VIDA DA SANTA CARIDADE - Espiritualidade Salesiana (Tratado do Amor de Deus)

Lá na aldeia, onde a multidão não alcança, encontrei uma simples senhora.

Ela ama a Deus e, por amor a Ele, ama tudo o que existe, todo dia, a toda hora.

É uma aldeia pequenina, princesa do campo, com as alegrias e os prantos de um simples cotidiano. E a humilde senhora é assim também. Como ela, nunca vi ninguém.

 De longe se avista a fumaça da chaminé, de perto: ternura no olhar.

No fogão uma chaleira, no coração fervendo o desejo de só amar.

Não se esquece de pensar em Deus a cada quarto de hora. E é tão tranquila sua devoção, valente sua fé. Sua imagem em mim demora, é igual a um retrato de como ser o que Deus quer.

Ela cuida de sua casa como se cuida de um palácio. Trata a cada um como se fosse um rei.                     É delicada com as plantas, com os bichos também. Um pouco para quem chega, sempre ela tem.

Pobre e humilde, alegre e vivaz, de nada murmura, de ninguém desfaz.                                              Cedo se levanta, cedo vai deitar-se: sabe que Deus nunca a esquece, que Ele é amor e paz.

Quando reza, mistura-se com Deus. Não dá para dizer se mais ama ou se mais é amada.                Sempre que a vi falar com o Senhor era como uma alma totalmente apaixonada.

Mira a pequenina cruz que no quarto tem e parece estar cursando alguma ciência sem par.                      É dali que ela me disse aprender a força infinita do verbo amar.

Toca o sino da capela, de casa ela sai com um ramalhete do seu jardim.                                                    E põe no sacrário das mãos das crianças, deixando para a igreja, um simples jasmim.

Ela voa com os pés no chão às alturas do amor celeste para abraçar seu amado amante.                           E se extasia de amor saindo de si mesma para unir-se a Ele onde Ele quer estar, a cada instante.

Parece uma escada os dias de sua vida. Ela aproveita todas as ocasiões para amar o seu Senhor.      Medita e contempla as palavras Dele como quem mastiga e sorve esplêndido sabor.

Quando a alma experimenta o amargo da dor e da solidão, ela simplesmente O ama, abandonando-se à sua bondade de um jeito que desconcerta e me inflama o coração.

Uma mulher santa da aldeia, uma de minhas boas amigas, de vida admirável e grande mansidão. É dela que falo, foi ela que me impressionou com a profundidade de sua devoção.

Eu quero chamá-la de Caridade, porque seu amor é ativo, eficaz e fervoroso. É feito de obras, cheias de doçura, como são os favos de mel no inverno rigoroso.

E quero que sejas parecido com ela, que faças o mesmo caminho e tenhas a mesma lida. Pois a história da Santa Caridade, a humilde senhora da aldeia, foi o grande sermão da minha vida.


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