História da bela santa Rosa de Lima


Ela era uma moça linda. Linda como o luar na noite e a luz do dia. Linda como uma flor, como uma rosa. Se o seu rosto era belo qual uma rosa, o seu coração ia mais longe e refletia a beleza do céu, aquela beleza que ninguém viu, mas que ninguém ignora.
Qual broto, ela nasceu em 30 de abril 1586 e cada ano de sua vida foi uma pétala acrescida no desabrochar de seu imenso amor. Assim, somou-se trinta e uma pétalas de serviço ao próximo, em especial aos negros e índios, exalando-lhes o perfume da profunda amizade com o Belo dos belos, Jesus. Tirava da seiva que lhe sustentava, para dar o que podia aos mais necessitados: o pão de cada dia, a roupa que protege, o toque que afaga, a palavra que renova, o remédio que cura, a oração que ilumina, a paixão própria de toda jovem e o clamor por justiça, ainda que isso não lhe fosse permitido.
Isabel era seu nome. Rosa a chamaram. E, em cada rosa que olhamos neste dia, vemos a sua face. Entretanto, cada rosa permanece só um sinal. Se quisermos mais, precisamos ir ao encontro de quem tem menos, das belezas escondidas por estarem despetaladas, de quem clama um lugar no jardim do mundo criado por Deus e de quem não ignora os outros, nem a Deus.
Rosa viveu num quartinho construído nos fundos da casa de seus pais. O mundo está com saudades deste quartinho. Santuário sem prata nem ouro. Santuário mais rico que os palácios dos nobres. Santuário do sofrimento humano onde a riqueza de Deus - o amor - era dado a todos, na quantia que cada qual precisava. Sim, é isto mesmo: o quartinho da mais bela de Lima era o lugar em que a esperança abraçava os desesperançados, a oração ligava o céu a terra e a terra ao céu, a sabedoria brincava com as crianças e a força retornava a seu lugar original. Em Rosa, Deus era a certeza dos que caminhavam incertos pelas vias do sofrimento.
O mundo tem saudades deste quartinho donde emanou o grito pela libertação dos irmãos escravizados, onde o Evangelho estava impresso no corpo daquela jovem e disponível aos analfabetos, aos cegos, aos surdos, aleijados, escravizados, descriminados, sem rumo e sem gosto na vida. Ou talvez eu me engane. O mundo não tem saudade daquele quartinho. Tem saudades, sim, daquela que ali habitava. Tem saudade da Rosa de Lima, da bela santa Rosa de Lima!
Celebremos o seu dia e vivamos o seu exemplo. Sejamos belos como Rosa! Belos pela paixão irrenunciável ao Belo dos belos, belos pela caridade sem medida, belos por dar sentido à vida indo ao encontro de quem não encontra-se em lugar nenhum deste “mundo desardinizado”. Belos na beleza de Deus... na beleza de Deus!
Santa Rosa de Lima, ajudai-nos a desabrochar para esta beleza que ninguém poderá nos roubar, que o tempo não desfigurará e que não se ofuscará diante de nada! Ajudai-nos, Santa Rosa, a viver a beleza de nossa vocação ao amor, para que o amor seja compreendido como vocação de todo ser humano! Santa Rosa de Lima, ajudai-nos e rogai por nós!

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