Num dia chuvoso

Num dia chuvoso, 
gelado e cinzento, 
uma menina que andava numa estrada solitária 
tropeçou numa pequena pedra e bravejou.

Num dia chuvoso, 
gelado e cinzento, 
um homem escorregou e caiu, 
porque passara por cima de uma pequena pedra que rolou. 
Enfureceu-se e 
chutando-a, 
arremeteu para longe.

Num dia chuvoso, 
gelado e cinzento,
um velhinho pegou a única pedra 
que estava no meio do caminho. 
Ela veio saltando e o atingiu sujando sua roupa 
recém posta. 
Ele, então, agachou, 
tomo-a em sua mão 
e a tirou dali 
pondo-a sobre uma grande pedra 
na intenção de que ninguém pudesse ferir-se e sujar-se, 
como a pouco com ele acontecera. 
Estava chovendo 
e o gesto do amado ancião 
não só livrava de um novo acidente, 
mas ainda recobria a entrada da toca de um pequeno roedor. 
Gesto simples. 
Não tão simples 
para quem acabara de ser impedido de chegar limpo 
a festa de casamento 
de sua única filha.

Já ia se afastando 
quando percebeu um pequeno brilho.
Voltou-se e viu que vinha da pedra. 
Tomou-a em suas mãos e 
em uma possa de água da chuva ali acumulada, 
começou a remover o barro espesso nela contido.
Qual surpresa apossou-se dele 
ao perceber que aquela pedra era um preciosíssimo diamante, 
do qual não duvidou, 
sendo um experiente garimpeiro.

Aquela pedra foi o seu presente de casamento 
à sua única filha que se casava com um pobre rapaz. 
O jovem, ao aceitar o presente, 
pediu que o sogro viesse morar com eles, 
pois amando sua esposa não suportaria que 
os quase quinze anos de separação entre filha e pai 
se prolongasse por outros longos anos.

Não ignore as pedras do seu caminho, 
procure conhecê-las!

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