
crescimento. Dúvidas só aparecem quando temos que decidir. É este o jogo. A decisão
é o ponto final e decisivo que nos desafia. O coração é o seu melhor técnico, pois
as vozes das outras fontes desaguam na pauta dele e é dele que nasce nossa
originalidade.
Aquele homem
voltou para sua casa com este novo modo de pensar. Não sei se o ajudei. O conselho
que lhe dei foi aquele que ouvi outrora em minha infância, que li em várias
biografias e que uso costumeiramente. A mim tem ajudado. Oxalá, a ele, também. Quisera,
ainda, desejar o mesmo para o leitor que me dá atenção neste modesto artigo.
Valeu!
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